Terça, 02 Março 2021

Os Chacras

Escrito por C.W. Leadbeater
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A palavra chacra é sânscrita, e significa roda. O uso em acepção figurada da palavra chacra. de que tratamos neste momento, refere-se a uma série de vórtices semelhantes a rodas que existem na superfície do duplo etérico do homem.

Os chacras, ou centros de força, são pontos de conexão ou enlace pelos quais flui a energia de um a outro veículo ou corpo do homem. Quem quer que possua um ligeiro grau de clarividência, pode vê-los facilmente no duplo etérico, em cuja superfície aparecem sob forma de depressões semelhantes a pratinhos ou vórtices.

Quando já totalmente desenvolvidos, assemelham-se a círculos de uns cinco centímetros de diâmetro, que brilham mortiçamente no homem vulgar, mas que, ao se excitarem vividamente, aumentam de tamanho e se veem como refulgentes e coruscantes torvelinhos à maneira de diminutos sóis. Às vezes falamos destes centros como se toscamente se correspondessem com determinados órgãos físicos; mas em realidade estão na superfície do duplo etérico, que se projeta ligeiramente mais além do corpo denso.

As pranchas (desenhos dos chacras) que exornam o texto representam os chacras tal como os percebe um clarividente muito evoluído e discreto que tenha já disciplinado suficientemente os seus para atuarem ordenadamente. Evidentemente, nem as cores das pranchas nem nenhuma cor deste mundo têm a suficiente luminosidade para igualar à do chacra respectivo; mas o desenho dá pelo menos uma ideia do verdadeiro aspecto destas rodas de luz.


O CHACRA FUNDAMENTAL


O primeiro centro, o radico ou fundamental, situado na base da espinha dorsal, recebe uma energia primária que emite quatro raios. Portanto, dispõe suas ondulações de modo que pareçam divididas em quadrantes alternativamente vermelhos e alaranjados com vazios entre eles, resultando de aí estarem como que assinalados com o sinal-da-cruz.

Por isso se costuma empregar a cruz como símbolo deste centro, e uma cruz às vezes flamígera para indicar o fogo serpentino residente neste chacra. Quando atua vigorosamente, é de ígnea cor vermelho alaranjada, em íntima correspondência com o tipo de vitalidade que lhe transfere o chacra esplênico. Com efeito, observaremos, em cada chacra, correspondência análoga com a cor de sua vitalidade.


O CHACRA ESPLÊNICO


O segundo chacra está situado no baço, e sua função é especializar, subdividir e difundir a vitalidade dimanante do sol. Esta vitalidade surge do chacra esplênico, subdividida em sete modalidades; seis correspondem aos seis raios do chacra, e a sétima fica concentrada no cubo da roda.

Portanto, tem este chacra seis pétalas ou ondulações de diversas cores, e é muito radiante, pois fulge como um sol. Em cada uma das seis subdivisões da roda predomina a cor de uma das modalidades da energia vital.

Estas cores são: vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul e violácea; isto é, as mesmas cores do espectro solar menos o índigo ou anil.


O CHACRA UMBILICAL


O terceiro chacra está situado no umbigo, ou melhor diríamos, no plexo solar, e recebe a energia primária que se subdivide em dez radiações, de modo que vibra como se estivesse dividido em dez ondulações ou pétalas.

Está intimamente relacionado com sentimentos e emoções de índole diversa. Sua cor predominante é uma curiosa combinação de vários matizes do vermelho, ainda que também contenha muito do verde.

As divisões são alternativas e principalmente vermelhas e verdes.


O CHACRA CARDÍACO 


O quarto chacra, situado no coração, é de brilhante cor de ouro, e cada um de seus quadrantes está dividido em três partes, pelo que tem doze ondulações, pois sua energia primária se subdivide em doze raios.


O CHACRA LARÍNGEO


O quinto centro está situado na garganta e tem dezesseis raios correspondentes a outras tantas modalidades da energia.

Embora haja bastante do azul em sua cor, o tom predominante é o prateado brilhante, parecido com o fulgor da luz da lua quando roça o mar.

Em seus raios predominam alternativamente o azul e o verde.


O CHACRA FRONTAL


O sexto chacra, situado entre as sobrancelhas, parece dividido em duas metades; uma em que predomina a cor rosada, ainda que com muito do amarelo, e a outra em que sobressai uma espécie de azul purpúreo. Ambas as cores se correspondem com as da vitalidade que o chacra recebe.

