Aqui, o conhecimento direto da verdade chega naturalmente.
Este curso fornece uma investigação abrangente sobre o que realmente é a meditação, especialmente como ensinado e explicado nas verdadeiras escrituras em contraste com as milhares de teorias e práticas confusas que são promovidas hoje. Esta é a verdadeira meditação, que resulta em transformações poderosas e revelações sobre a existência.
"Meditação é a prática esotérica dos Gnósticos." - Samael Aun Weor
"Temos de experimentar a Verdade de forma direta, prática e real. Isto só é possível na quietude e silêncio da mente. Isto só se consegue através da meditação. Vivenciar a Verdade é o fundamental. Não será por meio do esforço que conseguiremos experimentar a Verdade. A Verdade não é um resultado. Ela não é o produto do esforço. A Verdade vem a nós mediante a compreensão profunda. Precisamos de esforço para trabalhar na Grande Obra, esforço para transmutar as energias criadoras, esforço para viver e percorrer o caminho da revolução integral, porém não precisamos de esforço para compreender a Verdade.
Samael Aun Weor
A Revolução da Dialética"
A ciência e prática da meditação são os elementos essenciais que guiam a consciência em direção ao entendimento. Se tornar um “Gnóstico” implica em se tornar um mestre na meditação. Ambos são sinônimos.
Você não pode se tornar um Gnóstico se não pode meditar. Isso se deve ao fato da palavra Gnose significar “experiência consciente da realidade”. Gnose se refere a um tipo de entendimento empírico ou compreensão de como a existência funciona e não apenas através de teorias, crenças ou ideias.
"Meditação é a prática esotérica dos Gnósticos – Samael Aun Weor"
O conhecimento consciente da realidade não pode ser adquirido através dos cinco sentidos. Se você quer possuir o conhecimento consciente das leis que gerenciam toda a existência, não pode adquiri-lo através dos seus cinco sentidos. Isto não é possível uma vez que o mundo dos sentidos é a parte mais baixa, mais densa da existência. É apenas uma fração do que existe. O que vemos e vivenciamos fisicamente são os resultados das causas que não são físicas. As causas são as leis da natureza. Com os nossos sentidos físicos não podemos ver as leis da natureza, apenas seus resultados. Com percepções físicas, nós podemos formular teorias ou deduções sobre essas leis, mas através dos sentidos físicos não podemos ver as leis por elas mesmas.
Isto é importante porque nós vivemos sob a jurisdição de leis que ignoramos. A humanidade está sofrendo devido à ignorância: falta de conhecimento. Com o objetivo de solucionar nosso problema mais urgente, nós precisamos ver diretamente e sem nenhuma dúvida o que está causando nossos problemas. Nós precisamos ver e entender as leis de forma a não nos encontrarmos em desequilíbrio com elas.
Para resolver qualquer problema, você tem que ir à causa do problema e modificá-la. Dito de outra forma e por meio de analogia: se você se encontra doente e morrendo, você não pode curar a sua doença tratando os sintomas (o que é, afinal, o que a medicina Ocidental muitas vezes faz). Quando pegamos um resfriado, tomamos um supressor de tosse ou algo para suprimir o nosso nariz escorrendo. Se sentirmos alguma dor, como uma dor de cabeça, nós tomamos um remédio para acabar com a dor; nós não lidamos com a causa da dor. Ao contrário, nós a evitamos. Nós não lidamos com as causas das nossas enfermidades. Ignoramos as causas, e queremos evitar as causas. Isso ocorre quando estamos doentes fisicamente, mas também psicologicamente. Nós evitamos ver as causas de nossas enfermidades psicológicas.
Para saber as causas de qualquer problema, nós temos ir onde as causas existem. As causas do sofrimento não são físicas. Para entendermos isso, nós temos que entender o que significa sofrimento. O Buda Shakyamuni falou sobre três tipos fundamentais de sofrimento:
1. Sofrimento do sofrimento: dor física e mental que é sofrida por todos os Seres.
2. Sofrimento da mudança: impermanência.
3. Sofrimento do condicionamento: Agregados psicológicos / ações contaminadas e delusões.
Nós geralmente pensamos em sofrimento como dor física, mas isso é apenas uma fração do nosso sofrimento. Nossos sofrimentos emocionais, mentais e espirituais são de longe muito mais intensos do que o sofrimento físico que suportamos, e as suas causas não são físicas. Além disso, nosso sofrimento físico está enraizado em causa e efeito que não são estritamente físicas; elas são também, por exemplo, energéticas, e as energias de nosso corpo físico não podem ser vistas diretamente com os sentidos físicos, mas podem ser vistas com outros sentidos. Essas energias estão na quarta dimensão (Jesod, o plano vital, relacionado com o nosso Chi ou energia vital).
As causas do nosso sofrimento – seja ele espiritual, emocional, mental ou físico, não podem ser encontradas com nossos sentidos físicos. Elas devem ser encontradas com os sentidos psicológicos, com sentidos espirituais, porque ali é onde as causas existem: na psique, na alma. A forma de acessar os sentidos superiores é através da meditação: a Ciência esotérica dos Gnósticos. Meditação é a ciência vital, é a pratica principal daquele que experiencia conscientemente as verdades mencionadas nas religiões.
Muitas pessoas acreditam quando estudam as obras de Samael Aun Weor e os muitos ensinamentos sobre a Gnose, que a alquimia sexual ou transmutação sexual é a prática principal dos gnósticos, mas isso não é verdade. É a prática base, sim, mas apenas praticando a transmutação não se cria um gnóstico. Praticar transmutação pode criar o bem ou mal, porque a transmutação é a ciência da Gnose, o conhecimento, que em hebraico é Daath, a Árvore do Conhecimento de Tob (Deus) ou Ra (normalmente traduzido como "mal", mas na verdade quer dizer poluição ou impureza). Transmutação cria dependendo de como a nossa energia criativa está polarizada.
Nossa energia agora se encontra condicionada pelo desejo, ego. A maior parte da nossa consciência, da nossa psique, está presa em desejo. Estamos presos em um apego a um "eu" que é falso. Por isso, a nossa energia está polarizada negativamente (Ra, “o mal"). Assim, mesmo se aprendermos a ciência da Gnose (Daath) e transmutarmos nossa energia sexual não significa que vamos nos tornar um anjo, um Buda, um mestre: um gnóstico. Significa apenas que estamos transformando energia de acordo com o nosso condicionamento atual.
O que faz de alguém um gnóstico, um Buda, um mestre, é o conhecimento consciente (Gnose) da verdade. Isso só é adquirido através do despertar da Consciência fora do desejo (ego), e isso é realizado através da Meditação. Não há outra maneira de adquiri-lo. Você não pode obter a Gnose através de um livro nem através de ouvir alguém falar. Você só pode obtê-la através de si mesmo, de dentro. É por isso que nós estudamos este caminho: para que possamos praticá-lo por nós mesmos.
Portanto, através dessa base, é essencial para nós nos tornarmos mestres de meditação. Esta é a única maneira que podemos nos garantir a capacidade de transformar e superar o sofrimento. É por isso que Samael Aun Weor implacavelmente exigiu que seus alunos meditassem rigorosamente. Ele não disse que se devia meditar ocasionalmente, ou de vez em quando, ou apenas um pouco. Ele exigiu rigorosa, persistente e consistente meditação. Ele enfatizou super esforços. Esses super esforços não são atividades mundanas, ganhar dinheiro, se tornar famoso ou estudar livros. Eles não são memorização, ou modificação da nossa personalidade para nos parecermos como um gnóstico. Os super esforços exigidos são super esforços de consciência: estarmos atentos, despertos, vermos a nós mesmos como verdadeiramente somos. Curiosamente, ele também disse para não nos esforçarmos:
"Vivenciar a Verdade é o fundamental. Não será por meio do esforço que conseguiremos experimentar a Verdade. A Verdade não é um resultado. Ela não é o produto do esforço. A Verdade vem a nós mediante a compreensão profunda.
Precisamos de esforço para trabalhar na Grande Obra, esforço para transmutar as energias criadoras, esforço para viver e percorrer o caminho da revolução integral, porém não precisamos de esforço para compreender a Verdade."
A Revolução da Dialética
Este tem sido a causa de alguma confusão. Por um lado, ele disse que temos que fazer super esforços, e ainda, ao mesmo tempo, ele disse que não se pode conhecer a verdade através de esforço. Portanto o que isso significa? Como é que vamos resolver esta aparente contradição? Na realidade, não há nenhuma contradição nessas duas declarações. É uma questão de entendermos o que elas significam.
As Quatro Nobres Verdades
O primeiro ensinamento do Buda Shakyamuni é chamado de "o primeiro giro da roda do Dharma". Nesse ensinamento ele deu à humanidade uma verdade tremenda, que são as Quatro Nobres Verdades. Essas Quatro Nobres Verdades ressaltam e explicam tudo sobre o caminho. Ao compreender a natureza das Quatro Nobres Verdades - conscientemente e não apenas com o intelecto, mas com o seu coração - você pode se manter no caminho. Isto é essencial porque a nossa mente quer nos levar para fora. O que são essas quatro nobres verdades?
A primeira é a verdade do sofrimento. Ele diz em um sutra:
"Esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimentos; união com o que é desagradável é sofrimento; separação do que é agradável é sofrimento; não conseguir o que se deseja é sofrimento, resumindo, os cinco agregados sujeitos a apego são sofrimento."
