Desta forma, é necessário que consideremos os eventos sincronísticos não relacionados com o princípio da causalidade, mas por terem um significado igual ou semelhante.

A sincronicidade é também referida por Jung de "coincidência significativa". A sincronicidade difere da coincidência, pois não implica somente aleatoriedade das circunstâncias, mas sim um padrão subjacente ou dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativas.

Carl Jung defende que os fenômenos sincronísticos podem ser agrupados em três categorias:

• Coincidência de um estado psíquico do observador com um acontecimento objetivo externo e simultâneo, que corresponde ao estado ou conteúdo psíquico, onde não há nenhuma evidência de uma conexão causal entre o estado psíquico e o acontecimento externo e onde, considerando-se a relativização psíquica do espaço e do tempo tal conexão é simplesmente inconcebível.
• Coincidência de um estado psíquico com um acontecimento exterior correspondente (mais ou menos simultâneo), que tem lugar fora do campo de percepção do observador, ou seja, espacialmente distante, e só se pode verificar posteriormente.
• Coincidência de um estado psíquico com um acontecimento futuro, portanto, distante no tempo e ainda não presente, e que só pode ser verificado também posteriormente.

Ademais, Jung acrescenta que "nos casos dois e três, os acontecimentos coincidentes ainda não estão presentes no campo de percepção do observador, mas foram antecipados no tempo, na medida em que só podem ser verificados posteriormente. Por este motivo, diz que semelhantes acontecimentos são "sincronísticos", o que não deve ser confundido com "sincrônicos".

Abaixo temos um exemplo de sincronicidade:

“Eu e um amigo estávamos na casa dele assistindo TV e uma pessoa em uma propaganda estava comendo morangos. Não ligo muito para eles, mas pareciam bons e perguntei se, por acaso, ele tinha morangos em casa. Meu amigo riu de mim, éramos dois jovens de 20 anos e a coisa menos provável de ele ter na geladeira era morango. Cerca de 20 minutos depois, alguém bate na porta e meu amigo vai atender.

Ele grita para eu ir ver algo, a mãe dele está parada na porta com uma daquelas caixas com um monte de morangos. Ele diz: "Diga a ele o que você disse!" Ela parece um pouco confusa, mas diz: "Eu estava voltando para casa e havia um cara vendendo morangos na parte de trás da caminhonete dele e pensei: Aposto que o David e seu amigo gostariam de alguns morangos..." Meu amigo disse para mim: "Bom, você estragou tudo. Todos nós temos um desejo e você desperdiçou o seu com morangos"