Segunda, 27 Dezembro 2021

Samsara: A Matrix Eterna

Escrito por Samael Aun Weor
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(Tempo Estimado de Leitura: 4 - 8 minutos)

Certamente, saber ouvir é algo muito difícil; mais fácil é saber falar.

Ao ouvir, geralmente um “tradutor” intervém em nós, que é o Eu, o Ego, o Mim Mesmo, o Si Mesmo, e ele traduz tudo de acordo com seus próprios conceitos, ideias, opiniões, etc., etc. etc. Então saber ouvir não é tão fácil...

Antes de tudo, é preciso entender que há algo em nós que está além do meramente físico: temos um corpo de carne e osso, isso é óbvio, e qualquer um aceita essa realidade, mas poucos entendem que temos uma psicologia, suscetível a modificação; é preciso compreendê-la, se realmente queremos nos transformar.

Aqueles que aceitam que têm uma psicologia, na verdade começam a se auto observar; Quando alguém se observa, é sinal de que está tentando se transformar (precisamos nos transformar).

A vida, como é, realmente não é muito atraente: nascer, crescer, envelhecer e morrer torna-se muito enfadonho; trabalhar terrivelmente para existir e existir de forma miserável, não adianta; e não só as pessoas que têm dinheiro vivem de forma miserável, mas também as pessoas que não têm.

Existem duas maneiras de rolar na lama: alguns rolam na lama da miséria e outros rolam na lama da riqueza (tudo isso é sombrio!). Então viver assim, viver, existir assim, “por que sim”, sem saber por que nem para quê, é algo que não tem a menor importância.

O que somos nós, para que propósito existimos, para que vivemos? Tanto esforço! E finalmente, o quê? Cada um de nós é simplesmente uma MÁQUINA encarregada de TRANSFORMAR ENERGIAS...

Acontece que as energias dos Sete Planetas (as ENERGIAS PLANETÁRIAS do nosso Sistema Solar) não podem passar “assim porque sim” para a Terra, devido ao fato de nosso planeta ser diferente, é um mundo regido por 48 Leis, um mundo completamente diferente dos outros mundos do Sistema Solar.

Olhando as coisas deste ponto de vista, é claro que este Sistema Solar em geral precisa de canais para que a Energia Cósmica ou Universal possa passar diretamente para o organismo planetário. E não se trata de unicamente passar, precisa ser transformada pelos mesmos canais; apenas uma energia transformada e adaptada, então, ao organismo do planeta Terra, poderia lhe ser útil.

Tenha em mente que a Terra é um organismo vivo, que precisa existir, que precisa das energias da existência, das Energias Cósmicas para viver. Assim como precisamos de energia para existir, a Terra precisa de energia para viver e existir (é um organismo).

Mas as energias que a Terra recebe para existir, vêm de outros planetas do Sistema Solar, repito. Mas como a nossa Terra é tão diferente dos outros planetas, essa energia precisa ser transformada para que possa alimentar o planeta Terra, e não poderia ser transformada se não houvesse canais pelos quais a energia passasse...

Felizmente, esses canais existem (feitos pelo Sol); são constituídos pela VIDA ORGÂNICA que, como uma fina película, o Logos estabeleceu na crosta terrestre. Assim, então, a fina película de vida orgânica: vegetal, animal, humana, é necessária para que as energias possam se transformar e passar para o interior da Terra. Só assim a Terra poderia existir; caso contrário, não pode existir como um organismo vivo.

Nós, seres humanos, somos simplesmente máquinas pelas quais a Energia Cósmica deve passar; cada um de nós recebe certas cargas de eletricidade e magnetismo que, então, inconscientemente, transforma e retransmite automaticamente para o interior da Terra.

É para isso que existimos!...

E tantas amarguras para que a Terra exista, para que esta massa planetária gire em torno do Sol! E nós que pensamos que somos tão grandes, e realmente não somos nada mais do que simples máquinas transformadoras de energia!

E a razão da nossa existência é que: Para que exista esta enorme massa planetária, devemos continuar com as nossas “vidinhas”... Vidas infelizes para nós: Trabalhar para comer e poder viver; existir para a economia da natureza!

Ela não se importa com quais ideias temos, quais crenças; a única coisa que lhe interessa é receber o alimento correspondente, o Alimento Energético que deve passar pelo nosso corpo; isso é tudo...