Nenhum de nós compreende esta verdade. Isso está comprovado, porque persistimos na ilusão de que podemos satisfazer nossos desejos. Nós pensamos e acreditamos que seremos felizes se pudemos satisfazer nossos desejos. Temos desejos relacionados com dinheiro, sexo, comida, status, segurança, e muito mais. No nível superficial, estes desejos estão relacionados com a nossa personalidade, e são celebradas pela sociedade por causa da nossa personalidade. Lembre-se que a nossa personalidade está enraizada no tempo e está relacionada com onde e como fomos criados. Por exemplo, podemos ter crescido em uma família bem-educada, por isso para a nossa personalidade o sucesso significa ser bem-educado, ter um bom emprego, uma casa e uma família, educar os filhos, etc. Para a nossa personalidade isso é "sucesso" e "felicidade". No entanto, em um nível mais profundo, é o ego que está dirigindo essa personalidade para alimentar esses desejos. Estas imagens mentais de sucesso ou felicidade estão enraizadas em desejos (egos) de orgulho: esses desejos querem que todos nos admirem. Esses desejos querem admiração ou louvor. Esses desejos estão também enraizados na inveja, porque queremos o que os outros tenham.
Eles também estão enraizados em ciúmes, porque queremos controlar nosso cônjuge, nossos filhos. Eles também têm suas raízes no medo, porque queremos segurança social, circunstancial e econômica. Em nossa mente, temos a ilusão de que nos perseguem desta maneira: desejos (egos) que manipulam a nossa personalidade baseada na ilusão de adquirirmos felicidade e evitarmos o sofrimento. Devido a essa ilusão, ignoramos a verdade, portanto o sofrimento se torna generalizado.
Todos os desejos que modificam nossa personalidade nos empurram para vivermos de uma forma que não é realista e que é baseada na ilusão. Tudo isso está girando em torno de um "eu" que não existe, e que em si mesmo é inerentemente vazio, o “eu” em que acreditamos é uma mentira. Assim, a nossa vida é condicionada pelo sofrimento porque vivemos na ignorância de nossa verdadeira natureza. Nós ignoramos quem o nosso Ser é. Não temos conhecimento consciente de nosso Íntimo. Em vez disso, estamos presos nesta ilusão autocriada de um "self", de um "eu". Assim, a primeira nobre verdade é a verdade do sofrimento.
A segunda nobre verdade diz que o sofrimento é causado pelo desejo. O desejo que causa o sofrimento não é apenas o desejo de comer, fornicar, reunir riqueza, se vingar, dominar, etc. O desejo raiz que causa sofrimento é um desejo por um “self”. É um desejo em estar de acordo com a as próprias ideias. É um agarramento a um “self” que não existe. Esse “self” é a personalidade (o que vemos em nossas características superficiais) e o ego (todas as características psicológicas por trás da personalidade, tais como orgulho, inveja, luxúria, medo, etc.).
Toda essa massa de agregados, essa conjunção de vontades concorrentes, é inerentemente vazia de existência, não possui realidade. Queremos o nosso "senso de si mesmo" para existirmos. Queremos sentir esse “eu”, “eu mesmo”, “mim mesmo”. Esse é o desejo raiz que causa o sofrimento e ignoramos este fato. Nós ignoramos que o “eu” que agarramos é falso. Nós ignoramos que o verdadeiro “self” é o Ser. Assim, a nossa vida é cheia de sofrimento, e nosso sofrimento é causado pelo desejo.
A terceira nobre verdade afirma que existe um antídoto para o sofrimento. Mais uma vez, ignoramos esta verdade. Em nosso dia-a-dia, na nossa vida de momento a momento, ignoramos que há um antídoto para o nosso sofrimento. Mesmo aqueles que anseiam por espiritualidade, que anseiam por uma religião, para se unir novamente com Deus, o fazem através de um "eu". Eles criam um “eu” gnóstico, um “eu” budista, um “eu” cristão, etc. Todo mundo cria um eu que gosta de se sentir espiritual, que gosta de se sentir parte de um grupo, que gosta de se sentir salvo, especial. Este "eu" é também falso. Este "eu" gosta de sentir a si mesmo como espiritual e bom, mas isso é uma mentira. Ele não vê a verdadeira natureza do caminho: que o antídoto para o sofrimento é a ausência do "eu".
A quarta nobre verdade explica o caminho para a libertação do sofrimento. A quarta nobre verdade explica o que a terceira nobre verdade postula. Enquanto a terceira nobre verdade diz que há um caminho além do sofrimento, um caminho para a libertação, a quarta verdade explica. A quarta verdade é o Caminho Óctuplo. Ele é chamado óctuplo porque no budismo esse caminho é descrito como tendo oito características fundamentais. Essas características são:
1.Visão harmoniosa
2.Intenção harmoniosa
3.Comunicação harmoniosa
4.Ação harmoniosa
5.Vocação harmoniosa
6.Esforço harmonioso
7.Atenção harmoniosa
8.Presença harmoniosa
Geralmente estes caminhos são traduzidos como "visão correta, pensamento correto", etc. A palavra Inglesa "correta" não é uma tradução muito boa. O que deve implicar é harmonioso, não direita ou esquerda, não algo dualista como em certo ou errado, mas algo além da dualidade, algo além do bem e do mal, algo que realmente existe, no sentido pleno da palavra.
Estes oito aspectos do caminho não são ações ou passos separados. Eles não são etapas de uma escada. São oito facetas de uma coisa, que é a quarta verdade, o caminho para a libertação.
No budismo, o caminho para a libertação é definido como "a cessação do sofrimento". Em outras palavras, o percurso leva à erradicação ou conquista da primeira verdade. O caminho leva à cessação do sofrimento.
O caminho óctuplo postula simplesmente isto: a fim de chegar à cessação do sofrimento, você deve remover a causa do sofrimento, que é o desejo. O desejo existe por causa do falso "eu". Portanto, se você remover o falso "eu", então desejo deixa de existir, e o sofrimento deixa de existir, e toda a roda é quebrada.
Você pode ver agora o quão bonito o primeiro ensinamento do Buda é, e como é poderoso. E, no entanto, nós não entendemos. Podemos ter ouvido este ensinamento muitas vezes. Podemos ter lido livros, podemos ter ouvido palestras, podemos ter meditado por vinte anos, podemos ter sido um budista que tomou votos. Mas nós não o compreendemos (ou seja, não temos a Gnose dele) porque ainda estamos aqui como sempre fomos: sofrendo na ignorância de nossa verdadeira natureza. Nós ainda estamos aflitos com muitos problemas.
Aquele que compreendeu as quatro nobres verdades completamente está fora da roda do sofrimento completamente. Aquele que compreendeu a verdade dentro dessas quatro nobres verdades, chamadas em sânscrito: Pratityasamutpada. Essa palavra pode ser traduzida de várias maneiras, mas a mais comum é a "originação dependente". Esta palavra significa que todas as coisas manifestadas são vazias de existência inerente e dependem de outras coisas. Elas são todas interdependentes e impermanentes. Todas as formas são vazias e todo o vazio é forma. Esse ensinamento é sintetizado no coração de todos os Sutras e Tantras, que é o Prajnaparamita Sutra, o “sutra do coração e sabedoria", que foi cantado diariamente durante dois mil anos pelos budistas, e que Samael Aun Weor estudou profundamente em Meditação. Ele adquiriu a capacidade de compreendê-lo através de sua experiência pessoal dele, e ele escreveu sobre e explicou o mesmo.
Estas oito etapas do caminho são uma ação, consciente, a fim de adquirir a experiência consciente do vazio, a verdadeira natureza da existência, a verdadeira natureza do que está em nós. O intelecto se esforça para compreender o que isso significa, porque os conceitos são completamente contrários com o que sentimos que somos "nós mesmos". A única forma de realmente entender é através da prática. Assim temos que aprender a meditar.
Quando estudamos estes oito passos, eles têm vários níveis de significado e implicam muitas coisas. Mas você pode olhar para eles em um nível superficial e ver como os sete primeiros estão preocupados com a forma que nos conduzimos de momento a momento.
Visão Harmoniosa
O primeiro aspecto do caminho é a visão harmoniosa. Esta palavra “visão” é a base para o restante das etapas. No contexto de qualquer tradição Mahayana, "visão" aponta para o Prajnaparamita.
Se você estudou as Paramitas ("perfeições"), a propósito, Prajna é a mais elevada, e está diretamente relacionada com este tópico.
"Forma é vazio, vazio é forma, o vazio não é diferente da forma, a forma também não é diferente de vazio. Da mesma forma, sensações, percepções, formações mentais e consciência são todos vazios. Portanto, Shariputra, todos os fenômenos são vazios. Eles são sem características definidoras. Eles não nascem, eles não se findam, eles não são impuros, nem puros, destituídos de acréscimos ou perdas;"
Para compreender como a existência e a não existência são uma coisa apenas somente é possível na esfera de Binah, que é Prajna. É por isso que um dos nomes dessa escritura em sânscrito é Bhagavati. O nome completo em sânscrito é Bhagavati Pranyaparamita Hridaya. Bhagavati é feminino e implica uma Mãe Divina. A Mãe Divina é quem dá à luz a qualquer Buda. Bhagavati é Binah na Árvore da Vida. Binah está relacionado com a Mãe Divina (Aima ou Eloha). A Mãe Divina é a inteligência, sabedoria, Prajna, compreensão.
É no reino da Prajna / Binah que podemos apreender as duas verdades ao mesmo tempo:
1.Existência convencional
2.Existência última
A visão do Prajnaparamita, visão última, é a capacidade de ver as duas verdades ao mesmo tempo, simultaneamente, como um evento cognitivo. Isso só é possível para alguém que tenha atingido esse nível de Binah, que tem a sua consciência vibrando no nível de Prajna. Temos que meditar para aprender isso. Esta não é uma meta inalcançável. Qualquer um pode experimentar esse nível, mas para alcançá-lo, é preciso aprender a colocar a consciência em perfeita equanimidade, perfeita serenidade. É por isso que nos foi dado os ensinamentos do caminho óctuplo.
