Certamente a citada lei nunca foi para mim algo novo, estranho ou extravagante: em nome disso que é o Divino, devo afirmar de forma especial que essa pragmática regra só a conheci através de minhas inusitadas vivências.
Dar fé de tudo aquilo que realmente experimentamos diretamente é um dever para com nossos semelhantes. Jamais quis escapar, evadir-me intelectualmente dessa múltipla variedade de recordações relacionadas com minhas três existências anteriores e o que corresponde a minha vida atual.
Para o bem da Grande Causa pela qual estamos lutando intensamente, prefiro encarar, assumir responsabilidades, pagar, confessar francamente meus erros, diante do veredito solene da consciência pública.
É oportuno declarar agora, de forma veraz e sem rodeios, que eu fui, na Espanha, o Marquês Juan Conrado, terceiro Grande Senhor da Província de Granada.
É evidente que essa foi a época dourada do famoso Império da Espanha: o cruel conquistador Hernán Cortés, aleivoso como ninguém, havia atravessado com sua espada o coração do México enquanto o impiedoso Pizarro, no Peru, fazia fugir as cem mil virgens.
Como muitos nobres e plebeus, aventureiros e perversos em busca de fortuna, embarcavam constantemente para a Nova Espanha, eu de modo algum poderia ser uma exceção. Em uma simples caravela, frágil e ligeira, naveguei durante vários meses pelo borrascoso oceano com o propósito de chegar a estas terras da América.
Não é exagero afirmar que jamais tive a intenção de saquear os Templos Sagrados dos Augustos Mistérios, nem de conquistar povos ou destruir cidadelas. Andei certamente por estas terras da América em busca de fortuna; infelizmente, cometi alguns erros.
É necessário estudá-los para conhecer os paralelos e verificar conscientemente a sábia Lei de Recorrência. Estes eram meus tempos de Boddhisattwa caído, e por certo não era uma mansa ovelha.
Passaram-se os séculos, e, como tenho a consciência desperta, jamais pude esquecer tanto desatino. O primeiro paralelo que devemos estudar se corresponde exatamente com meu atual corpo físico.
Tendo chegado numa frágil embarcação da mãe-pátria, estabeleci-me muito próximo dos penhascos nestas costas do Atlântico. Naqueles tempos da conquista espanhola, existia desgraçadamente este outro negócio internacional relacionado com a infame venda de negros africanos.
Então, para o bem ou para o mal, conheci uma nobre família de cor, originária da Argélia. Ainda recordo uma donzela tão negra e tão formosa como um sonho milagroso das Mil e Uma Noites.
Se compartilhei com ela o leito de prazeres no Jardim das Delícias, fui realmente movido pelo incentivo da curiosidade; queria conhecer o resultado deste cruzamento racial. Que dele nasceu um filho mulato, nada tem de estranho; mais tarde vieram o neto, o bisneto e o tataraneto.
Naqueles tempos de Boddhisattwa caído, esqueci-me das famosas marcas astrais que se originam no coito e que todo desencarnado leva em seu “Karmasaya”. É claro e manifesto que tais marcas o relacionam com as pessoas e o sangue associados com o “coito químico”; é oportuno dizer agora que os iogues da Índia já fizeram sobre isto profundos estudos.
Não é demais afirmar que meu atual corpo físico descende da citada cópula metafísica; em outras palavras, direi que assim vim a estar vestido com a carne que tenho em minha existência presente.
Meus antepassados paternos foram exatamente os descendentes daquele ato sexual do Marquês. É assombroso saber que nossos descendentes se convertem em ascendentes através do tempo e da distância. É maravilhoso que, depois de alguns séculos, venhamos a revestir-nos com nossa própria carne, convertendo-nos em filhos de nossos próprios filhos.
A vida do Marquês foi caracterizada por viagens incessantes por estas terras da Nova Espanha, e isto se repetiu em minhas existências subsequentes, incluindo a atual. Litelantes, como sempre, esteve a meu lado, suportando pacientemente todas essas sandices de meus tempos de Boddhisattwa caído.
