06 - O Desdobramento Psíquico


Aqui temos várias técnicas que podem proporcionar ao estudante diligente o acesso ao mundo astral. Os Sonhos lúcidos como são conhecidos no cotidiano popular. O aluno deverá escolher a chave que mais possui afinidade e praticar todas as noites de forma intensa. Esse é um ensinamento similar a Yoga tibetana dos sonhos ensinada por Naropa a Marpa e depois ao grande yogue Milarepa. Também similar a Yoga Nidra dos adeptos do Senhor Khrisna. Bons Estudos!


“Já chegou o tempo em que os estudantes têm que aprender a entrar à vontade no Astral para receber o ensinamento direto dos grandes Instrutores. Já chegou a hora de abandonar as teorias e de ir diretamente à prática”.

Samael Aun Weor



O Desdobramento


"O homem é um trio de Corpo, Alma e Espírito. A Alma é o mediador entre o Espírito e o Corpo. Uma Alma se tem, um Espírito se é. O Íntimo é o Altíssimo dentro de nós; o Íntimo é o Espírito. O Testa­mento da Sabedoria diz: “Antes que a falsa aurora viesse a esta Terra, aque­les que haviam sobrevivido ao furacão e à tempestade exaltaram o Íntimo, e a eles apareceram os mensageiros da aurora”.

Entre o homem terrestre e o Íntimo está a Alma. A Alma tem um corpo ultra-sensível e material com o qual viaja através do espaço. O corpo da Alma é o Corpo Astral; assim, o Corpo Astral tem algo de humano e algo de divino.

O Corpo Astral tem sua ultrafisiologia e sua ultra-patologia intima­mente relacionadas com o Sistema Nervoso Grande Simpático e com nossas glândulas de secreção interna. O Corpo Astral é dotado de maravilhosos sentidos com os quais podemos investigar os grandes mistérios da vida e da morte.

Dentro do Astral estão a mente, a vontade e a consciência.

Nossos discípulos devem aprender a sair em corpo Astral."

Mistérios Maiores


Meus amigos, é preciso que vocês compreendam a necessidade de aprender a sair do corpo físico à vontade; quero que compreendam que o corpo físico é uma casa na qual não temos por que ficar prisioneiros.

É indispensável entrar na Região dos Mortos à vontade, visitar as Regiões Celestiais, conhecer outros mundos do espaço infinito.

Fora do corpo físico alguém pode dar-se ao luxo de invocar os seres queridos que já passaram pelas portas da morte. Estes concorrerão ao nosso chamado e, assim, poderemos conversar pessoalmente com eles.

Há nigromantes (magos negros) que sabem invocar os defuntos a fim de torná-los visíveis e palpáveis neste mundo físico, mas preferimos ir às regiões onde vivem para visitá-los, saber do estado em que se en­contram, etc.

Fora do corpo físico podemos invocar os anjos para conversar com eles frente a frente, pessoalmente.

Entendam que no passado tivemos outros corpos e outras existên­cias. Fora do corpo físico podemos recordá-las e revivê-las com total exa­tidão. A chave para alguém sair desta forma densa, para sair deste corpo carnal, é muito simples.

Prestem bastante atenção. Pode-se escapar do corpo de carne e osso à vontade naquele momento de transição que existe entre a vigília e o sono.

Vem-me à memória um caso especial. Certa vez, cheguei a um po­voado e procurei um hotel, mas estavam todos cheios, não havia hospe­dagem para ninguém. À última hora, consegui alojamento em um dor­mitório.

Havia ali muitas camas, onde dormiam muitos hóspedes. Paguei pelo último dos leitos que estava desocupado e deitei-me nele para dor­mir. Lá pela meia-noite, um homem bateu na porta daquela casa solici­tando alojamento. A dona da casa levou-o ao salão e disse: “Veja, não tenho cama; estão todas ocupadas”. O viajante protestou: “Não há hospe­dagem em lugar algum; vou dormir aqui mesmo, ainda que seja no chão. Coloque no chão um colchão, tapete ou esteira e um travesseiro para minha cabeça, porque estou muito cansado”.

A dona da casa de cômodos, comovida, concordou em dar ao ho­mem o que pedia.

Eu estava acordado, vendo e ouvindo tudo aquilo. O viajante dei­tou-se no chão e se dispôs a dormir. Então, observei-o detalhadamente. Enquanto estava desperto, movia-se de um lado para outro como que querendo acomodar-se ao duro piso. De repente, deixou de se movimen­tar, e vi com assombro uma nuvem acinzentada e ovóide saindo de todos os poros de seu corpo.

A nuvenzinha flutuou por alguns instantes sobre aquele corpo cansado; depois, colocando-se na posição vertical, assumiu a forma do peregrino. Olhou-me fixamente e saiu do salão, caminhando com toda a normalidade.

Eis aqui, amigos, o que sempre acontece neste estado de transição entre a vigília e o sono. O viajante afastou-se de sua forma densa; todos vocês fazem o mesmo, mas inconscientemente. Não digo com isto que aquele cavalheiro realizou uma saída consciente; no entanto, a mesma coisa pode ser feita com o poder da vontade e conscientemente.

