Essa descoberta ocorreu quando a estátua foi encaminhada para reparos.
Acredita-se que o corpo encontrado no interior da estátua pertença ao mestre budista Liuquan, um membro proeminente da Escola Chinesa de Meditação que faleceu por volta do ano 1.100 d.C. Historiadores levantaram a hipótese de que o corpo de Liuquan tenha sido inserido na estátua por meio de um processo chamado auto-mumificação, no qual monges buscavam transformar-se em "Budas vivos".
Esse processo se estendia por décadas e requeria que os monges seguissem uma dieta especial, que gradualmente privava seus corpos na tentativa de aumentar as chances de preservação. Os monges se abstiveram de consumir alimentos à base de arroz, trigo e soja. Em vez disso, passaram a ingerir quantidades cada vez menores de nozes, frutas, cascas de árvores e agulhas de pinheiro, visando a diminuir a gordura corporal e a umidade. Também faziam uso de ervas, Castanhas de Cycadales e sementes de gergelim para inibir o crescimento de bactérias.
Depois de anos mantendo essa rigorosa dieta, o monge era então sepultado vivo em uma câmara subterrânea, permanecendo na posição de lótus. Eles respiravam por um canudo de bambu e entoavam escrituras budistas na completa escuridão. Diariamente, tocavam um sino de dentro da câmara para sinalizar aos auxiliares que estavam vivos. Quando o sino parava de tocar, o tubo de ar de bambu era retirado, e o túmulo era selado.
A tomografia revelou que os órgãos do monge haviam sido retirados e substituídos por pedaços de papel com caracteres chineses antigos. O método exato de remoção dos órgãos permanece um mistério.
Alguns pesquisadores acreditam que não foi descoberto por acidente, mas sim através de uma investigação deliberada. A estátua, parte de uma coleção particular na Holanda, levou a uma colaboração com um hospital para revelar o monge por meio de uma tomografia. Essa descoberta rara foi exibida em um museu húngaro e agora aguarda mais pesquisa nos Países Baixos.