Chegando o outono da vida em cada reencarnação, confesso sem rodeios que sempre tive de partir com a “enterradora”, uma antiga Iniciada pela qual sempre abandonava minha esposa e que em uma e outra existência cumpriu com seu dever de me dar sepultura cristã.
No entardecer de minha vida presente, voltou a mim essa antiga Iniciada; reconheci-a de imediato, porém, como já não estou caído, repudiei-a com doçura; ela se afastou angustiada.
Revestido com essa personalidade altiva e até insolente do Marquês, iniciei o retorno à pátria depois de certa rixa asquerosa motivada por um carregamento de diamantes em bruto extraídos de uma mina muito rica.
Para o bem de muitos leitores não é exagero fazer certa ênfase, afirmando cruamente que, depois de um curto intervalo na região dos mortos, entrei novamente em cena, reencarnando na Inglaterra. Ingressei na ilustre família Bleler, e fui batizado com o piedoso nome de Simeon.
Na flor da juventude transladei-me à Espanha, movido pelo anseio íntimo de retornar à América. Assim trabalha a Lei de Recorrência. Obviamente se repetiram no espaço e no tempo as mesmas cenas, idênticos dramas, despedidas semelhantes, etc., incluindo, como é natural, a viagem pelo oceano tempestuoso.
Saltei à terra, intrépido, nas costas tropicais da América do Sul, habitadas então por diversas tribos. Explorando várias regiões selvagens habitadas por animais ferozes, cheguei ao vale profundo de Nova Granada, aos pés das montanhas de Monserrate e Guadalupe: belo país governado pelo Vice-Rei Solís. É inquestionável que, por esses tempos, começava de fato a pagar o Karma que devia desde os anos do Marquês.
Entre estes crioulos da Nova Espanha, resultavam inúteis meus esforços para conseguir algum trabalho bem remunerado; desesperado pela má situação econômica, ingressei como um simples soldado raso no exército do Soberano: pelo menos ali encontrei pão, roupa e refúgio.
Aconteceu que, num dia festivo, bem de manhã, as tropas de Sua Majestade se preparavam para render honras muito especiais a seu chefe, e por isso se distribuíam aqui e acolá realizando manobras com o propósito de organizar filas.
Ainda recordo certo sargento mal-encarado e brigão que, revisando seu batalhão, dava gritos, maldizia, batia, etc. Prontamente, chegando diante de mim, me insultou gravemente porque meus pés não estavam em correta posição militar, e depois, observando detalhes minuciosos de minha jaqueta, me esbofeteou iradamente.
O que aconteceu a seguir não é muito difícil de adivinhar: não se pode esperar jamais nada de bom de um Boddhisattwa caído. Sem reflexão alguma, torpemente, cravei minha sanguinária baioneta de aço em seu peito de guerreiro.
O homem caiu por terra ferido de morte; gritos de pavor eram escutados por todos os lugares. Mas eu fui astuto, e, aproveitando precisamente a confusão, a desordem e o espanto, escapei daquele lugar, perseguido muito de perto pelos soldados bem armados.
Andei por muitos caminhos rumo às costas escarpadas do Oceano Atlântico; procuravam-me por todos os lugares, e por isso evitava sempre a passagem pelas alfândegas, dando muitas voltas através da selva.
Nos caminhos trafegáveis (que eram bem poucos naqueles tempos), passavam ao meu lado algumas carruagens puxadas por pares de briosos cavalos: nesses veículos viajavam pessoas que não tinham meu Karma, pessoas endinheiradas.
Um dia qualquer, à beira do caminho, próximo a uma aldeia, achei um comércio humilde, e entrei com o desejo de beber alguma coisa; queria me animar um pouco. Fiquei atônito, confuso e assombrado ao descobrir que a dona desse negócio era Litelantes. Oh! eu a havia amado tanto e agora a encontrava casada e mãe de muitos filhos. Que reclamação poderia fazer? Paguei a conta e saí dali com o coração dilacerado...