Realmente, trata-se de um processo natural. Dar-se conta de seus próprios processos naturais jamais poderá ser prejudicial a alguém. Rea­lizar todas as suas funções conscientemente, ao invés de fazê-lo de uma maneira inconsciente e involuntária, nunca será perigoso. É por isso que ponho certa ênfase na necessidade de se aproveitar o momento de tran­sição entre a vigília e o sono para se abandonar o corpo de carne e entrar consciente na Região dos Mistérios.

Há gente incrédula que diz: “Que pode você saber do além? Como pode saber do que há ”do telhado para cima”? Por acaso você foi ao outro mundo e voltou?”, etc.

Estimados amigos, afirmo e reafirmo que com este procedimento todos podem ir ao outro mundo e voltar para contar o que viram. Posso jurar pelo que mais quero na vida que vou ao outro mundo cada vez que pretendo. E vocês também poderão ir, desde que não tenham medo.

Quando quero sair do corpo físico, aproveito o momento de so­nolência, aquele momento em que não se está dormindo nem desperto de todo. Neste preciso instante, faço o que fez aquele viajante de minha história: levanto-me suavemente, como que me sentindo vaporoso, flu­ídico, gasoso, saio do quarto, como aquele personagem saiu da casa de cômodos, e me dirijo para a rua.

O espaço é infinito, e voando posso viajar a todos os lugares da Ter­ra ou do infinito. Todos podem fazer o mesmo, meus caros amigos, desde que se proponham a tal. Antes de tudo, ninguém deve se identificar com o corpo material. Durante o experimento, devem pensar que não são o corpo, e sim a alma. Devem sentir-se almas, fluídicas, sutis… depois, sentindo-se assim, em tal estado, devem simplesmente levantar-se da cama.

Traduza-se em fatos o que estou dizendo. Ouçam-me bem, não se trata de ficar pensando que estão se levantando, porque aí ficariam pen­sando sem realizar o experimento. Repito: traduza-se em fatos. Façam o que fez o viajante da narrativa. Ele não se pôs a pensar que ia sair do corpo; simplesmente agiu. Levantou-se sutil, vaporoso, e saiu daquele lugar.

Quando será que irão me entender? Em que período da história de suas vidas conseguirão sair do corpo à vontade?

Querem saber algo do além? Querem conversar com os seres divi­nos face a face? Invoquem-nos, chamem-nos aos gritos quando estejam fora do corpo físico. Eles acorrerão com o propósito de instrui-los, por amor a vós.

Tudo de que se precisa é não ter preguiça e prestar atenção no pro­cesso do sono. Os cobertores que nos abrigam, as colchas e os lençóis são muito agradáveis; custa muito trabalho abandonar a preguiça, a inércia.

Recordem que a vontade é indispensável, e se vocês realmente se propõem a sair do corpo físico à vontade, o conseguirão se seguirem mi­nhas indicações com exatidão. Todos os sábios do passado abandonavam a forma densa para viajar consciente e positivamente no espaço infinito e conversar com os Deuses Santos, de quem recebiam maravilhosas ins­truções.

Fora deste mundo físico, podemos vivenciar diretamente todos os mistérios da vida e da morte. Compreenderão agora porque tanto enfati­zo a necessidade de se aprender a sair à vontade do corpo físico.


Perguntas e Respostas


Pergunta - Mestre, você nos diz que para sair em astral temos de apro­veitar o momento em que estamos entre a vigília e o sono. Em outros momen­tos, não se pode consegui-lo?

Resposta - Distinta senhorita, saiba que quem tem prática na saída astral pode escapar do corpo físico à vontade, com o corpo de pé, sen­tado, etc. Repito, porém, que esta última modalidade de saída é para as pessoas muito experientes.

O normal, o natural, é deitar-se cada um em sua cama para desdo­brar-se.

Pergunta - Pode-se invocar algum Mestre para nos ajudar a sair em astral?

Resposta - Permita-me dizer-lhe que há seres invisíveis que nos ajudam. No entanto, vocês podem pedir auxílio à sua própria Mãe Di­vina particular, à Mãe Natureza de cada um, pois cada qual tem a sua. Supliquem a ela, em nome do Cristo, para que os tire do corpo naquele exato momento em que estejam no estado de transição entre a vigília e o sono.

Pergunta - Mestre, existe alguma oração especial para chamar a nossa Mãe Natureza particular? Se há, poderia nos ensinar?

Resposta - Bondosa discípula que me escuta, vou dar-lhe um bom conselho e que servirá para todos. Deite-se de barriga para cima em sua cama e relaxe bem o corpo. Adormeça recitando com o pensamento e com seu coração a seguinte oração:

"Creio em Deus.

Creio em minha Mãe Divina

e creio na Magia Branca.

Minha Mãe, tira-me de meu corpo!"

Recite com muita devoção e com intensa fé esta oração mágica. Reze-a milhões de vezes, se for preciso, no momento de adormecer, mas lembre-se do ditado: “A Deus rogando e com o malho dando”.