Visão harmoniosa é a percepção do vazio, a vacuidade, o Absoluto. Observe que eu disse "percepção" e não a ideia ou a teoria. Visão harmoniosa, visão correta, é uma forma de percepção. Visão harmoniosa é para realmente ver o vazio na forma e a forma no vazio. Não se trata de pensar ou de sobrepor esse assunto do nosso ponto de vista, ou contemplar ou imaginar. Quando você vê, você não tem que pensar ou imaginar, você simplesmente olha. Visão harmoniosa é assim, mas que vê mais do que o mundo físico, e até mesmo além da quarta, quinta e sexta dimensões. Ele vê todas as dimensões simultaneamente. Nós não estamos lá ainda. Estamos presos em uma visão errada, uma ideia do "eu", um "eu" que nós adoramos. Esta é a visão errada, porque ele agarra a algo que não existe.
Para cultivar visão harmoniosa, temos que despertar a nossa consciência. Não amanhã, mas agora. Visão harmoniosa começa com a analise desse "eu". A análise que precisamos não é feita apenas com o intelecto ou através de crenças, mas com a percepção cognitiva. É olhar para si mesmo olhando para o que é real, questionando, não sentando nesta identidade, nesta gaiola, seguindo apenas o fluxo da vida.
Não podemos simplesmente ir junto com o nosso Carma, com nossas situações e desejos, mas devemos estar as questionando através de uma percepção cognitiva. De momento a momento, olhar para si mesmo com a análise consciente de:
Onde está o meu Ser?
Quem sou eu?
Quem é esse desejo?
Quem em mim que quer dinheiro, atenção, aceitação, aprovação?
O que eu estou vendo em mim agora vem do meu Ser, do meu Buda interior, ou é um desejo iludido?
Quem em mim que quer ser admirado, que quer se sentir seguro, que quer um título ou o sucesso ou o conforto?
Quem é este que está na minha mente agora?
Quem é esse em meu coração agora?
Quem é esta voz tagarelando em minha mente sobre seus desejos, ressentimentos, vontades, medos?
Mais uma vez: estas não são questões intelectuais, elas devem ser perguntas de conhecimento cognitivo. É uma maneira de observar a si mesmo, vigiando a si mesmo, criando uma separação interior. Isso requer esforço, um esforço enorme, super esforços. No entanto, tem que ocorrer dentro de um espaço de não esforço. Ou seja, a nossa consciência, a nossa vigilância interna precisa ser serena e natural.
Você vê, "Ser" é sem esforço. Quando queremos ser algo que não somos é que nos esforçamos.
Quando queremos projetar uma imagem que não é verdadeira, nós nos esforçamos.
Quando queremos algo que não pertence a nós, nós nos esforçarmos.
Quando queremos segurança, quando queremos parecer que sabemos alguma coisa e sermos respeitados, quando queremos dominar, quando queremos expressar nossa raiva, quando queremos vingança, quando queremos satisfazer os nossos desejos, quando queremos que os outros tenham inveja de nós, nós esforçamos nossa mente. Nós projetamos uma imagem, falamos de certa maneira, nos vestimos de certa maneira, caminhamos de certa maneira, agimos de determinada maneira.
Todos esses desejos, esses anelos, manipulam a nossa personalidade para projetar esse "eu" de modo que os outros vão nos dar o que queremos, ou que os nossos desejos vão conseguir o que querem.
Tudo isso é uma espécie de esforço psicológico que se baseia no desejo e na ilusão do "eu" Ele cria o sofrimento. A visão harmoniosa é ver as coisas como elas são.
Visão harmoniosa começa com o esforço para ver as nossas projeções, desejos, aversões, anelos, nossos egos na forma são. Isso exige esforço para sermos conscientes, mas para estarmos no espaço no qual podemos fazer isso, não devemos forçar a mente ou personalidade. Em outras palavras, você não deve projetar o seu "eu". Basta ser, e isso é tudo. Basta ser. No entanto, para sermos, devemos estar presentes e vigilantes. Se você não estiver prestando atenção, você não esta presente.
Consciência em Piloto automático não é a atenção plena.
Por exemplo, se você enfrenta uma grande crise, um grande problema, em seguida, você sentir uma urgência interior de agir, de fazer alguma coisa, de se esforçar. Se você está fora do trabalho e dinheiro é um problema real, então você pode sentir dor mental ou emocional e uma urgência de fazer alguma coisa: mostrar uma imagem de si mesmo para alguém que você vai ser contratado ou conseguir um emprego. Você sente a necessidade de projetar uma imagem de si mesmo para um entrevistador ou para um cliente, de modo que você vai conseguir um emprego e assim obter o dinheiro, que você pensa, irá reduzir o seu sofrimento. Uma situação como esta é comum, mas a maneira como lidamos com ela normalmente só produz sofrimento. Isto porque a fim de obter dinheiro ou um emprego, nós projetamos uma imagem de nós mesmos que não é realmente o que somos. Nós "vestimos" a imagem que projetamos de forma a caber em algum molde ou modelo e nenhuma delas tem nada a ver com quem ou o que realmente somos. Este é apenas um exemplo de algo que fazemos o tempo todo. Nós fazemos a mesma coisa para atrairmos um companheiro, ou amigos, ou a atenção em qualquer esfera da vida. Mentimos: projetamos uma imagem falsa. O pior de tudo é que fazemos isso para nós mesmos. Nós projetamos uma falsa imagem de nós mesmos, com base em imagens que admiramos ou invejamos.
Tudo isso é esforço psicológico, com base em falsos pontos de vista: a ignorância. Ou seja, a sua relação psicológica com a situação é falsa. Se você fizer um esforço para ser, para vera si mesmo como você realmente é, e você relaxar e deixar esses desejos irem embora e se lembrar de seu Ser (não apenas pensar sobre o seu Ser, mas senti seu Ser, e não apenas por um instante, mas continuamente), de repente, esse esforço vai embora, e você irá experienciar um ponto de vista diferente. Nos evangelhos, Jesus disse:
"Disse ao povo: Olhai e guardai-vos de toda a avareza, porque a vida de um homem não consiste na abundância das coisas que possui. Então lhes expôs uma parábola, dizendo: As terras de um homem rico produziram muito fruto. Ele discorria consigo: Que hei de fazer, pois não tenho onde recolher os meus frutos?
Disse: Farei isto; derrubarei os meus celeiros e os construirei maiores, e aí guardarei toda a colheita e os meus bens; e direi à minha alma: Minha alma tem muitos bens em depósito para largos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus disse-lhe: Insensato, esta noite te exigirão a tua alma; e as coisas que ajuntaste para quem serão? Assim é aquele que entesoura para si, e não é rico para com Deus.
Jesus disse a seus discípulos: Portanto vos digo: Não andeis cuidadosos da vida pelo que haveis de comer, nem do corpo pelo que haveis de vestir. Pois a vida é mais que o alimento, e o corpo mais que o vestido. Considerai os corvos, que não semeiam nem ceifam, não têm despensa nem celeiro; contudo Deus os alimenta. Quanto mais valeis vós do que as aves!
Qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um cúbito à sua estatura?
Se, pois, não podeis fazer nem as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?
Considerai os lírios, como não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois se Deus assim veste a erva no campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé!
Não procureis o que haveis de comer ou beber, nem andeis solícitos; porque os homens do mundo é que procuram todas estas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas.
Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. Não temas, pequeno rebanho; porque é do agrado de vosso Pai dar-vos o reino.
Vendei o que possuis e dai esmolas; fazei para vós bolsas que não envelheçam, um tesouro inexaurível nos céus, aonde o ladrão não chega nem a traça rói; porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
Estejam cingidas as vossas cintas [na castidade], e acesas as vossas candeias [desperta]; e sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das bodas; para que, quando vier e bater à porta, logo lhe abram. Bem-aventurados aqueles servos, a quem o senhor achar vigiando [conscientes], quando vier; em verdade vos digo que ele se cingirá, os fará sentar à mesa e, chegando-se, os servirá. Quer ele venha na segunda vigília, quer na terceira, bem-aventurados serão eles, se assim os achar.
Mas sabei que se o dono da casa tivesse sabido a que hora havia de vir o ladrão, não o haveria deixado arrombar a sua casa. Estai vós também apercebidos, porque à hora que não pensais, virá o Filho do homem."
Lucas 12
Esquecemo-nos a verdade dessa importante escritura, porque nos agarramos a um falso “self” e esquecemos o nosso verdadeiro Ser. Mas se nos lembrarmos de nós mesmos, se colocamos a nossa confiança no que está dentro de nós, então nós não esforçamos nada de "nós mesmos" e nos colocamos nas mãos de nosso Íntimo: de repente as respostas que precisamos surgem naturalmente, de forma espontânea, sem esforço.
Você pode ter experimentado algo semelhante, quando sem pensar em um problema, sem analisar um problema, se encontrando em um estado psicológico totalmente separado, talvez fazendo algo relaxante como tirar um cochilo, ou tomando um banho, de repente, a resposta para o problema aparece em sua cabeça, e você diz para si mesmo: "Ah! é tão fácil, é isso que eu tenho que fazer!" Tenho certeza que todos já tiveram uma experiência como essa. Isso ilustra esse ponto. A verdade vem quando menos se espera. A verdade vem sem esforço, vem naturalmente. No entanto, ignoramos isso, e agarramos a falsos pontos de vista. Se relaxarmos e abrirmos a nossa mente e coração com a percepção cognitiva, a verdade emerge naturalmente.
