Quinta, 19 Outubro 2023

A Importância da Transformação

Escrito por Samael Aun Weor
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Necessitamos compreender que o importante para nós é conseguir a transformação da vida; isto é possível se alguém se propõe profundamente fazê-lo...

O animal intelectual quer deixar de sofrer, mas não faz nada para mudar, não luta para passar a um nível superior do Ser; então, como pode mudar?

Todos os fenômenos são descontínuos; o dogma da Evolução não serve para nada, a não ser para estancar-nos. Conheço muitos pseudo-esoterista, gente sincera e de bom coração, que estão engarrafados no dogma da Evolução; aguardam que o tempo os aperfeiçoe, passam milhões de anos e nunca se aperfeiçoam. Por quê? Porque tais pessoas não fazem nada para mudar os níveis do Ser, permanecem sempre no mesmo degrau. Então, necessitamos passar além da Evolução e meter-nos pelo caminho revolucionário, pelo caminho da Revolução da Consciência ou da Dialética.

A Revolução da Dialética

“Transformação” significa que uma coisa muda em outra diferente. É lógico que tudo está submetido a mudanças.

Existem transformações muito conhecidas da matéria; ninguém poderia negar, por exemplo, que o açúcar se transforma em álcool, que o álcool, por sua vez, se converte em vinagre por ação dos fermentos (transformação de uma substância molecular em outra ). Sabe-se, pela nova química dos átomos e elementos, que o rádio, por exemplo, se transforma lentamente em chumbo.

Os alquimistas da Idade Média falavam da “transmutação do chumbo em ouro”. No entanto, nem sempre se referiam à questão metálica, meramente física. Normalmente queriam indicar a transmutação do “chumbo da personalidade”, no “ouro do espírito”.

Nos Evangelhos, a ideia do “Homem terreno”, comparado a uma semente capaz de crescimento, tem o mesmo significado. É obvio que, se o grão não morre, a planta não nasce. Em toda transformação existe MORTE e NASCIMENTO, ou MORTE e RESSURREIÇÃO.

O homem é uma máquina capaz de transformar certos alimentos que chegam até ele para seguir existindo.

Os alimentos que penetram em nosso organismo se dividem em três categorias. Ao primeiro tipo de alimento podemos denominar “comida”. Inquestionavelmente, para os alimentos que entram pela boca e a boca em si, há um meio que permite transformar estes princípios vitais. Refiro-me ao estômago. Se não fosse pelo estômago, não seria possível a transformação do primeiro tipo de alimentos.

No entanto, o alimento que entra pela boca não é o mais importante. Bem sabemos como se transformam os alimentos mediante a digestão; não há dúvida de que, em última síntese, os princípios vitais ficam depositados no sangue e este os dirige a todos os órgãos do corpo. No entanto, alguém pode permanecer algum tempo sem comer. O Mahatma Gandhi podia permanecer até quarenta dias sem comer, e ainda mais, chegou a ficar até dois ou três meses sem comer. Não é, pois, o alimento o mais importante.

O segundo tipo de alimento é o “prana’, que entra com o oxigênio dentro de nosso corpo físico; é aquele que penetra pelas portas da respiração, e, inquestionavelmente, existe um órgão ou órgãos especiais para a transformação do alimento que entra pelo nariz. Assim , o ar, mediante os pulmões, se transforma em oxigênio, e este oxigênio (o prana) se deposita, posteriormente, em toda a corrente sanguínea.

A respiração é mais importante que o alimento que entra pela boca e vai até o estômago, pois, como já disse, poderíamos ficar até cerca de um mês sem comer, mas não poderíamos permanecer muito tempo sem respirar.

Normalmente se pode ficar sem respirar um minuto ou dois, alguns chegam até a três. Alguém poderia chegar a permanecer sem respiração durante mais de quatro minutos (por treinamento), porém, inquestionavelmente, além desse pequeno tempo limitado, morreríamos se não respirássemos. Então, em realidade e de verdade, a respiração é mais importante que a comida física.

Por último, existe um terceiro tipo de alimento, que de fato é ainda mais importante. Refiro-me, de forma enfática, às IMPRESSÕES. Inquestionavelmente, não poderíamos existir nem um segundo se não fossem as impressões. Não poderíamos viver um segundo sequer sem receber impressões.