Quando se sinta naquele estado de lassidão próprio do sono, ao se apresentarem em em sua mente as primeiras imagens do sonho, vença a preguiça, peço-lhe por favor. Sinta-se como um fantasma sutil e delicado, faça como o viajante de nossa história no dormitório. Levante-se de sua cama e saia de sua casa. Entendido?

Pergunta - Mestre, podemos pedir à nossa Mãe Natureza particular que nos leve a determinado lugar, ou ela conduz aonde devemos ir, de acordo com nosso preparo?

Resposta - Muito boa esta pergunta. A Mãe Divina sabe onde nos levar. No entanto, podemos também solicitar que nos leve a um deter­minado lugar. Se ela nos levar, muito bem, porém se ela não o quiser e nos transportar a outro bem diferente, devemos aceitar com prazer sua decisão, pois, como nossa Mãe, sabe do que necessitamos e o que mais nos convém.


Uma Chave de Eliphas Levi


"Aqueles que dizem que “o desdobramento da personalidade humana é perigoso”, que “estando alguém ausente do corpo chega outro e o invade“, etc., estão muito equivocados. Acontece que aqueles que assim falam saem todas as noites de seu corpo. Desdobrar-se intencionalmente equivale a dar-se conta de suas próprias funções naturais e cooperar com a Natureza. O desdobramento não pode jamais ser perigoso."

El Quinto Evangelio:

La Aprehensión del Conocimiento Interior.


Em se tratando de projeções do Eidolon e viagens supra-sensíveis fora do corpo físico, temos muito que dizer.

Nos instantes em que escrevo estes parágrafos vêm à minha me­mória acontecimentos extraordinários, maravilhosos.

Repassando velhos relatos de minha longa existência com o entu­siasmo de um clérigo na cela, surge Eliphas Levi.

Uma noite qualquer, fora da forma densa, andei por toda parte in­vocando a alma daquele falecido que, em vida, se chamara Abade Al­phonse Louis Constant (Eliphas Levi).

É óbvio que o encontrei sentado ante uma velha escrivaninha, no salão augusto de um antigo palácio.

Com muita cortesia se levantou de sua poltrona para responder, respeitosamente, a minhas saudações.

“Venho pedir-vos um grande serviço”, disse eu. “Quero que me deis uma chave para sair, instantaneamente, em corpo astral cada vez que o necessite”.

“Com muito gosto”, respondeu o Abade; “porém, antes quero que o senhor me traga, amanhã mesmo, a seguinte lição: qual é a coisa mais monstruosa que existe sobre a Terra?”

“Dai-me a chave agora mesmo, por favor”... pedi. “Não! Traga-me o senhor a lição e, com muito gosto, dar-Ihe-ei a chave”.

0 problema que o Abade me havia proposto se converteu num ver­dadeiro quebra-cabeças, pois são tantas as coisas monstruosas que exis­tem no mundo que, francamente, eu não achava solução.

Andei por todas as ruas da cidade, observando, tratando de desco­brir o mais monstruoso, e, quando acreditava havê-lo encontrado, então surgia algo pior; de repente, um raio de luz iluminou meu entendimen­to.

Ah! Disse a mim mesmo, já entendo. O mais monstruoso tem que ser, de acordo com a Lei da Analogia dos Contrários, o antipólo do mais grandioso...

Bem! Porém, qual é a coisa mais grandiosa que existe sobre a dolo­rosa face deste aflito mundo?

Veio, então, a mim, a meu translúcido, a Montanha do Calvário, o Gólgota das amarguras e o Grande Kabir Jesus agonizando em uma cruz por amor a toda a humanidade doente...

Então exclamei: o Amor é a coisa mais grandiosa que existe sobre a Terra! Eureka! Eureka! Eureka! Agora descobri o segredo: o ódio é a an­títese do mais grandioso.

Era evidente a solução do complexo problema; era indubitável que devia pôr-me novamente em contato com Eliphas Levi.

Projetar outra vez o Eidolon foi, para mim, questão de rotina, pois é claro que nasci com essa preciosa faculdade.

Se procurava uma chave especial, fazia-o não tanto por minha in­significante pessoa que nada vale, mas por muitas outras pessoas que almejam o desdobramento consciente e positivo.

Viajando com o Eidolon, ou duplo mágico, muito longe do corpo físico, andei por diversos países europeus procurando o Abade; mas este não aparecia em parte alguma.

De repente, de forma inusitada, senti uma chamada telepática e penetrei numa luxuosa mansão. Ali estava o Abade; porém...

Oh! Surpresa! Maravilha! Que é isto? Eliphas convertido em me­nino e deitado em seu berço. Um caso verdadeiramente insólito, não é verdade?

Com profunda veneração, com muito cuidado, acerquei-me do bebê, dizendo: “Mestre, trago a lição; a coisa mais monstruosa que existe sobre a Terra é o ódio. Agora quero que cumpras o que me prometeste. Dá-me a chave”...

Porém, para meu assombro, aquele menino calava, enquanto eu me desesperava sem compreender que “o silêncio é a eloquência da sa­bedoria”.