Continuava a marcha pelo caminho, quando com certo temor pude verificar que alguém vinha atrás de mim: o filho da senhora, uma espécie de prefeito rural. Aquele jovem tomou a palavra para dizer-me: “De acordo com o artigo 16 do Código do Vice-Rei, você está detido”.
Tentei inutilmente suborná-lo: aquele cavaleiro bem armado me conduziu diante dos tribunais, e é óbvio que, depois de ser sentenciado, tive de pagar uma longa pena de prisão pela morte do sargento.
Quando saí em liberdade, caminhei pelas margens selvagens e terríveis do caudaloso rio Magdalena, exercendo trabalhos materiais muito duros onde tivesse a oportunidade. Como nota interessante do presente capítulo, devo dizer que a Essência desse prefeito pelo qual tive de passar tantas amarguras, encerrado em uma imunda masmorra, retornou com corpo feminino; é agora uma de minhas filhas; já é até mãe de família, tendo me dado alguns netos.
Antes de seu reingresso, interroguei essa Alma nos mundos suprassensíveis; perguntei-lhe sobre o motivo que a induzia a querer-me como pai; respondeu dizendo que tinha arrependimento pelo mal que me havia causado, e que queria portar-se bem comigo para corrigir seus erros.
Confesso que está cumprindo sua palavra. Naquela época, me estabeleci nas costas do Oceano Atlântico depois de infinitas amarguras cármicas, repetindo assim todos os passos do insolente Marquês Juan Conrado...
O melhor que fiz foi haver estudado o esoterismo, a medicina natural, a botânica... Os nobres aborígenes daquelas terras tropicais me deram seu amor, agradecidos pelo meu trabalho de médico: curava-os sempre de forma desinteressada...
Algo insólito aconteceu certo dia: a espetacular aparição de um grande senhor vindo da Espanha. Esse cavalheiro me contou seus infortúnios. Trazia em seu navio toda sua fortuna, e os piratas o perseguiam. Queria um lugar seguro para suas riquezas.
Fraternalmente lhe ofereci consolo, e até lhe propus abrir um buraco e guardar nele suas riquezas: o senhor aceitou meus conselhos, não sem antes exigir-me solene juramento de honra e lealdade.
Com a fragrância da sinceridade e o perfume da cortesia, entramos em entendimento. Depois, dei ordens a minha gente, um grupo muito seleto de aborígenes. Estes cavaram a terra. Feito o buraco, colocamos ali com grande diligência um baú grande e uma caixa menor, contendo barras de ouro maciço e ricas joias de incalculável valor.
Por meio de certos exorcismos mágicos, fiz o encantamento da “preciosa guardada”, como dissera Don Mario Roso de Luna [N.T.: esoterista espanhol], com o propósito de tornar o tesouro invisível aos desagradáveis olhos da cobiça.
O cavalheiro me remunerou muito bem, fazendo-me generosa entrega de uma bolsa com moedas de ouro, e depois se afastou desses lugares, com o propósito de voltar a sua pátria para trazer dali sua família, pois desejava estabelecer-se senhorialmente nestas belas terras da Nova Espanha.
O relógio de areia do destino jamais se aquieta; passaram os dias, os meses e os anos, e aquele bom homem jamais regressou; talvez tenha morrido em sua terra, ou caído vítima da pirataria que então infestava os sete mares; não sei.
Existem casos sensacionais na vida; certo dia em minha presente reencarnação, estando longe desta minha terra mexicana, falava sobre este assunto com certo grupo de irmãos gnósticos, dentre os quais sobressaía por sua sabedoria o Mestre Gargha Kuichines.
Tive então uma tremenda surpresa: vi com místico assombro como o Soberano Comendador G.K. se levantava para confirmar de forma enfática minhas palavras. O citado Mestre nos informou que ele pessoalmente havia visto tal relato escrito em belos versos.
Nos falou de um velho livro empoeirado, e lamentou havê-lo emprestado. Valham-me Deus e Santa Maria! pois eu nada sabia de tal tratado. Velhas tradições antiquíssimas nos dizem que muitas pessoas dessas costas do Caribe estiveram procurando o tesouro de Bleler.