O que é uma “impressão”? Tudo o que possamos perceber, qualquer imagem, som, odor, sensação, sabor, estímulo, etc., é uma “impressão”. Percebemos todo esse mundo exterior que nos rodeia através das diversas “impressões” que penetram pelos sentidos.

Nosso organismo se nutre, muito especialmente, com as impressões. Se o ar não deixasse impressões em nossos pulmões e em nosso sangue, não viveríamos; se a comida não chegasse a impressionar o estômago e as vias intestinais, tampouco poderíamos viver.

Assim, as impressões são fundamentais. Infelizmente, ao contrário do que ocorre com a comida e o ar que respiramos, não temos um órgão capaz de TRANSFORMAR as impressões, não há um órgão para a digestão e transformação das impressões.

Quando comemos o alimento, tão necessário para nossa subsistência, este é transformado em todos esse elementos vitais tão indispensáveis à nossa vida. Se um alimento, por exemplo, passasse pelo estômago e não se transformasse, o organismo não poderia assimilar seus princípios, suas vitaminas, suas proteínas; seria, simplesmente, uma indigestão.

Se o ar, como existe ao redor de nós, não sofresse uma transformação antes de chegar ao sangue, o que aconteceria? Morreríamos. Assim, como compreenderão, tudo necessita passar por uma TRANSFORMAÇÃO.

É claro que os alimentos físicos se transformam, mas, por que não existe também uma transformação das impressões? Para os propósitos da Natureza, não há necessidade alguma de que o “animal intelectual” transforme suas impressões. No entanto, se queremos deixar de ser, simplesmente, “animais intelectuais” e converter-nos em verdadeiros “homens”, devemos aprender como transformar as impressões, e isto é possível se possuímos o conhecimento esotérico de fundo e compreendemos o porquê dessa necessidade.

A maioria das pessoas, no terreno da vida prática, crê que este mundo físico lhes dará o que almejam, e aí está, meus estimados amigos, um tremendo equívoco. A vida, em si mesma, carece de sentido transcendente, e necessitamos transformá-la em algo superior. Entretanto, uma pessoa não poderia realmente transformar sua vida se não transforma as impressões.

Não existe realmente isto da “vida externa”. Isto que estamos dizendo é muito revolucionário, pois todo o mundo crê que o físico é o real; porém , se vamos um pouquinho mais ao fundo, o que realmente estamos percebendo, a cada instante, são meramente impressões.

A vida é uma SUCESSÃO DE IMPRESSÕES, e não, como creem muitos “ignorantes ilustrados”, uma coisa sólida, física, exclusivamente material. A realidade da vida para nós são suas impressões.

A ideia que estamos exprimindo é certamente difícil de captar. É possível que vocês tenham a certeza de que a vida que têm existe como tal, e não como suas impressões. Estamos tão sugestionados pelo mundo físico que as pessoas obviamente pensam assim.

A pessoa que vemos sentada, por exemplo, em uma cadeira, aquele que nos sorri mais além, o menino que brinca com sua bicicleta, o pássaro que canta alegre sobre a rama, etc., são para nós algo real, não é verdade? Mas, se meditamos profundamente em tudo o que vemos, chegamos à conclusão de que o real são as impressões. Estas, como já disse, chegam à mente através das janelas dos cinco sentidos. Se não tivéssemos, por exemplo, olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, tato para tocar ou olfato para cheirar, ou sequer paladar para saborear os alimentos que entram em nosso organismo, existiria para nós isto que se chama “mundo físico”? Claro que não!

Todos os acontecimentos da vida chegam à mente sob a forma de impressões, todos os eventos chegam ao cérebro sob a forma de impressões. A alegria, a tristeza, a esperança, o desespero, os problemas, as preocupações, etc., chegam à mente como impressões. Qualquer circunstância, qualquer acontecimento, por insignificante que seja, sempre chega à mente sob a forma de impressões.


Palestra proferida por Samael Aun Weor

Informações adicionais

  • Complexidade do Texto: Avançado
Ler 287 vezes Última modificação em Segunda, 01 Julho 2024