A doença é muito mais que uma disfunção natural, ela faz parte do sistema de controle total que no momento se destina a estimular a nossa evolução. A doença é a revelação do fato de que somos pecadores e culpados ou de que não estamos bem.
Isto significa que enquanto participarmos da polaridade também participamos da culpa, da doença e da morte, e assim que aceitarmos esses fatos eles deixam de ter quaisquer conotações negativas. O que os torna nossos inimigos mortais é o mero fato de nos recusarmos a admiti-los e o fato de insistirmos em julgá-los e em opor-lhes resistência.
O homem está doente porque lhe falta unidade.. O homem vive do seu ego que está sempre faminto de poder, apresentando-se sempre com os mais novos disfarces, e quanto mais capazes e competentes formos, mais nos tornaremos vulneráveis às doenças.
Assim, aqueles que estão preparados para suportar a compreensão de que a doença, e a morte são companhias fieis da vida, acabam de descobrir que essa constatação não concretiza a desesperança, mas sim é a revelação de que são amigas que nos ajudarão encontrar o caminho verdadeiro e saudável.
Muito poucos de nossos amigos são tão honestos conosco, ou dispostos a expor todos os movimentos de nossas manobras do ego, a ponto de nos fazer olhar para nossos defeitos, ou enxergar a nossa sombra, pois os consideraríamos inimigos se o fizessem.
O mesmo acontece com a doença. Ela é honesta demais conosco para que lhe dediquemos amor e atenção. Nossa vaidade nos torna cegos, entretanto nossos sintomas nos obrigam a ser sinceros. Sua presença nos mostra aquilo que nos faz falta e recusamos trazer para a luz, o que fica na sombra e quer se manifestar bloqueando a nossa unilateralidade. “Prevenir é melhor que remediar”, o que significa que submeter-se voluntariamente, é melhor antes que a doença nos obrigue a fazê-lo.
A doença é o ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem. Temos que em vez de resistir, ouvir e ver o que a doença tem para nos dizer. Como pacientes temos que ouvir a nós próprios e estabelecer contatos com os nossos sintomas, para podermos captar as mensagens deles.
Precisamos questionar nossas suposições e nossos pontos de vista acerca de nossas personalidades, e precisamos aceitar conscientemente cada um dos sintomas como um professor, que deseja nos ensinar algo sobre a nossa forma física.
Precisamos tornar o sintoma supérfluo, na medida em que permitimos que ele faça entrar na nossa consciência aquilo que nos falta. A cura está sempre associada a uma ampliação da consciência e a um amadurecimento pessoal. Se um sintoma apareceu no corpo, porque parte da sombra aí se precipitou, e a cura é a inversão desse processo, na medida em que torna consciente o princípio por trás do sintoma, e assim ele simplesmente desaparece do corpo físico.
Resumo do Capitulo 5 – Livro A Doença como Caminho – Thorwald Dethlefsen e Rudiger Dahlke