O curioso é que aqueles nobres aborígenes, que antes haviam enterrado tão rica fortuna, estejam novamente reincorporados, formando o grupo do Summum Supremum Santuarium. Assim trabalha a Lei de Recorrência.
Recordo claramente que, depois daquela minha tempestuosa existência com a dita personalidade inglesa, fui constantemente invocado por essas pessoas que se dedicam ao espiritismo.
Queriam que lhes dissesse o lugar onde se encontrava guardado o delicioso ouro, cobiçavam o tesouro de Bleler; porém, é evidente que, fiel a meu juramento na região dos mortos, jamais quis entregar-lhes o segredo. Repetindo os passos do insolente Marquês Juan Conrado, em minha subsequente existência vim a reencarnar-me no México; fui batizado com o nome de
Daniel Coronado; nasci no norte, nos arredores de Hermosillo, lugares todos estes conhecidos em outros tempos pelo Marquês. Meus pais quiseram para mim o melhor, e ainda jovem me inscreveram na Academia Militar, mas tudo foi em vão.
Num desses dias, aproveitei muito mal um fim de semana em banquetes e bebedeiras com más companhias. Confesso ainda, com certa vergonha, que tive de voltar para casa com o uniforme de cadete sujo, esfarrapado e envilecido...
É óbvio que meus pais se sentiram defraudados. É evidente que não voltei jamais à Academia Militar: Indubitavelmente, desde esse momento começou meu caminho de amarguras... Felizmente reencontrei então Litelantes; ela se encontrava reencarnada com o nome de Ligia Paca (ou Francisca). Em boa hora me recebeu como esposo...
Biografar qualquer vida é de fato um trabalho muito difícil, e de substancioso conteúdo, e por isso só faço ressaltar, com fins esotéricos, determinados detalhes.
Inquestionavelmente, eu não desfrutava de situação folgada; ganhava com dificuldade o pão nosso de cada dia; muitas vezes comia com o mísero salário de Ligia; ela era uma pobre professora de escola rural, e, para cúmulo, até a atormentava com meus execráveis ciúmes.
Não queria ver com bons olhos todos esses colegas do magistério que lhe tinham amizade... Entretanto, fiz algo útil naqueles tempos: formei um belo grupo esotérico gnóstico em plena Cidade do México.
Os estudantes dessa congregação retornaram a mim em minha atual existência, de acordo com a Lei da Recorrência... Durante o cruento regime porfirista tive um cargo por certo não muito agradável na Polícia Rural.
Cometi o erro imperdoável de julgar o famoso “Golondrino”, perigoso bandoleiro que assolava a comarca; é claro que tal malfeitor morreu fuzilado... Em minha atual existência o reencontrei reincorporado em corpo humano feminino; sofria delírio de perseguição, temia que o prendessem por furto; lutava para desatar-se de certos laços imaginários; acreditava que iriam fuzilá-lo...
É claro que cancelei minha dívida curando essa doente; os psiquiatras haviam falhado lamentavelmente: não foram capazes de curá-la... Ao explodir a rebelião contra Don Porfirio Díaz [N.T.: presidente do México], abandonei o nefasto posto na Rural. Então, com humildes proletários, pobres peões surrupiados das fazendas dos senhores, organizei um batalhão.
Era certamente admirável este valoroso punhado de gente humilde armada apenas com facões, pois ninguém tinha dinheiro para comprar armas de fogo. Felizmente o General Francisco Villa nos recebeu na Divisão do Norte; ali nos deram cavalos e fuzis.
Não há dúvida de que, nesses anos de tirania, lutamos por uma grande causa; o povo mexicano gemia sob as botas da ditadura... Em nome da verdade, devo dizer que minha personalidade como Daniel Coronado foi certamente um fracasso: as únicas coisas pelas quais valeu a pena viver foram o grupo esotérico no Distrito Federal e meu sacrifício na revolução...
Aos meus companheiros da rebelião digo: abandonei as fileiras quando adoeci gravemente. Nos últimos dias dessa vida tormentosa, andei pelas ruas da Cidade do México, descalço, com as roupas feitas em pedaços, faminto, velho, doente e mendigando...
