“Vocês por acaso já se deram conta de seu próprio Nível de Ser, do Nível do Ser no qual se encontram? Estão conscientes de que estão hipnotizados, de que estão adormecidos?
Vocês já se deram conta de que se identificam, não apenas com as coisas externas, com o mundo exterior, mas que também andam identificados com vocês mesmos, com seus pensamentos luxuriosos, com suas bebedeiras, com suas iras, suas cobiças, com a vaidade, com a soberba , com o orgulho místico, com o auto mérito, etc.?
Vocês já se deram conta de que se identificaram não só com o exterior, mas também com isso que é a vaidade, com isso que é o orgulho? Por exemplo, vocês hoje triunfaram sobre o dia ou o dia triunfou sobre vocês? O que fizeram no dia de hoje, meus queridos irmãos; que defeito psicológico eliminaram? Vocês estão certos de não terem se identificado hoje com algum pensamento mórbido ou algum pensamento cobiçoso, com o orgulho, com o insultador, com alguma preocupação, alguma dívida, etc., etc., etc.?
Que fizeram no dia de hoje? Já se deram conta do Nível de Ser em que se encontram? Passaram a um Nível de Ser superior ou ficaram onde estavam? Que fizeram? A que se dedicaram no dia de hoje, meus caros irmãos? Vocês creem, por acaso, que é possível passar a um Nível do Ser superior se não eliminarmos defeitos psicológicos? Ou será que vocês estão contentes com o Nível do Ser em que atualmente se encontram?”
O Quinto Evangelho
“A Destruição de Nossa Herança Lunar”
Ninguém pode negar que existem distintos níveis sociais; gente de igreja e de prostíbulo, do comércio e do campo, etc...
Assim também existem distintos Níveis do Ser. O que somos internamente, esplêndidos ou mesquinhos, generosos ou tacanhos, violentos ou pacíficos, castos ou luxuriosos, atrai as diversas circunstâncias da vida...
Um luxurioso atrairá sempre cenas, dramas e até tragédias de lascívia nas quais se verá envolvido... Um bêbado atrairá outros bêbados, e se verá sempre metido em bares e cantinas, isso é óbvio... Que atrairá o usurário, o egoísta? Quantos problemas, prisões, desgraças?
Imaginemos por um momento uma vaca ao pé do estábulo: seu próprio Nível de Ser atrai sua própria vida. Se tirarmos a vaca do estábulo e a levarmos para nossa casa, se a colocarmos ali com uma camareira, a escovarmos muito bem e a enchermos de talco, a perfumarmos, nem por isso deixará de ser vaca; ela continuará com seus costumes de vaca, e fará então de nossa bela casa um estábulo; o Nível de Ser de cada qual atrai sua própria vida.
Se tirarmos do meio da multidão um mendigo esfarrapado e o levarmos ao Palácio de Buckingham, para que viva ali ao lado da Rainha Elizabeth, ao princípio será atendido por muitos criados, será considerado um grande senhor, mas seu Nível de Ser atrairá sua própria vida. Logo os criados daquele Palácio verão que o mendigo tem costumes bem diferentes dos do Palácio; verão que é avarento, que guarda o dinheiro de forma terrível, que não gasta jamais um centavo, nem para ajudar um amigo; perceberão sua irritabilidade, perceberão sua falta de escrúpulos, sua murmuração, como fala mal dos outros, que se vingará de seus inimigos, etc. E afinal chegará o momento em que ele se verá só, em pleno Palácio de Buckingham, e, ainda que se vista da melhor maneira possível, continuará sendo o que é: um mendigo...
O Nível de Ser de cada qual atrai sua própria vida; um homem é o que é sua vida... Muitos se preocupam em ter enormes quantidades de dinheiro e dizem: “se eu ganhasse na loteria, minha vida seria bem diferente, com a Especial de Natal, tudo mudaria radicalmente”...
Coloquemo-nos por um momento em um desses lugares estranhos da cidade, em uma dessas cidades perdidas, em um desses lugares onde vivem essas pessoas que invadem um terreno e da noite para o dia formam ali uma coletividade que chamaríamos de infra-humana.
Próximo a um bairro campestre da Cidade do México chegou um grupo dessas pessoas. Viviam em um terreno alheio que haviam ocupado, lutavam entre si diariamente, se embebedavam, se feriam mutuamente, se matavam, e aquele bairro, que antes vivia tranquilo, teve que passar por surpresas inauditas. Diariamente as patrulhas da polícia faziam soar ali suas sirenes, ouviam-se gritos de dor, de ódio, de ira, etc., e aquelas pessoas infelizes continuavam, como sempre, sofrendo terrivelmente. Obviamente, seu Nível de Ser atraía sua própria vida.