De vez em quando, tomava-o em meus braços, desesperado, su­plicando-Ihe; mas, tudo em vão! Aquela criatura parecia a Esfinge do Silêncio.

Quanto tempo teria durado isto? Não sei! Na eternidade não existe o tempo, e o passado e o futuro se irmanam dentro de um eterno Agora.

Por fim, sentindo-me defraudado, deixei o menino em seu berço e saí muito triste daquele casarão vetusto.

Passaram os dias, os meses e os anos e eu continuava me sentindo defraudado; sentia como se o Abade não tivesse cumprido sua palavra, empenhada com tanta solenidade; mas, um dia qualquer, veio a mim a luz. Recordei, então, aquela frase do Kabir Jesus: “Deixai que venham a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus.”

Ah! Já entendo, disse a mim mesmo. É urgente e indispensável re­conquistar a infância na mente e no coração. “Enquanto não sejais como meninos, não podereis entrar no Reino dos Céus.”

Esse retorno, esse regresso ao ponto de partida original, não é pos­sível sem haver, antes, morrido em si mesmo; a Essência, a Consciência está, infelizmente, engarrafada em todos esses Agregados Psíquicos que em seu conjunto tenebroso constituem o Ego.

Só aniquilando tais agregados sinistros e sombrios a Essência pode despertar em estado de inocência primordial.

Quando todos os elementos subconscientes tiverem sido reduzidos a poeira cósmica, a Essência é liberada. Então, reconquistamos a infância perdida.

Novalis diz: “A Consciência é a própria Essência do homem em completa transformação, o Ser Celestial Primitivo”.

É evidente e manifesto que, quando a Consciência desperta, o pro­blema do desdobramento voluntário deixa de existir.

Depois que compreendi a fundo todos estes processos da psique humana, o Abade fez-me a entrega, nos Mundos Superiores, da segunda parte da chave régia.

Esta consistia numa série de sons mântricos com os quais uma pes­soa pode, de forma consciente e positiva, realizar a projeção do Eidolon.

Para o bem de nossos estudantes gnósticos, convém estabelecer, de forma didática, a sucessão inteligente destes mágicos sons.

a) Um silvo longo e delicado, semelhante ao de uma ave.

b) Entonação da vogal “E” (EEEEEEE), alongando o som com a nota Ré da escala musical.

c) Cantar o “R”, fazendo-o ressoar com o Si musical, imitando a voz aguda do menino, algo semelhante ao som agudo de um pequeno moi­nho ou um motor demasiado fino e sutil (RRRRRRR).

d) Fazer ressoar o “S” de forma muito delicada, como um silvo doce e aprazível (SSSSSSS).

Esclarecimento : o ponto “a” é um assovio real e efetivo. 0 ponto “d” é apenas semelhante a um assovio...


Asana


Deite-se o estudante gnóstico na posição de homem morto, em decúbito dorsal (barriga para cima).

Abram-se as pontas dos pés em forma de leque, tocando-se pelos calcanhares.

Os braços ao longo do corpo; todo o veículo físico bem relaxado.

Adormecido, o devoto, em profunda meditação, cantará muitas ve­zes os sons mágicos.


Elementais


Estes mantrams se encontram intimamente relacionados com o Departamento Elemental das Aves, e é evidente que estas assistirão o devoto, ajudando-o efetivamente no trabalho de desdobramento.

Cada ave é o corpo fisico de um elemental, e estes sempre ajudam o neófito sob a condição de uma conduta reta.

Se o aspirante deseja a assistência do Departamento Elemental das Aves, deve aprender a amá-las. Aqueles que cometem o crime de encer­rar as criaturas do céu em abomináveis gaiolas jamais receberão essa ajuda.

Alimentai as aves do céu; convertei-vos em libertadores dessas criaturas; abri as portas de suas prisões e sereis assistidos por elas.

Quando experimentei pela primeira vez com a Chave Régia, depois de entoar os mantrams, senti-me vaporoso e leve como se algo houvesse penetrado dentro do Eidolon.

É óbvio que não esperei que me levantassem da cama; eu mesmo abandonei o leito; levantei-me voluntariamente e, caminhando devagari­nho, saí de casa; os elementais inocentes das aves amigas, metidos den­tro de meu corpo astral, ajudaram-me no desdobramento.


Conclusão


Expusemos, pois, no presente capítulo, os dois aspectos fundamen­tais da Chave Régia.

O pleno e absoluto desenvolvimento destas duas partes da Gran­de Chave nos permitirá desdobrar-nos à vontade, de forma consciente e positiva.

Aqueles que, de verdade, aspirem a converter-se em experimenta­dores das grandes realidades nos mundos superiores devem desenvolver, dentro de si mesmos, os dois aspectos da Grande Chave.


Outras Chaves para Sair em Astral


"Há que deixar a teoria e ir ao grão, aos fatos, à prática...

A maior parte dos irmãos têm perdido tempo teorizando, teorizan­do e nada mais que teorizando. Enormes, imensas bibliotecas, e para que? Milhões de volumes e, entretanto, os pobres estudantes não tem faculdades, não sabem “viajar em Astral”, nunca falaram com um Mestre, não puderam jamais conversar com um Elohim cara-a-cara. É muito triste o estado em que se encontram: cabeças cheias de teorias e de confusão, e isso é tudo.

