Apegar-se traz dor, então buscamos ser desapegados. Mas, se explorarmos profundamente o significado do apego, veremos que desapego pode ser algo completamente diferente do que imaginamos.

Por que nos apegamos tanto às nossas posses, às pessoas, às ideias, às crenças? Há tantas formas de apego em nossas vidas. Existe um medo subjacente se não estamos apegados a algo? Sentimos que somos desleais se não nos apegamos a um amigo, uma ideia, uma experiência passada, um ente querido que já se foi?

Quando estamos conscientes do nosso apego, percebemos que ele surge do medo, solidão e vazio. Tentamos cultivar o desapego para escapar dessas dificuldades. No entanto, essa busca pelo desapego se torna um novo problema em si. A mente se ocupa com como alcançar o desapego, criando conflito interno e mais sofrimento.

Mas se simplesmente observarmos o apego sem buscar uma solução, sem condenar ou julgar, a mente se torna livre do problema do apego e do desapego. Com essa consciência profunda, podemos entender que onde há apego, falta amor verdadeiro. O apego busca segurança e continuidade pessoal, mas fugir dele só nos leva a um amor superficial e a uma vida de ideias e palavras vazias.

Ao encarar plenamente o problema do apego em todos os seus aspectos, começamos a descobrir suas profundezas e como nossa mente está presa ao passado, tanto nas dores quanto nos prazeres que experienciamos. Somente ao estar verdadeiramente vigilante podemos nos libertar dessas experiências e ir além.

Ao invés de simplesmente cultivar o desapego como uma virtude superficial, devemos explorar o apego de forma profunda e sem preconceitos. Assim, podemos descobrir algo completamente novo, além do apego e do desapego.

Veja o vídeo sobre esse assunto em nosso canal: https://youtu.be/oa9PvU0m1uI