Se um desses homens pudesse refletir por um momento, ainda que fosse só por um instante; se tivesse se proposto a estudar a si mesmo, se tivesse descoberto seus defeitos psicológicos e ousado meter-se pela SENDA VERTICAL revolucionária da Psicologia, obviamente haveria podido eliminar alguns defeitos, talvez a ira, possivelmente o ódio, o egoísmo, a murmuração, etc. Conclusão: mudaria seu Nível de Ser e, mudando seu Nível de Ser, seus costumes se refinariam. Indubitavelmente, então já não poderia entender-se com aquelas pessoas que o rodeavam, e essas pessoas tampouco se entenderiam com ele; precisaria fazer novas amizades e, simplesmente pela Lei de AFINIDADES PSICOLÓGICAS, faria novas amizades.
Resultado: ao mudar de Nível de Ser mudaria sua vida, essas novas amizades possivelmente lhe trariam novas oportunidades; mediante a inter-relação mudaria o aspecto econômico de sua própria existência, conseguiria um trabalho diferente, melhoraria notavelmente. Assim, o Nível de Ser de cada qual atrai sua própria vida...
Na SENDA VERTICAL temos a oportunidade de mudar o nosso próprio Nível de Ser; se eliminamos de nós mesmos os defeitos psicológicos, o resultado será extraordinário, porque, ao mudar nosso próprio Nível de Ser toda a nossa vida mudará também. Quando alguém muda radicalmente, muda também tudo o que o rodeia.
Essas circunstâncias incômodas da existência, as circunstâncias nada agradáveis da vida, não são mais que meras projeções do que acontece em nosso interior. Se mudamos em nosso interior, as circunstâncias externas mudarão também; mas, se não mudamos interiormente, as circunstâncias externas tampouco mudarão. Já disse Immanuel Kant, o filósofo de Königsberg: “O exterior é o interior”. Em outras palavras, podemos esclarecer dizendo: “O exterior não é mais do que o reflexo do que somos interiormente”.
Se somos pessoas iracundas, se odiamos, se somos ciumentos, invejosos, perversos, as circunstâncias à nossa volta serão perversas, fatais, sinistras, podendo até figurar nos jornais de baixo nível. E, se somos pessoas decentes, se vivemos em harmonia com o Infinito, se respiramos paz, se irradiamos amor, felicidade, contentamento, as circunstâncias que emanaremos serão belas, teremos relações belíssimas, haverá harmonia com todos os que nos cercam...
Muitos se queixam dos problemas da vida: “meu marido fugiu com outra” (diz a mulher); “minha esposa já não me ama” (diz o marido); “meu dinheiro não chega até o fim do mês” (diz alguém); “ meu pai fica bêbado e bate na minha mãe” (diz o filho); “vão me mandar embora de casa e não tenho para onde ir” (diz um outro); “meus filhos são delinquentes” (diz com aflição uma mãe)...
Todos querem resolver seus problemas, todos anseiam viver em paz, ter uma harmonia extraordinária, ter felicidade. Mas os que assim pensam não se dão conta de que a raiz de todos os problemas está em seu interior, de que esses problemas não são mais que as projeções de seu interior, de que de dentro deles estão saindo os problemas, porque um homem é o que é sua vida. Se não muda seu próprio Nível de Ser, se não muda sua vida interior, não mudará nada; o exterior não é mais que a projeção do interior...
Chegou a hora de entender isto. Querem a felicidade, mas, de onde vão tirá-la? Não querem admitir que a causa de tudo que lhes acontece está dentro deles mesmos. Sim, cada qual leva as causas de seus sofrimentos dentro de si mesmo e, enquanto as causas não se dissolvam, os sofrimentos tampouco se dissolverão; todo efeito tem sua causa, toda causa provoca seu efeito.
Assim, se realmente queremos uma mudança radical, o que primeiro devemos compreender é que cada um de nós (seja branco ou negro, amarelo ou vermelho, ignorante ou culto, etc.) está em tal ou qual Nível de Ser. É muito certo e totalmente verdadeiro que o CAMINHO VERTICAL é também o Caminho da Autorrealização, o Caminho que nos conduz à Verdade que a tudo sustenta; é o Caminho do Super-Homem, o Caminho onde se conquistam extraordinários poderes, atributos e dons.
Contudo, paciente leitor, esse Caminho longo, estreito e difícil começa aqui e agora, não fugindo das adversidades da vida, mas sim enfrentando-as com o propósito de melhorar nosso Nível de Ser.
Nunca conhecemos um verdadeiro asceta deste Caminho, um Mestre no Sendeiro do Conhecimento Secreto que fosse adúltero, fofoqueiro, iracundo ou invejoso.
Esse Caminho Iniciático requer que previamente mudemos nosso Nível de Ser. Aí então começa o Caminho.
De que nos serviriam os poderes que divinizam se dentro de nós ainda levamos o rancor, o ódio, o amor-próprio, a cobiça, o medo ou a ira?
Assim, nós que nos colocamos a caminhar pela SENDA VERTICAL, antes de tudo nos propomos ao autodescobrimento, a conhecer nossos próprios erros para extirpá-los, para tirá-los de nós mesmos, porque só assim poderemos mudar fundamentalmente...
O Caminho e a Vida – Samael Aun Weor