Segunda, 13 Fevereiro 2023

O que são os sonhos?

Escrito por Samael Aun Weor
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De vez que os sonhos constituem uma função inerente à natureza humana, da qual, queira ou não queira, o próprio homem não pode se desligar, é facilmente compreensível que sejam muitos os que têm questionado, alguma vez em sua vida, o que são, de onde vêm e qual o sentido que podem ter os sonhos.

Se juntamos a isto a explicação incipiente que a ciência de hoje deu para este interessante fenômeno, não é de estranhar que, em pleno século XX, o mistério dos sonhos continue ainda intrigando grandemente a consciência da espécie humana.

Se o amigo leitor acredita que um dicionário dará resposta a estes enigmas, bastará que consulte um para que se desengane por si mesmo. Dizer que “um sonho é simplesmente a representação da fantasia de diferentes acontecimentos” é certamente uma explicação pobre, que continua deixando-nos cravado o espinho da dúvida.

Sigmund Freud, o ilustre médico austríaco criador da Psicanálise, estudou o fenômeno onírico utilizando-o como instrumento terapêutico, já que dizia que todo sonho é a visão de um desejo quase sempre escondido nas dobras do subconsciente humano. Vejamos o que disse o autor em seu livro “A interpretação dos sonhos”:

“Ao tratar das relações do sonho com a vida cotidiana desperta e a origem do material onírico, vemos que tanto os investigadores mais antigos como os mais modernos opinaram que o homem sonha com aquilo de que se ocupa durante o dia e que lhe interessa em sua vida desperta. Este interesse, que da vida desperta passa ao estado de repouso –os estímulos presentes durante o mesmo – deveria bastar para explicar a origem de todas as imagens oníricas.”

Além disto, Freud chegou inclusive a afirmar que esses interesses ou desejos subconscientes muitas vezes se disfarçavam sob a forma de imagens confusas e estranhas visões para ocultar, na verdade, os instintos sexuais reprimidos desde a infância.

Estas conclusões são contraditórias, certamente, com os múltiplos testemunhos que a história recolhe e que demonstram que esse enigmático mundo dos sonhos, além de ser o produto do afloramento dos desejos ocultos que existem em nossa psique, sejam ou não de caráter sexual, e da repetição mecânica dos acontecimentos da “vida cotidiana desperta”, são, ou podem ser também, o fruto de uma Inteligência Superior, uma Inteligência Divina que existe em toda a criação.

Essa Inteligência Divina, ou Princípios Inteligentes que existem tanto no infinitamente grande como no infinitamente pequeno, é o que mencionava frequentemente o célebre Platão quando dizia, tratando de definir o enigma onírico, que os sonhos são, antes de tudo, advertências a respeito do futuro enviadas pelos deuses.

Não ouviu falar nosso querido leitor de sonhos que se cumprem? Talvez seja uma dessas pessoas que, depois de haver sonhado algo, após um tempo vê isto realizado. Muitos são os que, de uma maneira mais simples, ficam atônitos pela sensação de haver vivido anteriormente um acontecimento, familiar, em muitos casos, por havê-lo sonhado antes.

Não obstante, a maior parte da sociedade tem ainda essa imagem equivocada sobre os sonhos. A crença popular de que o cachorro sonha com a presa de caça, o porco com as bolotas, o ganso com o milho e em geral todos os seres com seu mundo de desejos não é mais que a extensão dessa limitada e estreita visão que tinha Freud do vasto universo dos sonhos.

Esta foi a razão pela qual um de seus melhores discípulos, Carl Gustav Jung, se separou de seu mestre e se acercou da fonte das antigas tradições esotéricas para nela beber. Jung, além de afirmar que através dos sonhos se pode conhecer a verdadeira personalidade do ser humano, reconheceu nos sonhos a possibilidade de receber mensagens sobre o futuro.