O que eu estou tentando passar para você é o seguinte: as verdades espirituais chegam da mesma forma. Insight em relação à realidade chega da mesma forma.
"Na vida prática, cada vez que um novo problema nos atormenta, fazemos muitos esforços inúteis. Apelamos aos esforços para resolvê-lo; lutamos e sofremos, mas depois, a única coisa que obtemos é cometer futilidades e complicar a nossa existência ainda mais.
Os desiludidos, os desencantados, aqueles que já nem sequer querem pensar, aqueles que não foram capazes de resolver um problema vital, encontraram a solução para ele quando sua mente estava serena e tranquila, quando eles não tinham esperança alguma.
Nenhuma verdade pode ser compreendida por meio de esforço. A verdade vem como um ladrão na noite, quando menos se espera.
Percepções extra-sensoriais durante a meditação, a iluminação, a solução para um problema, somente é possível quando não existe nenhum tipo de esforço consciente ou inconsciente, quando a mente não se esforça em ser mais do que ela é."
Samael Aun Weor, A Revolução da Dialética.
É dessa forma que a Meditação funciona. Se você está fazendo um enorme esforço psicológico em meditação, você está indo na direção errada. A Meditação, verdadeira meditação, é sem esforço, fácil, porque é natural, espontânea, que faz parte de nossa verdadeira natureza.
Para experimentar a natureza de seu Íntimo não requer nenhum esforço em tudo. O que ela exige é que você seja, que a sua mente se encontre em um estado de serenidade e sua consciência esteja ativa e desperta. Nesse estado, experiências surgem espontaneamente, naturalmente, porque essa é a função e finalidade da Consciência. Por isso, precisamos compreender corretamente o caminho dos oito passos.
Visão correta é aprender a ver o “self” da maneira que ele é, não apenas assumir que nossa suposta identidade é real, mas questioná-la.
Quando sentimos o desejo de raiva, ou sentimos a emoção de orgulho, temos de nos tornar conscientes disso e olhar internamente e ver: o que nessa experiência é real? Será que o que vemos ou experienciamos fundamentalmente existe, eternamente e sem limitações?
Um exemplo simples seria o de olhar para as sensações, porque todo o desejo funciona através de sensações: forma. Quando você sente fome, o seu corpo está dizendo a você para comer, mas o desejo fica no caminho. O desejo assume o controle da necessidade e o desejo (ego), diz: "Eu quero chocolate", ou "Eu quero um hambúrguer". Nós sentimos o desejo pelas sensações (gosto, olfato, visão, etc.) do hambúrguer. Alguns de nós podemos até mesmo agir como loucos tentando satisfazer esse desejo. Nós podemos nos tornar irritados, ressentidos, podemos manipular as pessoas, podemos vociferar e delirar. Todos nós temos diferentes maneiras de satisfazer nossas necessidades, nossos desejos. Alguns de nossos comportamentos orientados ao desejo são muito passivos e não visíveis, e alguns são muito dominantes. No entanto, na raiz desses comportamentos está esse desejo por uma sensação. Você vê, este é um exemplo baseado em uma necessidade verdadeira (comer). No entanto, a maioria dos nossos desejos não têm nada a ver com as nossas verdadeiras necessidades. A maioria dos nossos desejos são apenas ilusões, com base em nada além de ganância, gula, orgulho, luxúria, etc.
Nós ignoramos a verdadeira natureza das sensações que experimentamos, porque não temos visão harmoniosa. Nós não vemos que as sensações são verdadeiramente vazias e impermanentes: elas surgem, se sustentam brevemente, depois vão embora. Nós ignoramos isso porque somos escravos de nossos desejos. Se realmente compreendermos a natureza impermanente e ilusória das sensações, não iriamos gastar nossas vidas perseguindo algumas e evitando outras. Concentraríamos nossa energia e tempo nos aspectos da vida que são eternos e duradouros.
Nós fazemos um esforço enorme para satisfazer os nossos desejos. Este é um exemplo bastante básico, apenas comer algo que desejamos, não é mesmo? Mas podemos fazer grandes sacrifícios e percorrer um longo caminho e fazermos um grande esforço para obtermos um hambúrguer, ou para comermos alguma coisa que queremos comer, ou para comprar algo que queremos comprar, como um telefone novo, ou um carro novo. Podemos passar meses e meses pesquisando, desejando, economizando dinheiro, tudo com essa vontade de comprar alguma coisa. Mas o tempo todo não questionamos essa necessidade. Nós não vemos o vazio do desejo. Nós não vemos o "eu" por detrás desse desejo.
Quando conseguimos a coisa que nós queremos, nós desfrutamos essa sensação e o pêndulo da sensação balança no sentido do "prazer". Nós aproveitamos o prazer por um breve instante, mas depois esse prazer começa a desvanecer-se inevitavelmente. Depois de várias mordidas no hambúrguer, o gosto já não é tão maravilhoso mais. Talvez nós terminamos de comer e nos sentimos cheios, por isso não nos sentimos confortáveis. Podemos até sentir, "Ugh, não mais hambúrgueres, estou cansado disso". Nós não vemos o pêndulo de todo o desejo: o prazer é sempre seguido de dor. Satisfação é sempre seguida de desânimo ou decepção.
Nós não vemos que uma sensação surge, é sustentada por pouco tempo, e depois decai e vai embora. Fazemos esforços incríveis para conseguir algo que só nos satisfaz por alguns momentos. Então, nós estamos correndo atrás de algo mais.
Nós não vemos a impermanência das sensações, e por isso acabamos nos tornando escravos dessa uma polegada do nosso corpo. Você percebe isso? A língua é essa "uma polegada" que nos escraviza. E quanto ao resto? E quanto a todos os outros sentidos que nos escravizam? Nossa visão, nossa audição, nosso olfato, nosso tato, estamos escravizados pelos desejos através dos sentidos. Esta é uma das causas dos motivos do nosso sofrimento.
Se pudermos aplicar visão harmoniosa e começarmos a analisar essas sensações, para vê-las pelo que são, podemos começar a transformar nossas vidas. Nós podemos ter controle consciente sobre nós mesmos e não sermos vítimas do sofrimento.
Isto é verdade não apenas para um exemplo bobo, como comida, mas para exemplos mais graves, como a luxúria, o orgulho, ou a inveja. Inveja costuma ser a pior. Sabemos através dos nossos estudos e palestras que a luxúria é a raiz do ego. Mas o que cria mais sofrimento em nossas vidas, em nossa sociedade, é a inveja. A luxúria cria sofrimento para si mesmo, mas a inveja cria sofrimento para todos. Quando você deseja alguém, alguma coisa, ou uma sensação, e você quer satisfazer essa luxúria, isso afeta você e você sofre. Mas quando você inveja alguém ou quando alguém inveja você, existem duas pessoas envolvidas, talvez mais. O sofrimento é pior, ele é multiplicado. Mas o que é a inveja? Eu vou ler uma citação de Samael Aun Weor:
"Não precisamos de esforço para compreender que a inveja é uma das mais potentes molas da máquina social. Por que muita gente quer progredir? Por que tanta gente quer ter bonitas residências e carros elegantíssimos? Todo mundo inveja o bem alheio. A inveja é pesar pelo bem-estar alheio.
As mulheres elegantes são invejadas pelas outras menos elegantes e isto serve para intensificar a luta e a dor. As que não têm querem ter e até deixam de comer para comprar roupas e adornos de toda espécie com o único propósito de não serem menos do que ninguém.
Todo paladino de uma grande causa é mortalmente odiado pelos invejosos. A inveja do impotente, do vencido, do mesquinho, disfarça-se com a toga do juiz, com a túnica da santidade e do mestrado, com o sofisma que se aplaude ou com a beleza da humildade.
Se compreendermos de forma integral que somos invejosos, logicamente a inveja terminará e em seu lugar aparecerá a estrela que se alegra e resplandece pelo bem alheio."
Samael Aun Weor, A Revolução da Dialética
Como é raro para nós nos sentirmos realmente felizes pelo o sucesso de outra pessoa ou a felicidade de outra pessoa? Poderíamos "dizer" estamos felizes, mas geralmente sentimos inveja, porque queremos o que eles têm. Essa necessidade é um "eu", que não é real, mas que nós criamos e sustentamos por causa da ignorância.
Para que a visão harmoniosa seja aprofundada, para que possamos ver o vazio desse falso “self”, temos que trabalhar com o resto do caminho óctuplo.
Passos do Caminho Óctuplo
Intenção harmoniosa é o segundo aspecto. O que é a intenção harmoniosa? Em sânscrito é chamada Bodhichita. Bodhichitta é a mente de sabedoria, a mente desperta.
Intenção ou motivação harmoniosa é o aspecto final do caminho do Bodhisattva, que é trabalhar para o beneficio de outros. A Gnose é um ensinamento Mahayana. Esta tradição tem o seu objetivo principal: ajudar os outros a escapar do sofrimento. O verdadeiro gnóstico não age em prol de si mesmo. Dito isso em termos do Mahayana, um Bodhisattva faz cada ação em beneficio de outros. Essa é a intenção harmoniosa, motivação harmoniosa. Essa intenção harmoniosa é baseada na compreensão do vazio (o Absoluto), com base na visão harmoniosa do Prajnaparamita, a compreensão do vazio inerente. Compaixão e vazio combinados é a Bodhichita completa.
O terceiro aspecto é o discurso harmonioso: respeitar a palavra, para usar a sua língua para o benefício de outros. Nós usamos a nossa língua para nos beneficiar e usamos a nossa língua para destruir os outros. Gostamos de criticar, contar piadas, menosprezar as pessoas, tirar sarro das pessoas, fofocas. Raramente vemos alguém falar bem dos outros. Raramente falamos bem dos outros, sem inveja, sem orgulho. Raramente vemos o amor nas línguas dos seres humanos.
