Segunda, 06 Julho 2020

A Felicidade

Escrito por Samael Aun Weor
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(Tempo Estimado de Leitura: 3 - 5 minutos)

As pessoas trabalham diariamente, lutam para sobreviver, querem existir de alguma maneira, mas não são felizes. Essa felicidade está em chinês [ou seja, é algo difícil de entender], como se diz por aí.

O mais grave é que as pessoas sabem disso, mas em meio a tantas amarguras parece que não perdem as esperanças de algum dia conseguirem a felicidade, mesmo sem saber como, nem de que maneira.

Pobres pessoas! Quanto sofrem! E, no entanto, querem viver, temem perder a vida.

Se as pessoas entendessem alguma coisa sobre Psicologia Revolucionária, possivelmente até pensariam diferente; mas na verdade nada sabem, querem sobreviver em meio à sua desgraça e isso é tudo.

Existem momentos prazerosos e muito agradáveis, mas isso não é felicidade; as pessoas confundem o prazer com a felicidade.

“Festas”, “farras”, bebedeiras, orgia; são prazeres bestiais, mas não felicidade… No entanto, há pequenas festas sãs sem bebedeiras, sem bestialidades, sem álcool, etc., mas isso tampouco é felicidade…

É uma pessoa amável? Como se sente quando dança? Está apaixonado? Ama de verdade? Como se sente dançando com o ser que adora? Permita que eu me torne um pouco cruel nestes momentos ao dizer-lhe que isso tampouco é felicidade.

Se já está velho, se esses prazeres não te atrai, se parecem desagradáveis; desculpe-me se te digo que seria diferente se estivesse jovem e cheio de ilusões.

De qualquer forma, diga o que diga, dance ou não dance, apaixone-se ou não se apaixone, tenha ou não isso que se chama dinheiro, você não é feliz, muito embora pense o contrário.

Passa-se a vida buscando a felicidade por todas as partes e morre sem tê-la encontrado.

Na América Latina são muitos os que têm a esperança de ganhar algum dia o grande prêmio da loteria; acreditam que assim vão conseguir a felicidade; alguns até o ganham de verdade, mas nem por isso conseguem a tão ansiada felicidade.

Quando se é jovem, sonha-se com a mulher ideal, alguma princesa das “Mil e Uma Noites”, algo extraordinário; depois vem a crua realidade dos fatos: esposa, crianças pequenas para manter, difíceis problemas econômicos, etc.

Não há dúvida de que à medida que os filhos crescem os problemas também crescem e até tornam-se impossíveis…

Conforme o menino e a menina vão crescendo os sapatinhos vão sendo cada vez maiores e o preço maior, isso é claro.

Conforme as criaturas crescem, a roupa vai custando cada vez mais e mais; havendo dinheiro não há problema nisso, mas se não há, a coisa é grave e sofre-se horrivelmente…

Tudo isto seria mais ou menos suportável se tivesse uma boa mulher, mas quando o pobre homem é traído, quando lhe colocam chifres, de que lhe serve, então, lutar por aí para conseguir dinheiro?

Infelizmente existem casos extraordinários, mulheres maravilhosas, companheiras de verdade tanto na abundância como na desgraça, mas para o cúmulo dos cúmulos o homem então não sabe apreciá-la e até a abandona por outras mulheres que vão lhe amargar a vida.

Muitas são as donzelas que sonham com um “príncipe encantado”; infelizmente e de verdade, as coisas são muito diferentes e no terreno dos fatos a pobre mulher se casa com um carrasco…

A maior ilusão de uma mulher é chegar a ter um belo lar e ser mãe; “santa predestinação”, mas embora o homem seja muito bom, coisa que por certo é muito difícil, no fim tudo passa: os filhos e as filhas se casam, se vão ou são ingratos com seus pais, e o lar termina definitivamente.

Resumindo, neste mundo cruel em que vivemos não existe gente feliz… Todos os pobres seres humanos são infelizes.

Na vida conhecemos muitos burros carregados de dinheiro, cheios de problemas, processos de toda espécie, sobrecarregados de impostos, etc. Não são felizes.

De que serve ser rico se não se tem boa saúde? Pobres ricos! Às vezes são mais desgraçados que qualquer mendigo.

Tudo passa nesta vida: passam as coisas, as pessoas, as ideias, etc. Os que têm dinheiro passam e os que não o têm também passam, e ninguém conhece a autêntica felicidade.

Muitos querem fugir de si mesmos por meio das drogas ou do álcool, mas na verdade não somente não conseguem tal fuga, mas o que é pior, ficam presos no inferno do vício.

Os amigos do álcool ou da maconha, ou do LSD, etc., desaparecem como que por encanto quando o viciado resolve mudar de vida.

Fugindo do “Mim Mesmo”, do “Eu Mesmo”, não se consegue a felicidade. Interessante seria “agarrar o touro pelos chifres”, observar o “EU”, estudá-lo com o propósito de descobrir as causas da dor.

Quando alguém descobre as verdadeiras causas de tantas misérias e amarguras, é obvio que pode fazer alguma coisa a respeito…

Acabando com o “Mim Mesmo”, com as “Minhas Bebedeiras”, com os “Meus Vícios”, com os “Meus Afetos”, que tanta dor no coração me causam, com as minhas preocupações que destroçam os meus miolos e me causam enfermidades etc., etc., então é claro que advém isso que não é do tempo, isso que está mais além do corpo, dos afetos e da mente, isso que realmente é desconhecido para o entendimento e que se chama: FELICIDADE!

Inquestionavelmente, enquanto a consciência continue engarrafada, embutida no “MIM MESMO”, entre o “EU MESMO”, de maneira alguma poderá conhecer a legítima felicidade.

A felicidade tem um sabor que o “EU MESMO”, o “MIM MESMO”, jamais conheceu.


Capítulo III do Livro: La Gran Rebelión, Primera Edición, Colombia - 1975 - Samael Aun Weor

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  • Complexidade do Texto: Básico
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