Então, é necessário que vocês sejam práticos, meus caros irmãos. Teorias? Não, isso é perda de tempo! Sejam práticos, tenham muita fé, não se cansem com estes exercícios que lhes demos."

El Quinto Evangelio:

Naturaleza Práctica del Mensaje de Acuario.


Vamos ensinar ao amável leitor algumas outras formas para entrar conscientemente no mundo astral.

Para isso ensinaremos alguns “mantrams” que nos permitam de­senvolver essa faculdade para desdobrar-se voluntária e positivamente em astral. “Mantram” significa “palavra de poder”.

Saibam que o som produz efeitos, visíveis e tangíveis para todo o mundo. Um disparo de canhão, por exemplo, com seu som, pode romper os vidros de todo um quarteirão. Uma palavra suave apazigua a ira; uma palavra irônica provoca muitos sentimentos em quem a escuta. Assim, o som é a “causa-causorum” de toda a Criação. Com justa razão disse João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Por ele todas as coisas foram criadas, e, sem ele, nada do que existe teria sido criado”...

Convém saber, portanto, que os mantrams são palavras de poder. As vibrações dessas palavras, dessas letras, dessas múltiplas combina­ções de sons, despertam os poderes latentes do ser humano.


O Mantram "FARAON"


Comecemos por conhecer um mantram para o desdobramento As­tral, o mantram FARAON.

Deitem-se de boca para cima, levantem os joelhos e apoiem a sola dos pés sobre a cama. Repitam o mantram FARAON, assim:

FAAAAAAARRRRRRAAAAAAAOOOOOOONNNNNNN...

Repitam este mantram muitíssimas vezes. Vocês podem vocalizá-lo em voz alta ou mentalmente. Adormeçam pronunciando este mantram, conservando os joelhos levantados. Conforme vão adormecendo, devem imaginar vivamente as pirâmides do Egito.

Isto não é trabalhoso. Convençam-se de que não é trabalhoso. Dedi­quem toda a atenção mental e adormeçam. O resultado será esplêndido: sairão em Astral e despertarão lá, nos mundos internos; abandonarão seu corpo físico à vontade e entrarão na quarta dimensão com a Consci­ência plenamente desperta.

Porém, continuemos com outros procedimentos, a fim de que o estudante possa escolher o que melhor lhe convenha. Não deixem que lhes aconteça o mesmo que ao caçador, que vai ao campo, lhe aparecem muitas lebres e não caça nenhuma. Vocês devem escolher um método, o que mais lhes agrade, porém ponham-no em prática; isso é o que conta.


O Som “ANAHAT”


Dentro do cérebro humano, no interior de seus alvéolos, ressoa in­cessantemente a "voz sutil". É um som sibilante, agudo. É o “canto do grilo”, o silvo da serpente, o som Anahat, a voz de Brahma.

Tem dez tonalidades que o teurgo deve aprender a escutar. A mente do estudante deve absorver-se neste som como a abelha no néctar das flores.

Aquele que deseje escutar o som Anahat deve esvaziar a mente, manter a mente quieta, não aquietada; repetimos, quieta. Aquele que tente e se proponha a escutar este místico som, que mantenha a mente em silêncio, não silenciada; repetimos, em silêncio.

Distinga-se entre uma mente que está quieta, porque compreendeu que é inútil pensar; e uma mente aquietada artificialmente. Diferencie-se entre uma mente que está em silêncio natural e espontaneamente e uma que está silenciada à força, violentamente.

Quando a mente está quieta, em profundo silêncio, o estudante pode realmente escutar, inevitavelmente, o som do grilo: um som sutil, agudo, penetrante. Além do mais, se a Alma se absorve neste místico som, abrem-se para o estudante as Portas do Mistério. Portanto, nestes instantes, levante-se do leito instintivamente e saia do quarto para diri­gir-se aos Templos da Loja Branca, ou a qualquer lugar do Universo.


O Mantram “LA-RA”


Vocês devem saber que o maior poder que existe no mundo, a me­lhor chave que se conhece para “sair em astral”, depende das forças sexu­ais. Parecerá estranho que afirmemos isso. Prestem atenção: as energias criadoras (a famosa “libido”, de que nos falara Sigmund Freud), ou seja, a força sexual, quando está em processo de transmutação libido-genética, produz um som, o som Anahat, esse misterioso som semelhante ao do grilo do qual já falamos.

Deve-se aprender a usar essa chave para “sair em astral”. Vou ensi­nar-lhes: adormeçam vocalizando mentalmente as sílabas LA-RA, assim:

LAAAAAAAAAAA...RRRRRRRRAAAAAAAAAA...

Mas é preciso fazer esta prática com tenacidade, com constância.

Vocalizem mentalmente, e em seguida adormeçam. Essas duas sí­labas têm o poder de fazer vibrar intensamente as energias sexuais. En­tão, por dedução lógica, sabemos que tão logo as energias estejam em potente e elevada vibração, se produz aquela letra que é o próprio silvo do Fohat, do Fogo: a letra “S”. Esta letra vibra assim: SSSSSSSSS... Se sente vibrar no cérebro, como se fosse o canto do grilo, ou um som semelhante ao que produzem os freios de ar comprimido.