O quarto aspecto é a ação ou conduta harmoniosa. Isso é usar todos os seus veículos espirituais (corpos) da maneira certa, com base em (1) visão harmoniosa de sua verdadeira natureza (que é vazia) e (2) com base em Bodhichita: servir aos outros.
O quinto aspecto é a vocação harmoniosa: trabalhar em harmonia com a lei do Carma. Isso é transformar a nossa existência diária, cada uma das nossas atividades devem estar em harmonia com o carma, para o benefício de outros.
O sexto aspecto é o esforço harmonioso. O que é o esforço harmonioso? É diligência alegre. É uma virtude relacionada com o planeta Mercúrio. Diligência alegre é ter sua consciência desperta. É não ser preguiçoso como Consciência. Isso não significa estar muito ocupado em sua atividade física do dia-a-dia. O que isto significa é que você deve fazer um esforço para estar consciente continuamente, auto lembrança, auto-observação. Isto é, para manter todos os aspectos do caminho conscientemente.
O sétimo aspecto é atenção harmoniosa, ou atenção plena harmoniosa, é não se esquecer de estar consciente. Estar vigilante é manter-se continuamente na tentativa de estar consciente. Os iniciantes em Gnose aprendem a estar conscientes de si (esforço harmonioso), e podem fazer isso brevemente, isso é a auto- observação. Assim, o sétimo aspecto do caminho é estar atento da continuidade do sexto aspecto, a auto-observação, a tornando contínua. Vigilância é para não esquecer. É estar consciente do que você está fazendo. Então, você precisa estar atento em estar consciente.
Tudo isso leva ao oitavo aspecto, que é a presença harmoniosa.
Poderia parecer que os aspectos seis, sete e oito são a mesma coisa. Na verdade, se você dividir estes oito em uma trindade, eles são. Outra forma no budismo de olhar a maneira que trilhamos o caminho é através de três aspectos: visão, meditação e ação. Estes três no final estão relacionados com a meditação. A meditação é construída sobre esses três. Eles soam semelhantes, pois eles estão relacionados.
Presença harmoniosa é Prajna, sabedoria, meditação. Às vezes, você verá esta oitava etapa como concentração, mas isso não significa concentração preliminar. Isso significa a concentração no contexto de Samadhi.
A palavra Samadhi é sânscrita e pode ser traduzida como "Manter sem alterações, fixar de forma permanente". Quando você está realmente concentrado, você fixa a atenção. Concentração significa fixar a atenção em uma coisa. Mas Samadhi está além da mera concentração, em termos da língua inglesa. Samadhi é um estado de êxtase.
Nosso objetivo como aspirantes a gnósticos é aprender a unificar esses oito aspectos em um estado de consciência. Este não é um estado de consciência que você só acessa de vez em quando, mas é um estado de consciência que é eterno, natural, espontâneo e imortal. No Dzogchen e Mahamudra, é chamado de Rigpa, e é o estado natural da mente. É a sua natureza de Buda: a sua Consciência desperta natural. Quando ela está totalmente desenvolvida, torna-se "Buda", que significa "o desperto”.
A palavra Buda não é um nome, é um título. Há muitos níveis de Budas, porque cada um está em um nível diferente de compreensão e entendimento. No topo, no auge, além de Binah na Árvore da Vida, encontramos três Kayas: Sambogakaya, Nirmanakaya, Dharmakaya. Estes são níveis de Budas que estão se preparando para entrar no Absoluto (vazio). Em outras palavras, eles caminham para ter total e completo Prajnaparamita, a capacidade de ver simultaneamente o vazio de todas as coisas e a forma de todas as coisas, para ver não como uma teoria, mas através da visão. Em outras palavras, eles realizaram o caminho completo.
De onde estamos, começamos com o estudo da doutrina, tentando entender os conceitos para que possamos colocá-los em prática. Começamos onde estamos agora, não apenas debatendo sobre o vazio, não apenas brincando com o intelecto, com conceitos, mas tentando vivenciá-lo em nossas vidas diárias. A verdadeira Gnose é adquirida através da experiência, de modo que começamos aqui: O que é este "eu" que experimentamos a cada momento? Quem é esse "eu"? Assim, durante todo o dia, a partir do momento que levantamos, nós nos treinamos para começarmos com esta análise introspectiva: "Quem é este?" E com qualquer elemento que surja em nossa mente, temos que analisá-lo, cognitivamente, olhar o que vem em nossa mente para questioná-lo.
Como estamos agora, nós não analisamos ou questionamos qualquer coisa em nossas mentes. Vamos junto com o que surge. Assim que os desejos surjam na mente, nós começamos a agir sobre eles. Acordamos e queremos café, queremos comer, queremos ligar a TV, queremos ir direto para a internet, para verificar o nosso e-mail, ou começamos a nos prepararmos para o nosso dia, nos fazendo parecer atraentes, pensando: "Talvez hoje eu vá encontrar alguém especial, é melhor eu colocar essa colônia." Nós não percebemos que esses impulsos estão enraizados em um falso self. Eles não são autênticos, são falsos, são mentiras que contamos a nós mesmos. Precisamos nos treinar para começarmos cada dia, no nosso quotidiano, questionando a nós mesmos como:
"De onde estão vindo esses impulsos? Eu também estava sonhando isso durante toda a noite? Por quê? Por que eu preciso fazer estas coisas? Por que eu sigo automaticamente esses impulsos que surgem na minha mente? É este pensamento persistente que o meu Ser quer realmente? Esta atitude que estou pensando está realmente em harmonia com a lei divina?”
Desta forma, podemos começar a penetrar na jaula, para quebrá-la, para começarmos a sentir um pouco de liberdade da gaiola do sofrimento que nós fizemos. Desta forma, começamos a nos libertar das muitas formas de escravidão que temos ligadas a nós mesmos: sujeição à sociedade, à família, à nossa mente.
Esta autoanálise não exige que alguém se retire do mundo e abandone o mundo. O que ela implica é para um novo modo de ser: ao invés de sempre alimentar seu próprio falso “self”, você começa a pensar seriamente sobre o bem dos outros.
Como exemplo: se você está saindo para procurar um emprego e você se apresenta para se parecer com algo que você não é, e então você consegue o emprego, você vai sofrer, porque você realmente não pertence a esse trabalho ou local de trabalho. Você não estava sendo quem você realmente é. Quantas pessoas estão sofrendo em suas vidas diárias por causa deste tipo de erro!
Infelizmente, muitas pessoas fazem a mesma coisa quando procuram um cônjuge: eles se vestem de certa forma, agem de determinada maneira e falam de certa maneira, a fim de projetar uma imagem que eles acham que vai conquistar um determinado tipo de pessoa, mas em seguida, quando eles se envolvem com um novo companheiro, eles sofrem terrivelmente porque nunca podem relaxar e ser eles mesmos. Eles não estavam sendo honesto. Nada desse comportamento foi muito sincero. Então, como resultado, todo mundo sofre e o relacionamento termina inevitavelmente em lágrimas.
Não vamos cometer esses tipos de erros na vida. Seja honesto, seja autêntico. Mas para ser verdadeiramente autêntico, você tem que conhecer o seu verdadeiro “self”, que não é o "eu", o ego, é o Ser.
A dificuldade aqui, em primeiro lugar, é aprender a conhecer a si mesmo. Isto requer um esforço enorme. Em apenas um instante de desatenção e caímos no sono novamente, hipnotizados pelo ego, pela personalidade. Um instante, uma distração. Você pode manter perfeito conhecimento de todos os desejos em sua mente por alguns segundos? Por alguns minutos? Você pode ser capaz em determinadas situações, mas então e se você entrar em sua loja ou restaurante favorito? E se você se encontrar com todos os seus amigos? E se você vai a uma loja que tem tudo o que você sonha em possuir? Toda essa história de auto recordação vai por água abaixo, porque ao seu redor estão todas essas coisas lindas que você realmente quer. Por que isso acontece com você? Você sabe? Você já observou este tipo de evento em si mesmo?
Você não percebe que tudo o que nos rodeia nesta sociedade é projetado para nos manipular através da sensação? Cada anúncio é projetado para manipulá-lo através da sensação, para que você se sinta de uma certa maneira, de modo que você vai lhes dar o seu dinheiro. Eles dizem: "Se você comprar este produto, você vai se sentir bonita" - através da sensação. Com as suas imagens, sons e situações, eles estão dizendo: "Se você comprar este produto, você vai se sentir poderoso, você vai se sentir como um homem". "Se você beber álcool, você vai se sentir forte, maduro, adulto, um rebelde". "Se você usar esta marca, todo mundo vai te desejar ou invejar você". Queremos sentir essas sensações, por isso sucumbimos à publicidade.
Você vê o seu próprio vício à sensação? Quem tem a capacidade de conquistar isso? Quem tem a capacidade de conquistar a sensação? Não pense que é impossível: isso pode ser feito se você tiver o conhecimento do caminho.
Além disso, você vê que a atração da sensação é baseada em uma ilusão: a pretensão de que a sensação pode trazer felicidade? Essa ilusão também é baseada em uma ignorância fundamental em relação a nossa verdadeira natureza, porque, de fato, a verdadeira felicidade ou contentamento não depende de sensações de qualquer tipo. A verdadeira felicidade é um estado de consciência que não é dependente de condições sensuais. Em outras palavras, quando você experimenta a sua verdadeira natureza, você experimenta a felicidade e contentamento.