Talvez por esta razão dizem os tratados orientais que este chacra só tem duas pétalas; mas se observarmos as ondulações análogas às dos chacras anteriores, veremos que cada metade está subdividida em quarenta e oito ondulações, ou seja, noventa e seis no total, porque este é o número das radiações da energia primária recebida pelo chacra.

O brusco salto de dezesseis para noventa e seis raios, e a ainda maior variação súbita de noventa e seis a novecentos e setenta e dois raios que tem o chacra coronário, demonstram que são chacras de uma ordem inteiramente distinta da ordem dos até agora considerados.

Não conhecemos ainda todos os fatores que determinam o número de raios de um chacra; mas é evidente que representam modalidades da energia primária, e antes que possamos afirmar algo mais sobre esse particular, será necessário fazer centenas de observações e comparações, repetidamente comprovadas. Entretanto, não resta dúvida de que enquanto as necessidades da personalidade podem ser satisfeitas com limitados tipos de energia, nos superiores e permanentes princípios do homem encontramos uma tão complexa multiplicidade, que requer, para sua expressão, muito maiores e seletas modalidades de energia.


O CHACRA CORONÁRIO


O sétimo chacra no alto da cabeça, é o mais refulgente de todos, quando está em plena atividade, pois oferece abundância de indescritíveis efeitos cromáticos e vibra com quase inconcebível rapidez. Parece conter todos os matizes do espectro, ainda que no conjunto predomine o violeta. Os livros da índia denominam-no “a flor de mil pétalas”, e esta denominação não dista muito da verdade, pois são novecentas e sessenta as radiações da energia primária que recebe. Cada uma destas radiações aparece fielmente reproduzida na prancha do frontispício, embora seja muito difícil assinalar a separação das pétalas.

Além disso, este chacra tem uma característica que não possuem os outros, que consiste numa espécie de subalterno torvelinho central, de um branco fulgurante e com o núcleo cor de ouro. Este vórtice subsidiário é menos ativo e tem doze ondulações próprias.

Geralmente, o chacra coronário é o último que se atualiza. No princípio não difere em tamanho dos demais; mas à medida que o homem se adianta na senda do aperfeiçoamento espiritual, vai aumentando pouco a pouco, até cobrir toda a parte superior da cabeça. Outra particularidade acompanha o seu desenvolvimento. No princípio é, como todos os demais chacras, uma depressão do duplo etérico, pela qual penetra a divina energia procedente do exterior.

Mas quando o homem se reconhece rei da divina luz e se mostra magnânimo com tudo que o rodeia, o chacra coronário reverte, por assim dizer, de dentro para fora, e já não é um canal receptor, mas um radiante foco de energia, não uma depressão, mas uma proeminência ereta sobre a cabeça como uma cúpula, como uma verdadeira coroa de glória.

As imagens pictóricas e esculturais das divindades e excelsas personagens do Oriente, costumam mostrar esta proeminência, como se vê na estátua do Senhor Buda em Borobudur (ilha de Java) reproduzida. Este é o método usual de representar a proeminência, e de tal forma aparece sobre a cabeça de milhares de imagens do Senhor Buda no mundo oriental.

Em alguns casos, dois terços deste chacra são representados em forma de abóbada, constituída pelas novecentas e sessenta pétalas, e em cima outra abóbada menor, constituída pelas doze radiações do vórtice subalterno.

Assim aparece na cabeça da estátua ou imagem do Brama no Hokkaido de Todaiji de Nara (Japão), cuja Antiguidade remonta ao ano 749. O tocado desta cabeça representa o chacra coronário com a grinalda de chamas que brotam dele, e é diferente da representação do mesmo chacra na cabeça da estátua de Buda. Também se nota essa proeminência na simbologia cristã, como, por exemplo nas coroas dos vinte e quatro anciões, que as retiravam diante do trono do Senhor.

No homem muito evoluído, o chacra coronário fulgura com tanto esplendor, que cinge a sua cabeça como uma verdadeira coroa; e o significado da passagem da Apocalipse acima citada é que tudo quanto o homem conseguiu, o magnífico karma acumulado, toda a assombrosa energia espiritual que engendra, tudo deita perpetuamente aos pés do Logos, para que o empregue em Sua obra. Assim freqüentemente retira diante do trono do Senhor sua áurea coroa, porque continuamente restaura a energia proveniente de seu interior.


Livro Os Chakras – C.W. Leadbeater – Capítulo 1 (Os Centros de Força)

Informações adicionais

  • Complexidade do Texto: Avançado
Ler 1011 vezes Última modificação em Domingo, 21 Março 2021