Confesso francamente, com profundo pesar, que vim a morrer em um casebre imundo. Ainda recordo aquele instante em que o médico, sentado em uma cadeira, depois de me haver examinado, exclamou, balançando a cabeça: “Este caso está perdido”, e em seguida se retirou.
O que vem a seguir é tremendo: sinto um frio espantoso como gelo de morte. Aos meus ouvidos chegam gritos de desespero: “São Pedro, São Paulo, ajudem-no!” - assim exclamava essa mulher à qual chamo “a enterradora”. Estranhas mãos esqueléticas me agarram pela cintura e me tiram do corpo físico.
É óbvio que o Anjo da morte interveio. Resolutamente corta com sua foice o cordão de prata, a seguir me bendiz e se afasta. Bendita morte, quanto tempo fazia que te aguardava, ao fim viestes em meu auxílio, minha existência era bastante amarga! Repousei feliz nos mundos superiores depois de inumeráveis amarguras: certamente a humana dor dos mortais tem também seu limite, além do qual reina a paz.
Infelizmente, não durou muito aquele repouso no seio profundo da Eternidade: um dia qualquer, muito tranquilo, veio a mim um dos brilhantes Senhores da Lei. Tomou a palavra e disse: “Mestre Samael Aun Weor, já está tudo pronto, siga-me”. Eu respondi de imediato: “Sim, Venerável Mestre, está bem, segui-lo-ei”. Andamos então juntos por diversos lugares, e finalmente entramos numa casa senhorial; atravessamos um pátio, passamos por uma sala e a seguir entramos no quarto da dona da casa: ouvimos que se queixava, sofria dores de parto...
Esse foi o instante místico em que vi com assombro o cordão de prata de minha existência atual conectado psiquicamente à criança que estava por nascer. Momentos depois aquela criatura inalava com avidez o prana da vida: senti-me atraído para o interior desse pequeno organismo, e então chorei com todas as forças de minha alma...
Vi ao meu redor algumas pessoas que sorriam, e confesso que me chamou especialmente a atenção um gigante que me olhava com carinho; era meu pai terreno. Não faz mal dizer com certa ênfase que aquele bom autor de meus dias foi, na época medieval, durante os tempos da cavalaria, um nobre senhor que tive de vencer em cruentas batalhas.
Jurou então vingança, e é claro que a cumpriu em minha existência presente. Abandonei muito jovem a casa de meus pais, movido por dolorosas circunstâncias, e viajei por todos aqueles lugares onde antes estivera em vidas passadas.
Repetiram-se os mesmos dramas, as mesmas cenas: Litelantes apareceu novamente em meu caminho, reencontrei-me com meus velhos amigos; quis falar-lhes, porém não me reconheceram; foram inúteis meus esforços para fazê-los recordar nossos tempos antigos.
Entretanto, algo novo sucedeu em minha presente reencarnação: meu Real Ser interior fez esforços desesperados, terríveis, para trazer-me ao caminho reto, do qual havia me desviado há muito tempo. Confesso francamente que dissolvi o Ego e que me levantei do lodo da terra.
É óbvio que o Eu está submetido à Lei da Recorrência; quando o “Mim Mesmo” se dissolve, adquirimos liberdade, tornamo-nos independentes da citada lei. A prática me ensinou que as diferentes cenas das diversas existências se processam dentro da espiral cósmica, repetindo-se sempre, seja em espirais mais altas ou mais baixas.
Todos os feitos do Marquês, incluindo suas inúmeras viagens, repetiram-se sempre em espirais cada vez mais baixas nas três reencarnações subsequentes. Existem no mundo pessoas de repetição automática, exata, pessoas que renascem sempre na mesma cidade e em sua própria família.
É evidente que tais Egos já sabem de memória seu papel, e até se dão ao luxo de profetizar sobre si mesmos: é claro que a constante repetição não os deixa esquecer acontecimentos, por isso parecem adivinhos. Tais pessoas costumam assombrar seus familiares pela exatidão de seus prognósticos.
Palestra proferida por Samael Aun Weor