Em termos práticos, isso significa que temos que nos treinar para vermos a impermanência e a natureza ilusória de todas as experiências que temos, para que possamos adquirir verdadeiro "insight" (conhecimento) dessa experiência. Desta forma, a nossa consciência se acostuma a reconhecer delírios (egos) por aquilo que são: ilusão, ignorância, engano.
Assim, você pode pensar que você "conhece a si mesmo", [conhece o “self”], mas vamos ser honestos aqui. O que é esse “si mesmo”? Como você pode defini-lo? Que provas você tem para suportar o seu conceito de "self" [de si mesmo]?
Se você disser que o “self” é o corpo, então o corpo não é completamente o “self”, porque o corpo é muito inconstante, dependente de todos os tipos de condições externas fora de nosso controle, e muda constantemente de forma que não podemos o controlar. Além disso, há todos os tipos de experiências que podemos ter que estão claramente além das limitações do corpo físico. Assim, podemos rejeitar essa noção do “self” [mim mesmo] sendo o corpo.
Muitos dizem que o “self” está dentro do corpo, mas não é o próprio corpo. Nesse caso, onde ele está quando o corpo não está aqui? Você já teve alguma experiência do seu “self” sem o seu corpo? Você pode isolar um “self” que existe além do corpo físico ou sentidos? Falamos bastante sobre a consciência, então quando você começa a questionar e analisar a si mesmo: "Onde está meu Ser? Onde está o meu real Ser? Onde eu estou? Quem sou eu que está perguntando isso? Quem sou eu que está olhando para fora através destes olhos e escutando através destes ouvidos? Quem é esse?". Você pode realmente responder a estas perguntas? Você pode encontrar algo que existe independentemente dos aspectos físicos, como olhos, ouvidos, paladar, tato? Você pode achar esse "eu"? Fisicamente, você não pode. Se você não tiver os seus olhos, ouvidos, paladar, tato, como você experienciaria alguma coisa? Você já teve alguma experiência como essa sem estar utilizando os sentidos seja física ou não? Se você teve quem era então?
Provavelmente, podemos concordar que existe um “eu” além do corpo, mas o que é ou como existe está sujeito a uma enorme massa de teorias contraditórias e confusas. Alguns dizem que é a alma, mas não podem definir o que a alma é ou de que é feita.
As pessoas tendem a assumir ou acreditar em certas teorias de dois grandes grupos:
1 Que o eu [self] é eterno, imutável e nosso (eternalismo);
2 Não existe o eu, portanto nada importa (niilismo).
Quando a análise consciente que propusemos é totalmente utilizada na vida cotidiana e na meditação, se descobre que ambas as visões estão erradas.
Mais importante, a nossa própria noção do “self” se baseia numa falta de conhecimento (gnose) - ou seja, há falta de conhecimento (gnose) da realidade dentro de nós mesmos: nós sofremos pela ignorância. Precisamos experimentar a realidade do Ser, a fim de removermos o sofrimento de nossas vidas. Esta é a importância de se compreender este ensinamento: ao compreendermos o vazio, podemos ser livres da ignorância, e assim experimentarmos a verdadeira natureza do nosso Ser, que é a felicidade, compaixão e liberdade total.
Nosso objetivo na Gnose é saber a partir da experiência, então vamos começar com o que temos experimentado do nosso "self". Na verdade, a "ideia" do “self” que temos é baseada em uma ilusão. Pensamos em nosso “self” de certa maneira, mas não existe uma evidência para a nossa crença. Em vez disso, nosso muito amado "eu" se contradiz continuamente, é impermanente e ilusório, dependente de todos os tipos de condições e restrições, e em geral é tão vago e abstrato que ninguém neste planeta pode concordar com o que ele deveria ser.
Em palestras recentes, estamos estudando sobre os símbolos Caim e Abel da Bíblia, e nós entendemos que Caim representa a mente - o ego, em outras palavras. Abel representa a consciência, a alma. Mas vamos entender alguma coisa sobre esse símbolo. Em hebraico, a palavra הבל Habel, Abel, significa "futilidade, vapor, hálito ou fumaça". Por que isso? Como o símbolo da consciência pode significar "futilidade, vapor, hálito ou fumaça"? Se lermos as escrituras literalmente, poderíamos nos confundir e pensarmos "Deve ser um engano". Não é um equívoco. É realmente bonito. Mas para entender isso, você precisa entender pratityasamutpada: originação dependente, também conhecida como a cadeia da causalidade.
"Profundo Ananda, isso é pratityasamutpada e profunda ela se apresenta. É por não entender, não penetrar nessa lei, que este mundo se assemelha a uma bola emaranhada de fios... da qual o homem não escapa... Sofrendo com o ciclo de renascimentos. - Buda Shakyamuni"
A palavra sânscrita pratityasamutpada é extremamente profunda e difícil de entender, mas explica a própria base da libertação do sofrimento, por isso precisamos saber o que é e como entendê-la. Em síntese, ela afirma que tudo o que existe é dependente de causas e condições, e portanto tudo o que existe é vazio de existência inerente, ou seja, ela não pode existir por conta própria, por si só. Isso tem implicações muito profundas para o nosso trabalho espiritual.
Na Cabala, Habel ou Abel representa Nephesh, a alma que entra em manifestação a fim de cumprir o seu dever, que é servir a Deus, servir o Íntimo. Habel representa a alma, mas a alma não é o Ser. Habel é "vapor, hálito, fumaça, futilidade". Ou seja, Habel é meramente um vaso através do qual Deus pode operar. Habel, o fruto de Adão e Eva, não pode existir sem Adão e Eva. Ou seja, a nossa alma é dependente de suas raízes internas. A alma não pode existir por si só. Ela existe apenas em relação com o Íntimo. Assim, no nível fundamental, a nossa consciência é "vazia de existência". É dependente de causas e condições.
Este tipo de introspecção pode levar você muito profundo. Se você sair de seu corpo físico e se encontrar no plano astral, você pode se perguntar: "Quem sou eu? Quem é este? Onde estou?" Este é o propósito do exercício chamado a chave SOL (sujeito, objeto, lugar). O objetivo é questionar seu ambiente, a si mesmo: "O que é isso? Onde estou? Isso é real? Em qual dimensão estou?"
Quando você trabalha com esse tipo de análise de si mesmo, você pode encontrar nenhum “eu” [“self”]. Não há “self” independente dos agregados (skandhas). Então ficamos com um problema real: quem é esse que está pedindo, que está vendo, que está experimentando? Espiritualmente, você tem que responder a essa pergunta, mas você não pode respondê-la com o intelecto, Caim. Caim não sabe a resposta. Caim (o nosso intelecto em sua condição atual) é um assassino e um ladrão. Quando restaurado ao seu devido lugar, Caim tem sua função, que é servir ao espírito.
Abel também não sabe a resposta. Abel serve a Deus, mas é morto por Caim. E Abel significa "futilidade, vapor, hálito, fumaça". Que realidade há nisso? Não há nenhuma, porque para Caim e Abel existirem, deve ter havido Adão e Eva, e quem são Adão e Eva? Um símbolo de nosso Íntimo.
Você vê, em cada nível de nossa constituição psicológica e espiritual, não podemos encontrar um “self” independentemente existente. Quando você investigar isso fisicamente: “Quem é o meu “self”“? “É este corpo físico, imortal, independente, eterno"? Não, este corpo físico irá morrer, por isso sabemos que o corpo físico não é o “self”.
Então nós desenvolvemos a capacidade de sair do corpo e analisamos o corpo vital na quarta dimensão. Nós executamos a mesma análise sobre o corpo de energia (chi), mas este corpo também não existe em si mesmo, para sempre. Ele é temporal: ele nasce, ele se sustenta brevemente, então ele morre. Assim como uma sensação, não é permanente. Por que nós confiamos nessa aparência? Por que devemos confiar nele? Por que devemos acreditar que é o Ser se ele vai acabar?
Então vamos para o nosso corpo astral, o nosso corpo emocional. Consciente, acordado no plano astral, analisamos a nós mesmos: "Isto sou eu? Isso é o meu Ser?” Bem, este corpo astral, se é lunar, claramente não é eterno ou o verdadeiro “self”, porque este corpo será dissolvido pela natureza. Ele vai morrer. Se tivermos criado os corpos solares, então podemos fazer uma pausa sobre esta questão. "São estes corpos o meu Ser?" Ainda assim, a resposta é não, porque sem Deus, os corpos solares não podem existir. Sem o Íntimo, eles não podem agir. Sem o espírito eles estão mortos. Assim, portanto Abel, Habel, a alma, não é o Ser. Ele está vazio. Habel, Abel, a alma é "vapor, hálito, fumaça", pois para ele agir, o espírito deve estar lá.
Depois vamos mais longe, ao corpo de vontade (Tiphereth). Vamos mais longe ao corpo da Consciência (Geburah). Vamos mais longe para o corpo Átmico (Chesed). Em cada caso, continuamos com esta introspecção: "É isso o meu Ser? Esse sou eu?" Isso pode soar familiar para você, porque Samael Aun Weor deu esta prática, mas alguém tem que ser capaz de fazê-la conscientemente. A maioria de nós não pode sair do corpo físico conscientemente, muito menos ir conscientemente à vontade até a quarta, quinta e sexta dimensões, em ordem, por vontade. Podemos aprender a fazer isso, mas é preciso esforço.
No final, até mesmo o nosso Íntimo, mesmo Chesed, não é o nosso "real, eterno Ser". Nestes estudos nós dizemos Chesed é o nosso “self”, o nosso espírito, mas no contexto das mais elevadas filosofias Gnósticas, mesmo Chesed é dependente do sefirote acima dele, e em relação a esse nível, ele só existe por alguns instantes. O único eterno, elemento perpétuo que temos dentro está relacionado com o Absoluto. Portanto, a verdade mais elevada, o nível mais alto do Ser, é o Ain Soph. É o vazio, o ilimitado. Esta é a conclusão final que se vai chegar se você investigar conscientemente esta pergunta.