Quando vocês escutarem esse mágico som Anahat, não se assus­tem. Regulem o volume. Vocês podem dar-lhe maior ressonância com a vontade, e quando este som já esteja vibrando muito intensamente, quando já tenha uma grande ressonância, aproveitem: levantem-se da cama; não se ponham a pensar “se me levanto com o corpo”, ou “se me levanto sem o corpo”, ou “se eu me levanto, onde fica o corpo?”... Os es­tudantes têm geralmente todas essas vacilações, todas essas incertezas, não compreendem...

Levantem-se! Repito, levantem-se! Ao se levantarem, a Natureza se encarregará de separar a parte astral do corpo físico. Tudo o que vocês têm que fazer é levantar-se. Claro, não se trata de levantar-se mental­mente; o que estamos dizendo deve traduzir-se em fatos. Levantem-se de sua cama; quanto ao corpo, isso não interessa a vocês! O que vocês têm que fazer é levantar-se, e, antes de sair de seus aposentos, dêem um pe­queno salto com a intenção de flutuar na atmosfera. Se flutuam, é porque estão no Mundo Astral. Entendido? Se não flutuam, retornem ao seu leito e repitam a experiência.

Repito: não se cansem; se hoje não puderam, amanhã poderão...

Muitos discípulos triunfam imediatamente; outros gastam meses e até anos inteiros para aprender. Em todo caso, a tenacidade vence. De maneira que, ao ouvirem esse som, se levantarão de sua cama e sairão de seu quarto; mas, antes de sair do quarto, dêem um pequeno salto com a intenção de flutuar, e, se flutuarem, é porque estão em Astral. Esta é uma chave maravilhosa, uma chave muito importante e até indispensável.


O Mantram “EGIPTO”


O nome oculto do corpo Astral é Zaphnath Paaneah.

O nome do corpo Astral é composto, e consta de duas palavras. A primeira é Zaphnath. Esse mantram corresponde a nosso Astral inferior. A segunda palavra, Paaneah, é o Filho, nosso Crestos Cósmico, que enlaça nossa personalidade física com a imanência suprema do Pai Solar.

Nossos discípulos devem adquirir o poder de sair em corpo Astral. Esse poder se adquire vocalizando diariamente por uma hora o mantram EGIPTO.

A vogal “E”, faz vibrar a glândula tiróide, e confere ao homem o po­der do ouvido oculto. A letra “G”, desperta o chacra do fígado, e, quando este chacra já atingiu seu pleno desenvolvimento, o homem pode entrar e sair do corpo sempre que queira. A vogal “I”, combinada com a letra “P”, desenvolve no homem a clarividência e o poder para sair em seu corpo Astral pela “janela de Brahma”, que é a glândula pineal. A letra “T” golpeia sobre a vogal “O”, intimamente relacionada com o chacra do coração, e assim o homem tem o poder para desprender-se deste plexo e sair em corpo Astral.

A pronúncia correta do mantram é a seguinte:

EEEEEEEGGGGGGGIIIIIIIIIIIIIIIIIIIPPPPPPPTOOOOOOO...

Aqueles que ainda não tenham podido sair em corpo Astral com nossas chaves é porque não têm esse poder, e então devem adquiri-lo primeiro vocalizando durante uma hora diária o mantram EGIPTO. Este mantram desenvolve totalmente os chacras relacionados com o desdo­bramento do corpo Astral, e assim o discípulo adquire o poder para en­trar e sair do corpo físico à vontade.


O Discernimento


Outra chave, que também dá muito bom resultado para “sair em Astral”, é a do DISCERNIMENTO. Durante o dia vocês vão pela rua, por exemplo, e de repente se encontram com um amigo que há muitos anos não viam. Em tal caso, chamem vocês mesmos à reflexão, perguntem-se a si mesmos: “Será que estou em Astral? Andarei fora de meu corpo?” Então dêem um pequeno salto com a intenção de flutuar. É claro que, se flutuam, é porque estão no Astral.

Que tal se vocês vão pela rua e de repente encontram-se com um amigo que morreu há 20 ou 30 anos? O mais lógico é que vocês mesmos se chamem à ordem, que perguntem a si mesmos: “Estarei em Astral?” Dêem um pequeno salto e, se flutuarem, é porque estão em Astral.

Se vocês vão pela rua, por exemplo, e de repente encontram-se com uma multidão, reflitam um pouquinho, só por uns instantes; não custa nenhum trabalho. Perguntem a si mesmos: “Será que estou em Astral”? Em seguida, façam a experiência: dêem um pequeno salto, com a inten­ção de flutuar. Se flutuam, é porque estão em Astral.

Se vocês, por exemplo, vêem uma vitrine em alguma loja onde há um objeto curioso, façam-se a pergunta: “Estarei em Astral?”

