Pois tudo o que colocamos (ou que nos colocam) sobre os ombros termina finalmente por pressionar a pélvis. Assim como acontece com as dores nas costas, não são as cargas que ombreamos conscientemente e com gosto que nos causam moléstias, e sim aquelas obrigações que arrastamos conosco de maneira inconsciente e não admitida.
Quando estamos à altura de uma responsabilidade, nós a aguentamos. Aquilo que carregamos conscientemente, seja concreto ou simbólico, é suportável, ainda que seja objetivamente pesado. Mas aquilo pelo qual não nos responsabilizamos e não admitimos torna-se rapidamente insuportável.
Quem, consciente e voluntariamente, suportou o peso e a dura responsabilidade de sua vida, exibe ombros fortes com os correspondentes músculos treinados. Quem, ao contrário, suporta menos, mas contra a vontade ou de forma inconsciente, sente a carga mais pesada e seus músculos se tornam rígidos e seus ombros, devido ao desgaste, doem.
A lição diz que é preciso ter clara para si a sobrecarga, para confrontar aquilo que se tomou sobre si de maneira consciente e inconsciente e o que, disso, oprime e tensiona. Pode-se então optar conscientemente entre continuar suportando-o voluntariamente ou se é preciso descarregá-lo, porque se tornou insuportável e torna a vida arrastada. Somente se pode livrar daquilo que realmente se conhece.
Livro A Doença como Linguagem da Alma - Rüdger Dahlke – Tensões nos ombros