Então, como é que vamos tornar isso prático? Como podemos praticar a meditação sem esforço? A maioria de nós se esforça para meditar, lutamos. Isso é necessário, mas com quem você está lutando? Você tem que lutar contra os elementos certos para ter sucesso, para se tornar um mestre de meditação. Você está lutando contra o falso eu [self] ou você está lutando contra a verdade?
A maioria de nós, quando começa a meditar, começa com um desejo de algum tipo. Para algumas pessoas, é um desejo de ter poderes espirituais. Para alguns é querer ser um mestre, para ser admirado, um figurão, um sabe tudo, ser uma pessoa disputada, ser adorado. Alguns de nós não somos tão grandiosos. Alguns de nós começamos a meditar, porque temos o desejo de experimentar Samadhi, conhecer a Deus, para falar com um anjo, para falar com Jesus, para conversar com Buda. Estes desejos são bons e nós precisamos deles - nossa consciência, nossa alma precisa dessas experiências. Mas, infelizmente, o nosso ego tende a transformá-las em desejos, da mesma forma que desejamos um bolo de chocolate ou um cachorro-quente.
Equanimidade
Essa qualidade é onde é esclarecida a diferença entre esforço e empenho. Experiências em meditação são fáceis se não há desejo presente. Portanto, quando você meditar, observe-se a si mesmo: você está desejando o silêncio? Você deseja alguma experiência espiritual? Você está desejando sair do corpo? Então você não vai obter isso, ou se você conseguir, vai ser uma projeção desse desejo.
Experiência em Meditação vem quando a mente está em equanimidade. O que é equanimidade? Equanimidade é uma forma de equilíbrio. O estado de equanimidade nem deseja nem evita. Não é a favor ou contra, ele simplesmente é. Nós raramente experienciamos isso. Nós raramente experimentamos um estado de equanimidade porque estamos tão escravizados pelos desejos - desejos e aversões - que estamos sempre balançando de um lado para o outro. Nós imploramos experiências agradáveis em Meditação e tentamos evitar as dolorosas. Quando nos sentamos para meditar, os joelhos doem, nossas costas doem, nosso pescoço dói, e nos esforçamos para evitar essas dores, enquanto nós estamos almejando experiências, não estamos indo a lugar algum.
Outra bela palavra para equanimidade é aceitação. Deixe o que é for. Quando você se senta para meditar e você começa a observar a sua mente, deixe-a ser o que ela é. Se a sua mente estiver ativa, basta ver sua mente ativa, basta observar isso. Tudo o que surja em sua mente, você diz: "Sim, eu vejo esses pensamentos, estou ciente desses pensamentos, estou ciente desses desejos, estou ciente dessa dor.” E se a mente está quieta, você diz: "Sim, ok a mente está tranquila". Não dizer "Obaa!" porque esse “Obaa” é um desejo, e também não dizer "maldita meditação, minha mente não vai ficar quieta", porque isso é também é um desejo.
Equanimidade é a base para a meditação, mas você não pode estabelecer a equanimidade apenas em meditação. Você tem que estar estabelecendo equanimidade o tempo todo, a cada momento, a cada instante de sua vida de vigília e sono.
Conscientemente observar todo fenômeno, e vê-los como eles são. Pare de projetar a si mesmo e tentar mudar o mundo inteiro em sua mente. Aceite o que é, esteja em equanimidade, nem a favor ou contra.
O que isto significa é que, em vez de reagir a fenômeno automaticamente, guiados por impulsos que não vemos ou entendemos, aprendemos a como reagir de forma consciente, com o controle sobre nossos pensamentos, emoções e corpo, e assim ganhamos controle consciente sobre a direção de nossa vida. Desta forma, criamos menos problemas para nós mesmos e os outros, e pouco a pouco vamos desenvolvendo mais insights sobre a natureza da realidade. Em última análise, esse treinamento nos leva a sermos capazes de agir de forma espontânea, de acordo com a vontade de nosso Íntimo.
Portanto, em qualquer situação na vida, aprenda a ser um interceptor vigilante no controle consciente de sua mente, coração e corpo. Então, se alguém elogia você, você não pensar ou diz, "Sim, sim, me elogie mais". Você também não diz "Oh sim, cale a boca". Em vez disso, não importa o que você ouça, você vê pelo que realmente é, e o deixa ir, sem apego ou aversão. Cada sensação surge, se sustenta e depois passa. Não reaja automaticamente a nada. Não tente controlar tudo do lado de fora de si mesmo. Em vez disso, controle a sua atenção. Não tente mudar o que as pessoas dizem. Aceite o que você percebe, e compreenda. Quando você compreender elogios ou críticas, você irá perceber que são vazios. Quem eles estão elogiando? Um falso “self”, um ego, uma personalidade, um corpo físico que vai morrer! Qual é o ponto? O que há de bom em qualquer elogio em relação a algo impermanente que só cria sofrimento? Da mesma forma, o que há de bom em qualquer crítica? Reflita em si mesmo: "Eles estão criticando o meu corpo, a minha personalidade, o meu desejo ou eles estão criticando o meu Ser?” De qualquer forma, isso não importa, meu Ser é Deus, enquanto eu sou apenas uma formiga, uma formiga que vai morrer. Então, eles criticam a formiga. Isso faz deles algo vigoroso? Isso faz deles algo de bom? Isso os torna melhor do que eu ou pior do que eu? Não, tudo isso é irrelevante, é vazio. Se eles elogiam ou criticam meu Ser, e daí? Ele ainda é o meu Ser. A crítica é irrelevante.
Nós tendemos a ficar muito identificados com os problemas. Nossa mente está sempre cheia de: "O que eu faço? O que eu faço?" Nos dirigimos a todos que conhecemos tentando obter conselhos e opiniões e tentando resolver esses problemas com muito esforço. Nós não apenas aceitamos os problemas como eles são. Em vez disso, tentamos evitá-los, nós resistimos a eles, e nós fazemos tudo que pudermos para evitar a solução óbvia. Se aceitássemos os problemas, a solução seria óbvia e imediata. É muito simples: se você tem um problema, e existe uma solução, você vai resolvê-lo. Se você tem um problema e não há solução, você não vai resolvê-lo. Então por que você ficar chateado? Por causa da "Eu" (Eu não compus este conselho. É de Shantideva. Bonito e verdadeiro, não é mesmo?)
Assim, em todos os casos em nosso dia-a-dia, temos que cultivar este ponto de vista: ver a natureza vazia dos fenômenos, para desenvolver equanimidade consciente em todas as experiências, para ser a mesma pessoa, forte, consistente, que não se seduz facilmente pelas ondas da vida, uma pessoa que ama os outros, que preza os outros acima de si mesmo. Esta é a ética da Gnose, a ética do Mahayana Dharma.
Isso é o verdadeiro Dharma: apreciar os outros acima de nós mesmos, e possuir serenidade [equanimidade] em todas as situações. No entanto, a equanimidade não significa letargia, inatividade, ou complacência com o crime. Se alguém diz algo significativo para nós, nós aceitamos isso, mas não respondemos com violência. Isso não significa que devemos deixar que alguém realizasse alguma violência contra nós, não, temos de agir, a fim de proteger um ao outro. Mas emocionalmente, espiritualmente, não devemos reagir com qualquer julgamento, culpa, ou raiva: devemos amá-los. As pessoas que estão com raiva estão sofrendo. Você já refletiu sobre isso? Quando alguém está com raiva de você, criticando você, e o atacando, por que você fica com raiva em troca? Por causa do orgulho. Será que a ira vai resolver alguma coisa? Não, ela torna as coisas piores. Se respondermos com amor, compreensão, compaixão, a raiva seria dissipada, certo? O amor pode resolver, a raiva não pode.
Desta forma, em cada situação, nós cultivamos esta equanimidade: estar no meio. Nem elogiando ou nem culpando, nem desejando nem evitando; aceitando, vendo as coisas como elas são. Este ponto de vista consciente prepara o palco para a meditação se tornar fácil [sem esforço], porque então, quando nos sentamos para meditar, a única diferença é que fechamos os olhos. Nós fechamos nossos olhos e começamos a refletir sobre o que está em nossa mente. "O que está emergindo? Qual é o meu humor? Estou tenso?"
Normalmente, a primeira coisa que fazemos é observar nossos três cérebros. Tomamos uma posição confortável e fechamos os olhos e passamos nossa consciência em torno do nosso corpo físico, olhamos para ver, "Onde estou tenso e por quê?" Nós relaxamos. Se estivermos doentes ou se temos uma dor física de algum tipo, ou se estamos sofrendo de alguma forma, aceitamos isso, nós relaxamos. Nós deixamos o corpo apenas descansar. Então nós fazemos o mesmo com o nosso estado emocional. "Qual é o meu humor psicológico? Estou ansioso? Estou animado? Eu me Sinto preguiçoso? Eu me sinto ressentido? Eu me Sinto confuso, em conflito?" O que quer que encontramos, nós observamos, nós relaxamos, e deixamos ser o que é: nem resistindo nem desejando. Você vê, fisicamente nós resistimos e desejamos, emocionalmente nós resistimos e desejamos, e também na mente, nós resistimos e desejamos. Assim, da mesma forma, o antídoto é se tornar consciente de tudo o que está surgindo através de cada um dos cérebros: corpo, coração e mente - e relaxar.
Isso por si só poderia facilmente levar vários anos para aprender, porque a mente é tão caótica e nós somos tão ignorantes do que está acontecendo em nós fisicamente e psicologicamente. Mas por favor faça isso, mesmo se você levar 10 anos, porque uma vez que você aprender isso, então a meditação será fácil.
