O que vi? Um cadáver. O que havia naquele caixão? Um corpo. Qual? O meu. Quem estava ante aquele caixão, na sala cheia de flores e grinaldas dos mortos? Os familiares.
Entre meus parentes, minha mãe terrena estava lá. Aproximei-me dela, beijei sua mão e disse: “Obrigada pelo corpo que você me deu; Aquele corpo me serviu muito, foi maravilhoso, obrigada!” Aproximei-me de todos os outros parentes, despedindo-me deles. Deixei aquela morada e mergulhei no seio da Natureza, convencido de que estava desencarnado...
Que havia? Natureza, vales, montanhas profundas, oceanos, nuvens, ar, sol. E meus parentes, o quê? Isso foi no passado, não tinha mais parentes. Os nomes e sobrenomes, minha linhagem, meu povo, minha língua, como eles ficaram? Coisas do passado! Agora estava imerso em uma natureza selvagem, absolutamente sozinho.
E então minha querida família, e o quê? Só pude exclamar: “Não tenho mais família!” E os seres que me cercam? Isso foi no passado; agora estou sozinho, assustadoramente sozinho. Eu sou apenas uma criatura da Natureza, uma natureza selvagem. O que há são vales, montanhas, uma terra molhada de chuva! “E minha casa? Qual casa? Você não tem mais uma casa. E bens? Muito menos bens terrenos.
De onde vou obtê-los? Então quem é você? Uma partícula da Natureza, uma Natureza selvagem que nada tem a ver com assuntos familiares”...“Conclusão: Minha família é toda a humanidade ou todas as humanidades, ou todos os mundos das humanidades planetárias, e isso é tudo”...
Senti, no entanto, um pouco de tristeza, ao perceber que o Cordão de Prata ainda não havia sido rompido. Ele queria quebrá-lo, mas permaneceu intacto. Não tive escolha a não ser voltar. Achava que já estava totalmente desligado da minha forma física, disse a mim mesmo, e tinha que voltar de novo... E voltei, sim, entrei no meu corpo.”
Trecho da Conferência “Os Três Fatores da Revolução da Consciência” – V.M. Samael Aun Weor