E nós, como vivemos? Brigando em casa, ou nas ruas, ou nos campos de batalha; sofrer sob o calcanhar de um tirano: o da fábrica, ou possivelmente o do escritório; pagando nossos impostos habituais para podermos aparecer como cidadãos, pagando um aluguel para que não nos “joguem na rua”, e assim por diante. E tudo, absolutamente tudo, para que esta massa possa existir, para que este planeta possa fazer parte do concerto dos mundos, para que possa palpitar e ter existência...

Quantas mães que sofrem, quantas sofrem ou faltam alimentos; alguns nem têm leite para seus bebês! Quantas pessoas idosas com suas experiências familiares, quantas crianças estão começando a ser repreendidas! Enfim, tudo para que exista uma massa planetária...

Isso é um pouco duro, um pouco cruel, eu diria: Impiedoso... E é isso que a gente é, nada mais do que isso; se fôssemos seres humanos, seríamos alguma coisa; mas nem mesmo isso... Alguns pobres HUMANOIDES INTELECTUAIS, carregando a dor de viver; Isso é o que somos!

Pareceria muito pessimista, por isso “há contrastes”. Lembramo-nos das famosas “festas”, rimos diante do copo, etc., e parece-nos que a vida tem os seus momentos felizes. E é que não sabemos compreender o que é “FELICIDADE”, confundimos os momentos de prazer com a Felicidade autêntica e legítima; obviamente, estamos indo para o lado errado...

E o que resta depois do tédio do prazer? Só desenganos, decepções!... Quantas vezes um homem que pensa que adora uma mulher se casa, e uma mulher que pensa que ama um homem! Se casam; mas na verdade eles eram realmente fascinados por si mesmos, eles não se amavam; eles acreditavam que se amavam, mas eles não se amavam (eles pensavam que se amavam). O que acontece é que amor se confunde com paixão; Uma vez satisfeita a paixão puramente animal, a única coisa que resta no casal tão adorado é asco, tédio, decepção; e isso e tudo.

A partir daí, as coisas são rotineiras: só falam de contas bancárias, receitas, “roupa que está suja” e que “tem que ser lavada”, “que precisamos do café da manhã a tempo, para ir trabalhar”... De vez em quando sai lá, para uma caminhada, como se quisesse escapar do tédio, ou uma “festa” que termina em uma tremenda “ressaca” e em grande decepção...

E assim a vida continua, até envelhecermos; e quando envelhecemos sentimo-nos veteranos, gostamos de ser chamados pelos nossos netos, por isso nos chamam de “avô” para lhes contar as nossas tristes histórias, das quais nos orgulhamos (histórias de vida normais): “No meu tempo, o Presidente seu fulano de tal fez tal e tal e tal trabalho”); para lhes contar sobre uma sangrenta luta fratricida da qual participamos, possivelmente até documentada com nossas feridas de guerra, das quais podemos nos orgulhar...

Pura tristeza!: “Que nosso irmão morreu”, “que nosso primo perdeu a fortuna”, ou que “aqueles tempos eram melhores”, e assim por diante. Enfim vem a morte... Vida infeliz!... Sim, por isso trabalhamos tanto, sim por isso sofremos tanto!...

Felizmente, no LOGOS há algo mais: o Sol é compassivo, porque, embora seja verdade que ali nos converte em puras máquinas pequenas, a serviço da sua Natureza (a Natureza que criou), não é menos verdade que tem um interesse no criado também.

Ele não vai criar uma Natureza, não vai criar uma Vida Orgânica na crosta de um mundo encarregado de girar em torno do Sol “assim porque sim”. Em nenhum caso ele criaria um planeta para que ele girasse em torno de um centro de gravitação, apenas “assim porque sim” como um “descuido” ou para se divertir, sem um propósito definido.

Não haveria sentido em criar este planeta para nada; deve ter criado para alguma coisa.

Pois criar para nada seria, digamos, a bobagens das bobagens... Acho que nem você faria isso; você não iria fazer algum dispositivo ali, e até mesmo sofrer por tal dispositivo, colocá-lo em existência para nada e então destruí-lo. Acredito que esta Criação tem um objetivo...

Ele cobra um preço, sim, e de fato o exige, por ter criado a fina película da Existência Orgânica na face do mundo; Ele quer tirar alguma coisa dali, ele tem um interesse, e também tem razão: ele quer tirar uma COLHEITA DE HOMENS SOLARES...

A ideia não é ruim, mas é difícil. Este é um teste (muito horrível, na verdade, e bastante laborioso) no tubo de ensaio da Natureza. É isso que ele quer: CRIAR HOMENS SOLARES...


Trecho da Conferência “A Colheita do Sol” – V.M. Samael Aun Weor

Informações adicionais

  • Complexidade do Texto: Intermediário
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