Muitas vezes os estudantes fizeram a pergunta a si mesmos, e, ao dar o saltinho, o resultado é que estavam no Astral, que, como já sabem, é o próprio Mundo dos Sonhos; estavam realmente ali, mas andavam in­conscientes, acreditando que estavam em seu corpo de carne e osso.

De modo que é preciso aprender a DISCERNIR.

Nas horas do sono normal, vive-se nos Mundos Internos com a Consciência adormecida. Ali vemos os carpinteiros em suas carpintarias, os vendedores em suas lojas, os motoristas conduzindo seus carros, suas máquinas, etc., e todos estão completamente convencidos de que estão em seus corpos de carne e osso.

Se alguém pergunta a algum amigo desses: “Em que mundo se en­contra? Onde você crê que está, meu amigo?”... sempre responde que “está em carne e osso”; e se alguém lhes diz que estão em Astral, nunca acreditam, sempre caem na zombaria.

Se essas pessoas despertassem a Consciência, entrariam nos Tem­plos nos Mundos Internos, se transformariam radicalmente. Mas, como nunca lhes ocorre fazer este exercício que estamos ensinando, vivem sempre com a Consciência adormecida.

Se vocês fazem esta prática, e durante todo o dia (a cada minuto, a cada segundo, na presença de uma pessoa que há muito tempo não viam, diante de um objeto curioso, na presença de uma multidão, etc., etc.), se fazem a pergunta, é claro que esta se grava muito bem no subconscien­te, e o resultado é que à noite acabam fazendo-se a mesma pergunta no Mundo Astral, despertando assim a Consciência.

É que o que se faz de dia se repete à noite, durante o sonho. Se acostumam a fazer este exercício durante o dia, é claro que à noite aca­bam fazendo-o também. Ao fazê-lo durante o sono se desperta a Cons­ciência, e então se pode visitar à vontade os Templos da Loja Branca, se pode invocar os Anjos, etc.

Se vocês estão no Astral e querem invocar um Anjo (por exemplo, o Anjo ANAEL, o Anjo do Amor), podem invocá-lo com o mantram ANTIA DAUNA SASTAZA, assim:

“AAANNTIIIIIIAAA....DAAAUUUNAAA SAAASTAAAZAAA... Venha até aqui! Venha até aqui! Venha até aqui! Pelo Cristo! Pelo Cristo! Pelo Cristo!”

Podem estar seguros de que Anael concorrerá ao vosso chamado. Anael é muito sábio; com ele poderão conversar o que quiserem, com ele poderão aprender muitas coisas. Ele sabe medicina, ele sabe curar, ele se relaciona com todos os assuntos do amor, etc.

Se querem invocar, por exemplo, qualquer Anjo planetário, utili­zem sempre a mesma chave e serão escutados. Mas, antes de tudo, de­vem aprender a “sair em Astral”. No Astral podem ir ao Shamballa e falar pessoalmente com o Divino Mestre, Jesus, o Cristo. Ele vive no Shamballa com seu mesmo corpo, ressuscitado dentre os mortos.

Não sei como há pessoas que se atrevem a dizer que Jesus, o Cris­to, se reencarnou em Pedro, ou em João, ou em Diego, ou em não sei quem... As pessoas cometem tantos erros! A esta altura da vida ainda não querem crer na palavra de Jesus, não querem crer no que está escrito no Evangelho. Jesus ressuscitou e tem seu corpo físico, conserva-o vivo no Shamballa. O Shamballa é um país do Tibete, é um país que está em estado de Jinas, um país secreto.

De maneira que há que aprender a vocalizar os mantrams que ser­vem para “sair em Astral”; há que conhecer as práticas.

Também podem invocar os Seres Inefáveis para que eles os ensi­nem a “sair em Astral”. Podem invocar, por exemplo, Harpócrates, e po­dem estar seguros de que os ensinará a “sair em Astral”...


Estados de Jinas


Primeiro, o estudante aprende a “sair em Astral”; mais tarde apren­de a introduzir seu corpo físico na Quarta Dimensão. É um pouquinho mais duro isto, não é verdade? Isso de colocar o corpo de carne e osso dentro da Quarta Dimensão aparentemente é muito trabalhoso; no en­tanto, pode ser feito.

Aquele que queira entrar com seu corpo de carne e osso nos Mundos Internos, ou seja, aquele que queira aprender a colocar seu corpo físico em estado de Jinas, deve conhecer as chaves. Harpócrates, por exemplo, nos ensina a sair com o corpo de carne e osso. Harpócrates nos ensina a transportar-nos de um lugar a outro, em poucos instantes. Harpócrates nos ensina a introduzir o corpo nos Mundos Superiores.

Todo aquele que aprende a viajar com o corpo de carne e osso pelos Mundos Superiores de fato pode fazer maravilhas. Jesus fazia estas ma­ravilhas, Jesus caminhava sobre as águas porque tinha seu corpo físico submerso nos Mundos Internos. Recordem aquela noite em que Jesus caminhou sobre as águas do Mar da Galiléia. Isso foi muito interessan­te; ele vinha com seu corpo físico em estado de Jinas; Pedro saiu ao seu encontro. Infelizmente, Pedro duvidou. Se Pedro não houvesse duvidado, tampouco haveria afundado. O pobre Pedro já estava afundando; Jesus teve que ajudá-lo, e lhe disse: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”

A chave para colocar o corpo físico em estado de Jinas é a fé. O ho­mem que não tem fé, fracassa. De fato, a fé é um Poder Solar.