Em seu livro “Memórias, Sonhos, Reflexões”, narra como certa vez sonhou que um gélido vento ártico arrasava os campos da Europa e os cobria de gelo; toda a região ficou desabitada e sem vegetação. Isto ocorreu em junho de 1914: justamente dois meses antes do início da Primeira Guerra Mundial.

Mas que mundo extraordinário é este que permite perceber acontecimentos inclusive de nosso próprio futuro?

Para podermos dar uma explicação coerente ao porquê de todos estes enigmas teríamos que apelar, sem sombra de dúvida, aos ensinamentos de um grande homem e sábio que revolucionou as ciências deste século XX: Albert Einstein.

Einstein, pai da Teoria da Relatividade, demonstrou que, pondo-se em vibração a estrutura atômica de qualquer objeto material ao quadrado da velocidade da luz (300.000 km/s), deixa o plano físico para penetrar no plano energético. Ou seja, existe uma ponte entre estes dois mundos (matéria e energia) determinada simplesmente pela velocidade ou vibração interna dos corpos.

Para fazer tudo isto mais acessível ao entendimento humano, o diremos de outra forma: acima e abaixo desta região física e material em que vivemos existem outras regiões ou mundos de manifestação que, não sendo físicos, são tão reais como este.

Um destes mundos não é outro que aquele ao qual vamos todas as noites enquanto o corpo dorme em sua cama. Nosso material anímico, quer dizer, nossa Consciência aprisionada neste conjunto de elementos indesejáveis que constituem o Ego, o Mim Mesmo, escapa de dentro do corpo nestes momentos, e, livre da forma, vive em regiões paralelas a esta dimensão física e tridimensional na qual nos atuamos durante o dia.

Isto que estamos afirmando aqui já o conheciam perfeitamente muitos estudiosos das ciências herméticas no Oriente. Eles sabiam que, além deste corpo de carne e osso, temos um corpo energético (o denominado material anímico), e que esse corpo está prisioneiro durante as horas do dia dentro do organismo físico. Além disso, sabiam perfeitamente que, quando este último se entrega ao sono, essa energia começa a volatilizar-se, a desprender-se das conexões com o organismo físico tridimensional para entrar em outras dimensões paralelas a esta.

O triste e lamentável é que este desprendimento se faz inconscientemente: a pessoa não se dá conta dos mecanismos que operam no processo que nos translada ao mundo dos sonhos, conhecido também, nestes estudos, como mundo astral. Nosso leitor deve saber que essa região é a mesma à qual vão os defuntos quando desencarnam. Por isso, talvez agora muitos compreendam a razão pela qual algumas vezes viram em sonhos pessoas já falecidas e até conversaram com elas, como se estivessem vivas, com uma naturalidade espantosa.

Este astral é a “Quarta Dimensão” da ciência moderna (veja a monografia que leva esse mesmo nome), onde o “Tempo” deixa de comportar-se segundo os critérios que agora utilizamos: o passado e o futuro se fraternizam num eterno presente, o ontem e o amanhã se mesclam no mesmo hoje… motivo este, está claro, pelo qual o famoso Platão afirmara que é possível ver em nossos sonhos cenas de nosso próprio futuro…

Os sonhos, realmente, podem chegar a ser, dependendo da nossa maneira de pensar, sentir e agir, um mecanismo formidável que há de aproximar-nos mais da solução final deste mistério que nossa própria vida encerra.

Em vista do exposto, é necessário que comecemos a revisar nossa forma antiquada de pensar sobre este importante tema. Se de verdade queremos mudar as circunstâncias de nossa vida, não podemos continuar pensando caduca e equivocadamente. A Gnose é um vinho novo, e “o vinho novo necessita odres novos” ...


Trecho da Conferência “Uma Resposta Definitiva aos Sonhos” – Samael Aun Weor

Informações adicionais

  • Complexidade do Texto: Intermediário
Ler 334 vezes Última modificação em Quarta, 22 Fevereiro 2023