Terça, 20 Junho 2023

Para Além de Nós Próprios

Escrito por Brian Weiss
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(Tempo Estimado de Leitura: 3 - 5 minutos)

A meditação e a visualização ajudá-lo-ão a deixar de pensar tanto e a começar a sua jornada de volta. A cura ocorrerá.

Começará a utilizar a parte da sua mente não utilizada. Poderá ver. Compreenderá. Crescerá em sabedoria. Então haverá paz.

Os nossos corações conhecem o caminho para a felicidade e a paz interior. Práticas espirituais como a meditação e a oração fazem-nos recordar aquilo que já sabemos. Quando nos esquecemos da mensagem do nosso coração e caímos nas rotinas, nas armadilhas da vida, sentimo-nos vazios e infelizes. Ficamos deprimidos e ansiosos. Confundimos a nossa perspectiva, esquecemos o quadro real e perdemo-nos no caminho.

A solução é simples. Arranje tempo para recordar-se da sua divindade, da sua natureza espiritual. Lembre-se do motivo por que aqui está. A meditação é uma maneira de fazer disparar a sua memória.

A meditação é arte ou a técnica de sossegar a mente de modo a silenciar a conversa interminável que normalmente preenche a nossa consciência. No sossego da mente silenciosa, aquele que medita começa a tornar-se um observador, a atingir um nível de desprendimento e a obter a percepção de um estado superior de consciência.

Ao arrancar-nos da rotina da nossa consciência do dia a dia, a meditação funciona com um instrumento que nos recorda aquilo que aprendemos sobre valores mais elevados, sobre os valores mais espirituais. Meditar regularmente equivale a recordar regularmente. Recordamo-nos do quadro global, daquilo que é realmente importante nas nossas vidas e daquilo que não é.

É preciso muita prática e disciplina para libertarmos a mente dos mil e um pensamentos diários. Eu tive de meditar diariamente durante três meses antes de conseguir atingir um grau de consciência mais profundo. É importante ser paciente e tentar não cair na frustração quando praticar. O sucesso na meditação não ocorre de um dia para o outro.

Não é imprescindível estar sentado na posição de lótus para meditar. Você pode meditar deitado, sentado numa cadeira, ou até quando estiver a falar. O objetivo é parar de pensar, observar e desprender-se, tornar-se atento e consciente.

À medida que se for ensinando a si próprio a meditar, talvez seja benéfico se tentar também a visualização e a hipnose. Estas duas técnicas implicam escutar a voz de um facilitador que poderá ajudá-lo a focar a sua concentração.

Quer na meditação, na visualização ou sob o efeito da hipnose, você nunca cede o controlo a ninguém. Não há “forças” que se apoderam da sua mente ou do corpo. Você não entra em nenhuma máquina do tempo. Você está simplesmente a concentrar-se profundamente e daí não advêm o menor perigo. Nesses estados, você pode sentir-se inspirado, pode atingir níveis superiores de consciência, pode despertar novamente para a sua natureza divina. Estes são caminhos para a iluminação. Esta é a essência da meditação. Cada passo que você dá é sagrado; cada respiração é divina.

Se compreender e praticar estes preceitos, passará a estar atento e a sua consciência mudará de uma perspectiva diária para a “outra” perspectiva. Tornar-se-á mais observador, mais desprendido e libertar-se-á do julgamento.

Tinha estado a ensinar uma paciente minha, uma diretora executiva, a meditar. No princípio de uma consulta, ela afirmou: “Acabo de ver uma árvore magnífica!” “Onde é que viu essa árvore?” perguntei. “Em frente da minha casa”, respondeu ela. A árvore sempre ali tinha estado.

Quando aprendemos a sossegar as nossas mentes, conseguimos ver as coisas mais magníficas.

Nos meus seminários ensino uma técnica de meditação simples que requer apenas dois minutos. Durante o primeiro minuto, instruo os membros do grupo para fecharem os olhos e respirarem profundamente umas quantas vezes e relaxarem. Nos quarenta e cinco segundos que se seguem, peço-lhes que mantenham as suas mentes completamente calmas e que tentem não pensar.

Evidentemente, para a maior parte das pessoas, isto é muito difícil. As nossas mentes abominam o vazio e, por isso, preenchemo-las com pensamentos vulgares, como por exemplo: “Doem-me as costas.” “Aquele ali está a tossir.” “Não devia ter tomado aquele pequeno almoço.”

Isto não é inspiração cósmica. Não precisamos deste tipo de pensamentos quando queremos que as nossas mentes estejam quietas, desprendidas, observantes.

No segundo minuto, instruo o grupo para que se imaginem sentados no fundo de um lago lindíssimo. Podem respirar normalmente. “Cada pensamento que tiverem”, digo-lhes eu, “coloquem esse pensamento numa bolha e vejam a bolha subir até à superfície do lago e desaparecer. Depois voltem a acalmar a vossa mente. Se tiverem outro pensamento, coloquem-no noutra bolha e vejam a bolha subir e desaparecer. Continuem a repetir este processo.”

No caso das pessoas que têm medo da água, digo-lhes que se imaginem sentados num campo lindíssimo e que utilizem um balão em vez da bolha. No minuto seguinte eles utilizam essas bolhas ou os balões. Começaram a meditar.

Chama-se a isto a meditação do balão, mas em alternativa você poderá utilizar uma palavra e focar a sua mente nessa palavra. Se a sua mente começar a dispersar-se, com gentileza, sem julgamento, traga a sua atenção de volta à palavra.

A palavra que você escolhe pode ser uma palavra neutra, como por exemplo o número um. Ou poderá ser uma palavra sânscrita, normalmente designada por mantra. Ou poderá ainda ser uma palavra com carga emocional, como por exemplo a palavra amor. Observe o sentimento que ela evoca.

Também pode utilizar um objeto visual, como uma vela ou uma flor, ou poderá recorrer à técnica antiga de focar a sua atenção na respiração, contanto cada inalação e expiração. Tente a meditação da bolha. Ficará surpreendido com os benefícios.


Trecho do Livro “A Divina Sabedoria dos Mestres” – Capítulo 14 – Brian Weiss

Informações adicionais

  • Complexidade do Texto: Avançado
Ler 330 vezes Última modificação em Sábado, 15 Julho 2023