Se vocês querem entrar com seu corpo físico nos Mundos Internos, podem fazer o seguinte: deitem-se do lado esquerdo, ponham a mão es­querda sobre o travesseiro; em seguida apoiem a cabeça sobre a palma da mão esquerda. Invoquem Harpócrates, assim:

“HAR-PÓ-CRA-TIS, HAR-PÓ-CRA-TIS, HAR-PÓ-CRA-TIS; Pelo Cristo, pelo Cristo, pelo Cristo, te invocamos, te chamamos! Pelo Absoluto, pelo Absoluto, pelo Absoluto, te chamamos; HAR-PÓ-CRA-TIS, ajuda-me a colo­car meu corpo físico em estado de Jinas!”....

Depois, adormeçam, concentrados em Harpócrates. Quando já se sintam com um pouquinho de sono, quando já comecem a sentir os pri­meiros sintomas do sono, podem levantar-se da cama, com toda a fé.

Levantem-se, como se levanta um sonâmbulo, porém levantem-se! Entendido? Levantem-se, conservando o pouquinho de sono que te­nham.

Depois de se levantarem, darão uns passos dentro de seu próprio aposento. Em seguida, antes de sair à rua, é melhor que façam o teste dentro do próprio quarto, para saber se já estão em estado de Jinas, por­que, do contrário, que vão fazer vocês na rua?

Dêem o saltinho e, se flutuam, é porque o corpo já entrou nos Mun­dos Internos. Então podem sair tranquilamente à rua e dirigir-se aos Templos que estão em estado de Jinas.

Recordem que no Bosque de Chapultepec há um Templo maravilho­so. O Templo de Chapultepec é formidável: é um Templo Rosacruz-Gnós­tico. O Chefe desse Templo é o Mestre Rasmussen. Vocês podem tentar visitá-lo. Não sei se os deixarão entrar; tudo depende de vocês. Se vocês levam uma vida muito reta, se estão bem preparados, se são pessoas muito virtuosas, poderão entrar. Do contrário, quem sabe! Em todo o caso, experimentem para ver... Mas, se não os deixam entrar em Chapul­tepec, podem dar-se ao luxo de viajar pela Europa, pela Ásia, pela África, por onde vocês queiram. Com o corpo em estado de Jinas alguém pode transportar-se aos mais remotos lugares da Terra.

O Dr. Krumm-Heller dizia que havia necessidade de adormecer in­vocando Harpócrates, mas que se devia imaginar um ovo de cor azul, um ovo bem luminoso, azul celeste, e vizualizar-se introduzido dentro desse ovo.

Isso é o que indicava o Dr. Krumm Heller. Porém, a forma mais prá­tica de fazê-lo é realmente tomar um ovo de galinha; em seguida, fazer-lhe um pequeno orifício na parte mais cônica, mais pontiaguda. Antes de fazer essa operação é necessário passar ligeiramente o ovo em água mor­na. Depois há que retirar-lhe a gema e a clara, até que fique só a casca. Pinta-se então essa casca de azul e coloca-se perto da cama. O importante é que se tenha sempre a figura do ovo, cuja casca está relacionada com os poderes de Harpócrates.

Recordem que Harpócrates se relaciona precisamente com o ovo. Se diz que a Terra antiga tinha uma forma de ovo, era oval. No Egito se usa­va também o ovo, e o colocavam sobre a cabeça das múmias. Recordemos o “Ovo de Ouro” de Brahma. No ovo se encontram contidos os poderes da criação. Harpócrates sabe manejar essas forças contidas no ovo.

Ora, se no ovo se acham contidas as forças da criação, é lógico que tem que ter poderes formidáveis. Harpócrates sabe manejar estes pode­res, estas forças formidáveis.

Se observam toda a criação, verificarão que saiu de um ovo. O pró­prio homem se formou do ovo, pois o óvulo materno é um verdadeiro ovo, e é fecundado pelo zoosperma (isto o sabem os biólogos).

Observem as plantas: a semente é um verdadeiro ovo, e dessa se­mente sai a planta. Os mares saem do ovo, tudo o que existe saiu do ovo. Logo, o ovo simboliza a matéria física. E, se Harpócrates tem poderes sobre o ovo, os tem também sobre a matéria física, pode colocar nossos corpos físicos em estado de Jinas, pode submergir nosso corpo na Quarta Dimensão. Isso é perfeitamente lógico.

Analisem isto por si mesmos e se convencerão de que é lógico. Não estamos falando de algo que seja absurdo. Claro, ao cientista materialista isto parecerá absurdo, mas, que nos importa o cientista materialista? O que nos interessa é “ir ao grão”, aos fatos. Ao cientista materialista da­remos primeiro os ensinamentos escritos; chegará um dia em que, se ele praticar, se convencerá por si mesmo...