A realidade é que a meditação não é complicada e também não é difícil. É natural, fácil, espontânea, normal. A razão pela qual nós não podemos fazê-la é porque ignoramos a verdade da nossa situação, e nós somos apanhados desejando algumas coisas e evitando outras.
Comece com seus três cérebros.
A cada dia, reserve algum tempo para se sentar calmamente com os olhos fechados, e observar seu corpo, observar o seu coração, e em seguida observar a sua mente.
Não olhe para o relógio. Este é outro grande erro. Não diga: "Eu estou indo para meditar por dez minutos!" e você se senta e olha para o relógio por dez minutos, vinte minutos ou uma hora. Esqueça o relógio. Isto significa que é bem provável que seja ineficaz se sentar para meditar antes de ir para o trabalho, ou sempre quando você tiver sair de casa em breve, ou quando você estiver cozinhando ou à espera de alguém chegar, porque você está indo meditar agitado, e você vai perder seu tempo e acabando ficando frustrado pela prática de meditação. Nesses momentos, faça alguma coisa para se relaxar, como dar um passeio, ou apenas cantar alguns mantras. Então, mais tarde, quando estiver pronto para meditar, não tenha nada planejado depois.
Quando você se senta para meditar, você tem que esquecer tudo o resto.
Quando o corpo está relaxado, quando o coração está relaxado, quando a mente está relaxada, aí vem o passo mais importante - isso só acontece depois de você ter relaxado: abandone os seus sentidos físicos. Sim, você tem que deixar seu corpo completamente sozinho. Deixe-o descansar. Não preste atenção nele mais. É possível que você retenha alguma consciência do corpo, mas isso é diferente de prestar atenção nele.
A importância de esquecer o corpo físico é o motivo que, em minha opinião, meditação guiada é prejudicial. Eu não ensino ou recomendo meditação guiada, porque quando você está recebendo Meditação guiada, você permanece ligado ao seu sentido da audição. Por isso, você permanece em seu corpo. Portanto, você não pode sair de seu corpo para ter um Samadhi forte. Portanto, Meditação guiada constrói um hábito que é muito prejudicial.
Para meditar verdadeiramente, você tem que abandonar completamente os cinco sentidos. Você tem que abandonar o corpo físico, e uma vez que você fizer isso, então você vai ainda mais longe: você abandona o corpo vital, o corpo astral, o corpo mental, o corpo causal. É assim como você passa por níveis sucessivos de Samadhi. Mas você não pode chegar a qualquer um desses níveis, se você estiver sentado em seu corpo físico, ligado a uma sensação, como a audição, ou como uma dor em seu corpo, ou como um gosto em sua boca, ou um cheiro ou uma visão. Você não pode entrar em Samadhi enquanto você estiver fascinado, hipnotizado ou ligado a qualquer sensação. É por isso que eu também não recomendo tocar música para a prática de meditação. É ok para definir um estado de espírito, mas na maioria das vezes, quando alguém toca música durante a prática de meditação, eles acabam apenas ouvindo a música ou se distraindo com ela.
É legal meditar sobre a música, ou ouvi-la para ajudar a relaxar, mas se você ainda estiver ouvindo qualquer coisa através de seus ouvidos, você não vai chegar ao Samadhi (êxtase), onde a verdadeira compreensão flui. Mesmo se você estiver tentando compreender a música em meditação, você tem que sair do corpo físico, abandonando seus ouvidos físicos, a fim de realmente compreender essa música. Você pode fazer isso com as obras de Beethoven, Mozart, Bach - todos os grandes mestres - e eles vão lhe ensinar coisas bonitas, mas não enquanto você ainda estiver em seu corpo físico. Você pode usar a música como um veículo para sair de seu corpo, mas não se você estiver apegado aos seus ouvidos. Você tem que deixar as orelhas para trás. Isso não pode ser muito acentuado.
Para realmente meditar, para realmente dominar esta habilidade, para realmente experimentar o que é o Samadhi, você tem que abandonar o corpo.
Na maioria das vezes não podemos abandonar o corpo por causa do medo. Muitos de nós temos muito medo sobre Meditação. Talvez fomos educados de forma cristã e foi-nos dito repetidas vezes que "A meditação é do diabo". Isto é um crime trágico porque a meditação é o estado natural da Consciência. Através da prática da meditação, você acessa o estado natural de sua consciência. Todos os profetas e santos aprenderam e dominaram a Meditação. Jesus é um grande mestre de meditação - o melhor de todos, porque ele alcançou pleno Prajna (sabedoria), e ele pode ensinar isso a você.
Quando você se senta para meditar, você pode ter esse obstáculo do medo. Você pode estar sentado e perceber: “Uau, eu estou me sentindo um medo sutil, meu coração está tremendo em relação a Meditação”. Tenho medo de meditar. “É excelente que você possa ver isso”. Agora, aceite isso; repouse nisso, relaxe nisso, olhe para ver o que está dentro desses sentimentos. Descubra o que está neles. Qual é o elemento que está manipulando você? Você está se lembrando de seu Ser? Você está se lembrando de si mesmo? Talvez seja um desejo, talvez seja uma aversão. Encontrar esses elementos. Eles podem estar em qualquer um dos três cérebros. Se você fizer isso todos os dias, sem expectativas, mas fazendo porque está ajudando você a se conhecer melhor, eventualmente, sem espera, sem desejá-lo, de repente, você vai perceber que você está tendo uma bela experiência fora de seu corpo, com seu Ser, com um anjo, ou com você mesmo.
Tais experiências acontecem naturalmente. Você não pode forçá-las a acontecer. Você não pode forçar a mente a ficar em silêncio. Você não pode forçar o corpo a relaxar. Você não pode forçar o coração a ficar calmo. Você só pode parar de fazer as coisas dessa forma. Aprenda isso. Se o seu corpo está tenso, é porque você o fez ficar tenso. Pois para ele relaxar, pare de deixa-lo tenso. Deixe ir, aceite, relaxe. Você não pode forçá-lo a ser relaxado. Você não pode forçar-se a se acalmar, você só piora as coisas. Isso é esforço e isso é errado. Você não pode forçar seu coração a ser sereno, a ser feliz, porque a felicidade surge espontaneamente por conta própria. Mas você pode parar de se sentir ansioso, triste, deprimido, com raiva. Faça isso por aceitação, pela paciência, pela equanimidade. Quando isso é sincero, o coração se torna naturalmente sereno, feliz, um bonito lugar.
O mesmo é verdade para a mente. Você não pode forçar a sua mente a ficar quieta. Há muitos que tentaram. Muitas escolas da Meditação tentam forçar o seu corpo, coração e mente a se tornarem silenciosos e imóveis. Eles podem ir ao redor da sala com um pau pronto para atacar qualquer um que se mova, ou ter um guarda e se você recuar, se mover ou contorcer seu olho, eles vão puni-lo. Eles podem expulsá-lo se você se mover. Alguns de vocês podem se surpreender com isso, mas eu não estou inventando. Eu estive nessas escolas. Eu pratiquei nessas escolas. Eu sei essa técnica. Não funciona. É totalmente contraditório com a Meditação real. Ela empurra a todos na direção oposta de Meditação. Aqueles que praticam e ensinam essas técnicas estão traumatizando o próximo, e arruinando qualquer chance para a alma para aprender sobre a sua verdadeira natureza. Você não pode despertar positivamente através de violência ou ameaças.
Para realmente meditar, você não pode gerar esforço. Não caracterize a sua prática de meditação com um sentimento de obrigação tipo, "Eu tenho que meditar todos os dias." Você precisa analisar isso, porque isso é a visão errada. É prejudicial, é venenoso. Essa atitude irá com certeza levá-lo para fora do caminho. Com esse tipo de atitude, você não vai durar no caminho. Você não pode durar. Se você visualizar a meditação como algo impossível, difícil, doloroso, desagradável, má, difícil, então você está com a base equivocada.
É por isso que quando ensinamos Meditação, nós encorajamos você a desenvolver uma prática de meditação que você irá achar útil e benéfica, e que ajudará você a desenvolver um sentimento de paz e serenidade. Mas acima de tudo, nós encorajamos você a desenvolver uma prática de meditação que promove a auto- compreensão.
Não prejudique a si mesmo com pensamentos tipo: "Eu tenho de meditar seis horas por dia, porque Samael Aun Weor disse isso". Não prejudique a si mesmo com pensamentos tipo: "Se eu não meditar todos os dias, o meu instrutor vai me expulsar da escola". Alguns de vocês podem achar isso engraçado, mas eu conheço pessoas que pensam dessa forma. Há um monte deles. Isso é triste.
Devemos desenvolver nossa prática de meditação, porque queremos, e porque nos ajuda. Trabalhe dessa forma e a sua meditação será fácil. Ele irá alimentar você, irá nutri-lo, ela irá desenvolver a sua alma. E você vai adorar, e você vai descobrir que nada na vida vai lhe dar mais do que isso. Eu falo isso por experiência própria. Neste ponto da minha vida, estou preparado para desistir de qualquer coisa, mas não da minha prática de meditação. Tudo de valor que eu tenho veio da meditação, e é uma prática muito simples. Observar a si mesmo e relaxar. Daí vem toda a sabedoria no céu.
Traduzido e adaptado ao idioma Português pelo site Sabedoria Milenar através do original postado no link https://glorian.org/learn/courses-and-lectures/meditation-without-exertion/meditation-without-exertion-1. Qualquer adaptação ao idioma Português é unicamente e exclusivamente de responsabilidade do site Sabedoria Milenar.