Chegará o dia em que o sentido de Auto-Observação psicológica em você terá se desenvolvido de tal forma que você será capaz de perceber, como eu, tais agregados psíquicos indesejáveis. Ainda mais: você será capaz de perceber o resultado do trabalho em tais agregados...
Em nome da verdade, devo dizer-lhes que, assim como há uma Lua no céu, também, meus queridos irmãos, há uma LUA PSICOLÓGICA dentro de nós.
Assim como a Lua que brilha no céu tem DUAS FACES (a que se vê e a que não se vê), também dentro de nós, a Lua Psicológica tem dois aspectos: A que é visível a olho nu, através o sentido de Auto-observação psicológica e aquilo que não é visível a olho nu (o oculto, o desconhecido, o incógnito). No entanto, essa última se torna visível quando o Sentido Psicológico foi desenvolvido ao máximo.
Acho que os irmãos estão entendendo, bem, todos essas coisas, acho que estão entendendo...
Agora você tem que lançar toda a carga contra os agregados psíquicos da parte visível de sua Lua Psicológica. Muito mais tarde, com o tempo, terão que se lançar, com a lança em punho, contra os elementos indesejáveis da Lua Negra (esses que não são vistos ainda).
Muitos santos conseguiram aniquilar os agregados psíquicos da parte visível de sua Lua Psicológica, mas nunca souberam nada sobre os elementos indesejáveis do outro lado de sua Lua e, embora tenham mergulhado no Nirvana, ou no Mahaparanirvana, tiveram que retornar mais tarde, continuar seu trabalho com a face oculta de sua Lua Psicológica.
Em todo caso, seja o aspecto meramente visível da Lua Psicológica, ou o oculto, os “elementos” para o trabalho devem ser encontrados nos fatos concretos da vida prática. Portanto, não fuja, NÃO TENTE ESCAPAR DA VIDA REAL. Devem ser mais práticos, se realmente querem desintegrar o Ego.
À medida que o fazem, à medida que os agregados psíquicos são pulverizados, a Consciência, a Essência engarrafada entre eles, gradualmente se emancipará. Essa é a forma de cristalizar em nós aquilo que se chama “Alma”.
Todos vocês terão que passar por grandes crises morais. Isso não é uma questão de mero intelecto, não. Não se trata de simples demagogia, nem de vãs verborragias insubstanciais de conversas ambíguas, não! Repito o que já disse, ainda que me canse: que “se a água não ferver a cem graus, o que se tem que cozinhar não se cozinha e não se desintegra o que tem que se desintegrar”. Assim, se não passarmos por crises emocionais terríveis, esses Eus não se desintegram.
Quando descobri precisamente o Eu do amor-próprio, que estava muito escondido nas dobras mais profundas da minha psique, senti uma grande dor, tive que passar por uma grande crise emocional (sofri muito, e muito, e me arrependi de verdade. Então consegui que Devi Kundalini Shakti, pulverizasse um elemento tão indesejável).
E quando descobri que havia, lá fora, um demônio muito perverso que sentia raiva, e que vinha de tempos muito antigos, sofri o indizível, passei por crises emocionais horríveis, tive vergonha de mim mesmo, pedi que Devi-Kundalini Shakti pulverizasse aquele elemento abominável psíquico...
Portanto, não fuja; os elementos indesejáveis vocês encontrarão no campo da vida prática. Tudo o que é necessário é estar alerta e vigilante como um vigia em tempos de guerra.
Trecho da Palestra “A didática para a dissolução do Eu” – Samael Aun Weor